segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

AMOR MAIOR

GRACINDA  CALADO

Aqui neste lugar onde tudo é luz e paz, posso  te ver!
Vejo-te nas caladas da noite onde sofrem os mortais
Vejo-te nas madrugadas serenas onde vivem os imortais.
Vejo-te nos dias alegres e felizes onde não posso estar.

Apenas o que nos separa é o divino  portal do amor,
Por onde passam as almas dos que deixaram a vida,
Onde o sol brilha infinitamente seus raios de luz e cor!
Bendito amor que eu deixei um dia sem a despedida !

Aqui onde  estrelas fazem ninhos e esperam a vida,
Mergulhei nos sonhos do universo sem fim amém!
Chorei com saudades de ti e de meus pobres filhos,
Consolei-me com os sons dos anjos que cantam também!

Pobre vida de quem não entende os mistérios do universo!
Pobre vida de quem não crer num futuro de esperanças,
Pobre vida de quem não aceita a morte como retrocesso,
Pobre vida de quem não entende a força da real bonança!

Um dia hei de te encontrar sorrindo para mim e verás,
Que aqui é o céu de amor,  bondade e de belezas mil,
Onde não há sofrimento nem ranger de dentes,
Onde mora a força do universo e as flores de azul anil!
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

AO APAGAR DAS LUZES!

GRACINDA CALADO

Depois de tudo escurecer, quem irá nos amparar se a luz não vem?
Quem chegará para dizer uma palavra de carinho, um gesto de amor, ou um alô?

Só sei que entraremos em lugar desconhecido e infinitamente estranho para nós. Seguiremos o rumo do infinito e lá tudo acontecerá diferente do que imaginamos. 
Uma flor surgirá e se abrirá diante de nós. 
O sol renascerá e jamais se apagará!
O véu do infinito se descortinará aos nossos olhos, uma figura transparente, reluzente surgirá para nos levar no colo.
No aconchego da transparência, surgirá no céu a imagem da perfeição.
Lá não sentiremos mais as dores do nosso cansado corpo, pois a terra se encarregará de transformá-lo.  
Nossos olhos verão a face nua de deus cara a cara, e os sons que ecoam suavemente em nossos ouvidos reconfortarão a nossa alma, iluminada pela luz que brilha sem parar na imensidão do espaço sideral.
O véu do firmamento se abrirá como uma poética ópera teatral, driblando as cores, multicores que permeiam os céus com seus mistérios insondáveis!
A leveza do nosso ser é algo sensacional ao nosso espírito redimido pelo amor de deus, que nos levará ao voo mais alto e mais distante!
Jamais precisaremos de alguém para nos amparar ou segurar a mão, o medo não existirá para nós na outra dimensão!
Somos luz do universo em expansão!
Somos o amor em perfeição!

Somos o brilho das estrelas no coração do Criador!

A VIDA É EFÊMERA

Gracinda Calado

Nem mesmo o brilho do teu olhar brilhará para sempre!

Assim são as flores das cerejeiras que desabrocham hoje perfumando e enfeitando a natureza toda, viverão para sempre!  Elas marcam a primavera a estação do amor que um dia também se acabará.

A nossa vida, a vida de nossos pais, nossos amigos, nossos filhos, netos e bisnetos... Passarão como nuvens que foram vida e luz, passarão ao sopro do vento, seguindo o ciclo normal das criaturas.

As flores que floresceram nos jardins aos cuidados dos jardineiros, definharão ao calor do sol e ao frio da noite, ao balanço do vento, ao sopro dos vendavais, se tornarão adubos para outras flores, e outros jardins.

Os dias e as noites que cativamos histórias passaram como um filme em que fomos personagem principal do enredo.

Passarão nossos prazeres, nossos sofrimentos, nossos deslumbramentos, nossas riquezas, nossas dores que julgávamos eternas, nossas doenças que pensávamos incuráveis, também passarão!

Passarão o hoje e o amanhã que se tornarão passado!
Passará a vida, pois ela é efêmera e renascerá a eternidade.
Só uma coisa nunca passará: a existência de Deus!

domingo, 3 de novembro de 2013

BUQUÊ DE FLORES NA PRIMAVERA!

Gracinda Calado
22/09/2012  


Hoje o dia amanheceu brilhante, perfumado, esplendido!
A primavera aponta humildemente desabrochando botões coloridos dando viva a vida e a natureza.

Nas serranias a paisagem derrama-se em milagres crescentes, enquanto os rios sorriem para o céu e cantam canções e louvores. Os pássaros gorjeiam numa alegria invejável, enquanto arrumam seus ninhos para guardar seus filhotes. O vento frio se espalha pelas serrações refrescando as flores, as árvores, os coqueirais, os mangueirais e toda a floresta em festa!

Em cada canto dos rios e ribeirões, a água pura e  transparente expõe os peixinhos prontos para desovar, e a natureza em festa obedece a explosão da vida! No céu azul a noite chega despedindo-se do sol num abraço de cores avermelhadas como caramelos e gosto de frutas. No ar o odor do mel se espalha fazendo a gente sentir que a natureza vibra e ora pela magnitude da primavera.

No meu coração sentimentos de saudades e de alegrias se misturam com os sentidos na expectativa de sugar o perfume das frutas e sentir o colorido das flores em buquê que se desprendem dos galhos das orquídeas e dos ipês, que se espalham por todos os lugares enfeitando nossos passos no caminho.

Que chegue a Primavera! Que cheguem as flores e os frutos, que cheguem os pássaros e os peixes, que chegue o amor nos corações dos homens!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

GRITO SEM ECO

Gracinda Calado

Ouvi o seu grito de dor,
Senti o seu peito agitado
Pela febre e o calor.
Senti o frio e o clamoro sangue correr em suas veiasComo rios preguiçosos de dor.Segurei   suas  mãos,Suadas pelo calor da morte,e... aos poucos ... O ritmo  cansado de sua voz... me  dizia que eras vida!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

UM PINGO D'ÁGUA

GRACINDA CALADO

Um pingo de água que cai é como a gota de orvalho
Nas pétalas macias de uma rosa.
Um pingo de água que escorre da boca entreaberta
De uma mulher, é bálsamo divino dos deuses,
Um pingo de água que escorre das mãos calejadas de uma mãe,
É remédio e alivio a um coração!
Um pingo de água que brota da terra é rio caudaloso
Que jorra em busca do mar e do seu destino!
Um pingo de água que cai da chuva fresca,
Nas noites quentes de verão, sacia a sede de esperar.
Um pingo de água que explode em meu coração cura as feridas
E as dores de um amor perdido na escuridão.
Um pingo de água sacia a sede de desejo, de uma emoção!
Um pingo d água que cai é refrigério para uma alma em fogo ardente de paixão.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CIRANDA E CIRANDINHA

CIRANDA E CIRANDINHA
Gracinda Calado

Nosso tempo de criança e adolescente, é carregado de recordações, na companhia de amigos e amigas que até hoje conservamos a sincera amizade.

Em Baturité, diante dos maravilhosos jardins e das praças bem cuidadas, usufruíamos das cores e dos sabores das frutas frescas, do sol que banhava nossos cabelos, e nas noites frias de junho o brilho da lua nos encantava, ao som de ingênuas canções ou clássicos cancioneiros, saídos das irradiadoras populares, que tocavam todas as noites para nos alegrar.

Nas calçadas famílias se agrupavam para esperar a hora de dormir. Enquanto o sono não chegava, muitos assuntos eram discutidos na roda: política, economia, educação, enquanto outros, ouviam em seus rádios a “hora do Brasil”. A meninada brincava no quarteirão sob o olhar dos pais e dos irmãos mais velhos.

Quantas vezes corríamos ao redor do coreto, brincando de pega-pega, ou sentados na calçada em posição de ordem, “para descobrir onde estava o anel”? Nós éramos felizes e não sabíamos!

No tempo de adolescentes frequentávamos a sorveteria “RAINHA”, do Sr. Fransquinho, pai do nosso incondicional amigo José Helder, pessoa querida por todos , pelo seu carisma e sincera amizade. Saboreávamos gostosos picolés, sorvetes de abacate, graviola, abacaxi, sapoti, e outros, como também os sucos maravilhosos de cajá, caju, maracujá, e limão.

Que tempo bom, os encontros na casa da Nina Moreira e Carmem Silvia, “no grupo de amigos” que se reuniam para bater papo e fortalecer as amizades! No “clube dos estudantes”, frequentado na sua maioria, pelos adolescentes e estudantes de todas as idades, lá ouvíamos boas músicas, dançávamos e conversamos bastante, e todos eram amigos de verdade.

No período de féria era melhor ainda pois tínhamos mais tempo para as diversões.

Aos sábados ou domingos combinávamos passeios nos “Jesuitas “ou na “via sacra”, no rio do Sr. Otávio; no poço chamado “poço da moça”, ou tempos depois com a inauguração do balneário, dirigíamos para lá, aos banhos de piscina. Nunca para nós, mocidade da época dos anos, cinqüenta e sessenta, faltava divertimentos saudáveis, na boa companhia de nossos amigos do sexo masculino, que tinham por nós um carinho e respeito muito grandes.

Tínhamos a chegada do trem como pretexto para passear no putiú, ou para assitir a saída do trem suburbano aos domingos para Fortaleza.

Aos domingos, também íamos aos jogos intermunicipais, no Estádio do Monte Mor.

domingo, 1 de setembro de 2013

A LUA E O MAR

(GRACINDA CALADO)

Queria ouvir o choro da lua
O canto eterno do mar,
Na imensidão do infinito
Meu sonho é sempre lunar!

Se o mar beija a praia fria
Se a lua deixa rastros de luar
O amor que mora em meu peito
Não pode nunca acabar!

Nas ondas verdes que vagam
Levam saudades de alguém,
O vento que passa ligeiro
Levam os sonhos também!

O doce mar verde de sal,
Cantam cantigas de amor,
A lua branca brilha no céu,
Praias são cheias de cristal!

Quando a saudade aperta
Vejo o mar com seu furor,
Meu coração se desperta
Para encontrar outro amor!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A MORTE DO POETA

GRACINDA CALADO


QUANDO SE CALAREM OS PÁSSAROS E O SOL MORRER.
SOMENTE O SOM DO ABISMO SE DEFINIRÁ EM FANTASIA.
SEUS OUVIDOS ESCUTARÃO O SOM DO UNIVERSO E O ECO DOS LAMENTOS
O SOM DA NOITE CALARÁ A SUA VOZ DOLENTE,
SEU CORPO CAIRÁ POR TERRA AQUECIDO PELAS LÁGRIMAS QUENTES.
OS SEUS POEMAS NÃO MORRERÃO,
PERPETUAR-SE-ÃO COMO AS ESTRELAS LUZENTES.
MORRE O POETA, PORÉM NÃO MORRERÁ SUA CANÇÃO, SUA POESIA.
SEUS VERSOS SE PERPETUARÃO NAS VOZES DOS IMORTAIS,
QUANDO TUDO SE CALAR, SE CALARÃO O VENTO E O MAR.
O SOM DO ABISMO SE OUVIRÁ NA LÁPIDE FRIA.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

TUDO PASSA E SE RENOVA

Autor Desconhecido

Em nossa vida tudo passa,
Como as águas de um rio,
Quem mergulha nas águas de um rio pela primeira vez,
Nunca mais voltarão as mesmas águas,
Elas passam e outras águas chegarão e passarão também.
Tudo passa, as tristezas as alegrias, os sofrimentos,
Os dissabores, as emoções e tudo se renovará, se transformará,
Como as águas do rio!
Evoluiremos, sentiremos novas emoções, faremos novos projetos,
Atuaremos como novos personagens,.
Difícil, é a gente perceber tudo isso!
O tempo é quem se comprometerá por nós, decidirá por nós.
As saudades veem e passam,
As emoções chegam e vão embora,
As lembranças se desfazem no caminho.
A cada ano que passa compreendemos melhor a vida,
Com suas mudanças, suas renovações!
Somos dependentes do tempo,
Algumas vezes nosso amigo e outras nosso inimigo.
Quando olhamos no espelho sentimos que o tempo passou, como
As águas de um rio,
Resta-nos saber renovar nosso interior!
Aí seremos realmente felizes!
O que nunca passará é a eternidade!
Deus nunca passará, e a nossa vida eterna se renovará!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CANÇÃO PARA O MEU PAI

Gracinda Calado
(para meu pai Faraó Calado)

De repente no ar uma voz,
Um perfume, uma doce canção,
Tua forte presença marcante
Um desejo de louca visão.
Tua imagem aqui ao meu lado
Um sorriso , um gesto um olhar,
O teu timbre sonoro ressurge
Como um eco de um triste cantar
Como ébrio de tanta emoção
Ando tonta pra Lá e pra cá ,
Ouço tua voz quente e rouca,
Teu perfume espalhado no ar.
E o som que se vai lentamente,
E ecoa em todo lugar...
Acorda-me ansiosa do sonho
Que eu sempre esperei em sonhar.

O RIO QUE CORRE EM MEU CORAÇÃO

Gracinda Calado

Com os pés mergulhados nas águas do rio que vagarosamente corria sobre as pedras, eu ficava ali horas a fio sentindo o frescor da manhã, além de sentir a presença inconfundível de Deus!

Ao olhar as águas que corriam sem medo e sem tempo para correr, ouvia o canto das águas baixinho como cantiga de ninar, animando o meu coração refrescando os meus pés e a minha alma, sentia uma paz tão grande e um enorme equilíbrio na natureza que rodeava as margens do rio.

Vários galhos de árvores frutíferas caíam suavemente nas águas, como uma união entre a terra e o rio.

Os pássaros cantavam gorjeios maravilhosos, difíceis de se esquecer. Aquele era o momento mágico para um balanço do real, verdadeiro caminho da vida, também de projetar novos conceitos para viver bem. Novas reflexões surgiam embaladas pelo perfume das flores que desabrochavam nos galhos das árvores.

De longe eu avistava na outra margem do rio, mulheres lavadeiras que iam todos os dias lavar as roupas dos patrões da cidade. Apreciava o vai e vem das lavadeiras, batendo ou estendendo as roupas nas pedras, depois de tirar-lhes a sujeira toda. À tardinha elas levavam de volta a mesma roupa, já limpinha e perfumada.

Assim era a minha alma, quando eu voltava para casa, ela estava limpa, transparente, tranquila como as águas daquele rio que passava debaixo das árvores.

Muitas vezes voltei àquele lugar para novamente viver os momentos maravilhosos que a natureza sempre me proporcionava!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CANTARES

Gracinda Calado


Os cantares eram alegres alvissareiros.
Ao cair da tarde era romântico ver as andorinhas procurando os ninhos na torre para aquecer seus filhotes.
Como eram lindos os pintassilgos nos gorjeios matinais despertando os corações juvenis.
As rolinhas pulavam na grama verde à procura de sementes maduras.
No ar um gostoso mistério da natureza impulsionava as aves do quintal com seus cocoricós, avisando que puseram ovos fresquinhos e mais tarde se transformariam em lindos pintinhos, enfeitavam a paisagem sertaneja.
Momentos de grande beleza era a vida ao ar livre rodeada de encantos e de flores às margens dos caminhos por onde passavam os apreciadores da natureza.
Quando a chuva fina chegava, era como um banho que lavava a alma, com a água pura, transparente, que escorria nos corpos, tirando todas as impurezas da carne.
De repente o sol aparecia e mais luz e sinfonia de cores se manifestavam em toda a natureza inflada de beleza.
O cheiro de frutas no ar refrescava a paisagem que se apresentava gloriosa!
Flores, mil flores, desfilavam aos nossos olhos admirados pela variedade de cores e de perfumes que tinham os roseirais.
Nos ninhos, pequenas cabeças se ‘buliam’, renascendo entre gravetos os futuros pássaros que mais tarde inquietariam os amantes do silêncio.
Os cantares da natureza, são como ecos em nossa alma, que nos acompanham em toda a nossa existência e se juntam a outros “cantares” que durante toda a nossa vida fizeram parte de nós e fazem ainda a nossa história.
Foi nesse clima de natureza exposta e nua que eu nasci e cresci. Envolvi-me com seus mistérios e seus cantares, desde o amanhecer até a chegada da lua com pressa para aparecer. Nos jardins de minha cidade os sons mais comuns eram os sons dos pássaros que circundavam os benjamins verdejantes. A calma do lugar deixava sentir o vento que chorava à procura da montanha que se espalhava altaneira e bela, como um tapete verde de fazer inveja! Nas ruas enfeitadas de flores em seus jardins ou jardineiras, as abelhas se alimentavam discretamente sem intervenção de ninguém.
Como vão longe os meus cantares e os meus olhares na minha querida cidade de Baturité!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A COR MARROM

Gracinda Calado

Que seria do branco se não fosse o marrom com suas nuances claras e escuras trazidas pelo calor e a luz do sol!

Nos desertos as cordilheiras de areias de tonalidades variadas de marrom se misturam ao branco da areia e ao ouro do sol.

Nas grandes matas tropicais e florestas densas, animais de grandes portes de pele escura ou plumagens cor da terra desfilam suas belezas à luz do solstício confundem-se com plantas que nos dão seus frutos deliciosos.

O chocolate que consumimos extraídos do cacau, alimento exótico, sensual da cor de nossa pele morena.

No solo forte onde tiramos o barro escuro, jorra água límpida que mata a sede e serve de alimento para revigorar as energias perdidas e vitalizar nossas células.

No chão, folhas secas caídas ao solo voam ao sopro do vento, exibem o seu brilho natural e mais tarde se transformam em adubo para alimentar as plantas que nos dão seus frutos.

A pele macia e sedosa das mulatas que causa inveja a muitos estrangeiros, cuja mistura de raça, herança de nossos ancestrais originou a nossa cor. Nos músculos fortes e rígidos dos mulatos o cenário emoldurado dos trabalhadores da negra etnia de nossa brasilidade.

As árvores que exalam perfumes de suas flores escuras, sucos e chás nos servem de remédio e calmante como a ‘canela’, planta trazida da África para nossa flora tropical. Além de tudo as árvores que nos dão seus caules marrons de todos os tons, servem na fabricação dos móveis e de construção de casas e fortes habitações.

A cor marrom, da cor da terra que pisamos e dela tiramos o nosso sustento, um dia servirá de sepultura e guardará para sempre nossos corpos.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

CORAÇÃO PARTIDO

GRACINDA CALADO

EM UMA TARDE DE DOMINGO, ALGUÉM CHORAVA.
SEU PEITO CONVULSIVAMENTE ESTREMECIA,
O CHORO EMBARGAVA SUA VISTA E SUA ALMA,
SEU CORAÇÃO FERIDO EM LÁGRIMAS SE AFOGAVA!
TÃO GRANDE ERA A DOR NO PEITO QUE GRITAVA,
A SEPARAÇÃO DE UM TRISTE CORAÇÃO PARTIDO
DE JOELHOS SE AGITAVA E LOUCAMENTE ELA MORRIA,
DE AMOR INGRATO, MAL RECONHECIDO E ATORMENTADO!
SEU SANGUE CORRE EM SUAS VEIAS COMO UM RIO ESTREITO,
SUAS MÃOS SUADAS SUA TEZ MORENA EMPALIDECIA,
SEU CORPO MAGRO DEFINHAVA, NA FRIGIDEZ DO PEITO.
QUE DOR É ESSA QUE MALTRATA E ACABA ATÉ A MORTE?
QUE AMOR É ESSE QUE DESTRÓI O SENSO DE VIVER?
QUE CORAÇÃO É ESSE QUE NÃO SENTE O QUE É MORRER?
QUE MORRE AOS POUCOS PENSANDO QUE É VIVER?

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O ENCONTRO DE LUZ!


Gracinda Calado

Sabes por que te encontrei?
Porque tu estavas no meu caminho, ou eu estava no teu.
De repente nos encontramos e foi aí que tudo aconteceu:
Fiz parte da tua vida e tu fizeste parte da minha.
Estava escrito nas estrelas e em todos os planetas do céu!
O sol nos iluminou, as estrelas nos abençoaram,
A lua mandou beijos para nós!
Agora tu não podes mais fugir de mim nem eu de ti!
Tu és minha metade, minha vida, minha esperança,
Sem ti nada tem sentido, nada acontece, nada tem cor nem sabor.
Para esta união acontecer não é preciso estás bem perto de mim,
Pois de longe, na poeira das estrelas, ou no fundo mar, tu estarás sempre!
Em minha vida, na minha alma e em meu coração!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A MORTE DO POETA

GRACINDA CALADO

QUANDO SE CALAREM OS PÁSSAROS E O SOL MORRER.
SOMENTE O SOM DO ABISMO SE DEFINIRÁ EM FANTASIA.
SEUS OUVIDOS ESCUTARÃO O SOM DO UNIVERSO E O ECO DOS LAMENTOS,
O SOM DA NOITE CALARÁ A SUA VOZ DOLENTE,
SEU CORPO CAIRÁ POR TERRA AQUECIDO PELAS LÁGRIMAS QUENTES.
OS SEUS POEMAS NÃO MORRERÃO,
PERPETUAR-SE-ÃO COMO AS ESTRELAS LUZENTES.
MORRE O POETA, PORÉM NÃO MORRERÁ SUA CANÇÃO, SUA POESIA.
SEUS VERSOS SE PERPETUARÃO NAS VOZES DOS IMORTAIS,
QUANDO TUDO SE CALAR, SE CALARÃO O VENTO E O MAR.
O SOM DO ABISMO SE OUVIRÁ NA LÁPIDE FRIA.