sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ADOLESCÊNCIA

ADOLESCÊNCIA
Gracinda Calado

No desabrochar da minha adolescênciaCorria pelos vales e pelos montes,

Brigava com o vento que agitava meus cabelos,

Pegava frutas no pé, subia nas ingazeiras...

Tomava banho no rio, domingos e feriados,

Espantava passarinhos, fazia bruxas de pano,

Jogava “de pedras no chão!”

Quão fagueira era a vida, não pensava em sofrimento,

Doença, nem solidão.

Corria de encontro ao sol, tomava chuva nas tardes frias,

De pés descalços, corria nas plantações para alcançar os passarinhos.

Desmanchava seus ninhos, cheios de ovinhos, tão lindos!!!

Jamais imaginei que a vida mudaria...

Mudou, ou mudei eu! Ainda vou descobrir.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MÚSICA

Gracinda Calado


Divina invenção!
Sons dos deuses do universo, és tu divina música a deusa encantada de todas as horas.
Paixão da minha vida!
Doces acordes e perenes melodias soltas no ar que eu respiro e sugo sem medo.
Divina escolha de Deus em versos no infinito dos céus.
Sagrada música!
Lágrimas dos anjos, poesias em formas de estrelas que cintilam nas noites musicais.
Sons universais dos astros e dos cometas entrelaçados de luar nas noites escuras.
Ó música, magia dos cérebros protegidos pelos deuses gregos e romanos!
Ópio dos poetas e dos apaixonados, dos que sofrem por amor.
Remédio dos inválidos e dos que no peito traçam sentimentos vazios.
Melodias com gosto de mar e de luar em noites de solidão.
Bendita música enlevo das almas perdidas amedrontadas.
Guardas em seu seio nu os segredos dos musicais e das tragédias gregas.
Tangos, valsas e boleros cheios de histórias de amor e desventuras.
Canção do infinito, divina música dos menestréis de outrora!
Paixão, saudade é seu destino enganar corações apaixonados e sofredores nas tabernas das vilas sombrias.
Divina música!
Sopro dos anjos e dos deuses,és minha vida e minha morte,
Meu destino e minha sorte!
Sons de mistérios e de magias em noites de lua cheia olhando o clarão do luar.
Meu vicio preferido que em tudo me faz sorrir e cantar!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ARREPIO

Gracinda Calado

 
Arrepio-me ,quando ouço o barulho da chuva no telhado,
Quando o frio toca em meu corpo tal navalha,
Nas horas de solidão, ouvindo o sino da estação.
Quando o frio envolve o corpo numa sensação de vazio,
Fala de saudades e invade a minha alma de esperança.
Cada pingo de chuva é uma história, uma canção!
Gotas de chuva que rolam também em minha face,
Cansada de chorar e de gritar no silencio da noite,
A espera da lua e das estrelas com sua eterna magia!
Arrepio na minha alma enfeitiçada de luares
Adornada de flores e mistérios do universo,
Enquanto o sol despede-se da terra em brasa!




quarta-feira, 14 de setembro de 2011

BLOG PORTAL DO CONHECIMENTO, ESTE EU INDICO ...

PORTAL DO CONHECIMENTO

BLOG DA  RESPONSABILIDADE DO MEU AMIGO E COLEGA DA FACULDADE DE TEOLOGIA, PESSOA ÍNTEGRA, INTELIGENTE E DEVOTADA  ÀS CAUSAS SOCIAIS.

GOSTARIA DE FAZER REFERENCIA A ESSA PESSOA PELA QUALIDADE DO SEU BLOG: PORTAL DO CONHECIMENTO, QUE VISITEI HOJE E GOSTEI MUITO, PELA ESCOLHA DE SEUS TEXTOS APRESENTADOS A TODOS NÓS, PELO CARINHO DA ESCOLHA...

É UM SEGUIDOR DESTE BLOG, VERSOS E REVERSOS E SEI QUE SEMPRE NOS ACOMPANHA COM MUITA DEDICAÇÃO.
AO MEU AMIGO ROCHA ASSUNÇÃO, O MEU ABRAÇO E OS MEUS SINCEROS PARABÉNS PELO SEU BLOG, QUE É DE BOA QUALIDADE!
UM ABRAÇO DA AMIGA: GRACINDA CALADO.    EM 14/09 /11.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

ACREDITEM NO AMOR!

                                Gracinda Calado
Há dois anos ganhei um lindo jarro com uma das flores mais belas que eu já vi em minha vida: Uma orquídea lilás revestida de organdi, encantadora!
Zelei, dei-lhe água, adubo para que vivesse pelo menos uns três meses como haviam me dito que viveria. A cada dia que passava eu ia lá ao jarro da minha orquídea e falava com ela, e pedia que ela não morresse.
O tempo foi passando e o ritual seguia todos os dias, logo que eu acordava ia correndo ver a flor. Seis meses depois me surpreendi com algumas pétalas caídas, outras já murchas, condenadas a morte. Fiquei muito triste!
Todas as pétalas caíram e o pé de orquídea ficou com duas folhinhas, triste eu quase não esperava mais nada dele.
Um dia pela manhã levantei-me e decidi aguar as duas folhinhas, mesmo assim quase sem vida. A cada dia esforçava-me para ver algo naquele jarro que me trouxesse alegria, em vão minhas expectativas. Certo dia acordei e contei o tempo de vida daquela planta que tanto me comoveu um dia! Um ano se passou e apenas uma folha nova apareceu. Não insisti mais, apenas aguava e adubava a planta, pois não queria que ela morresse.
Mais um ano se passou e a minha aflição continuava. Todos já zombavam de mim, pelo tempo que eu estava perdendo com aquela pobre plantinha. Procurei esquecer que ela ainda produziria uma flor sequer!
Plasmem vocês! Hoje dois anos e meio do aniversário da orquídea ela apareceu com galho cheio de botões milimétricos, pareciam pequenos grãos. Animei-me! Coloquei novamente adubo e água fresca! Conversei com ela e para minha surpresa, vários botões se abriram lindas orquídeas enfeitavam aquele vaso, de um lilás perfeito, encantador, mais bonito que a primeira flor! O milagre aconteceu estou feliz, como um filho que acabara de nascer!
Grande Deus do Universo, bendito tu és pela natureza que nos deste! Envia teus anjos para abençoar as minhas lindas orquídeas e que elas vivam pelo menos mais dois anos!
O AMOR VENCEU. ACREDITEM  NELE!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O PREÇO DA IDADE

(Gracinda Calado)
Qual o preço da idade?

Direi sem rodeios, nem medos: é o peso da inconformação.

O que não aceitas? Olhar no espelho ou o branco dos teus cabelos?

Tuas rugas no rosto?

Por que não te olhas com olhar de menina?

Este teu olhar de velha inconformada com o tempo é o teu castigo!
O tempo que passou te deixou marcas, fragmentos de uma vida bem vivida!

Ama tua pele, ama o teu coração que tanto amou um dia!

Não rejeite as aparências do tempo, pois nelas está toda tua sabedoria!

Não rejeite os mistérios da tua alma, que ela foi um dia testemunha das tuas vitórias e das tuas alegrias.

Agradeça tudo que da vida tiraste e o que ela te ofereceu!

Confia que um dia passaremos e levaremos o que de mais sagrado temos.

Um dia olharás no espelho da alma e não mais verás as rugas do teu rosto, nem teus cabelos brancos, verás somente a transparência do amor que tu levaste para a outra vida.
Não chorarás de amores vividos, pois o tempo não existirá mais.

Agora aceita o preço da tua idade!

Sonha com flores e jardins.

Não desista nunca de viver!

Crê, um dia ou a cada dia tudo começará novamente!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ENQUANTO O SOL NÃO VEM

Gracinda Calado
Anoitece!

Pouco a pouco tudo se tornará tranqüilidade.

O bosque exibe suas árvores carregadas de flores da primavera,

Exalam um perfume maravilhoso, aproveito o momento e caminho até minha casa.

Serena, volto ao lar depois de um dia de trabalho.

Depois da ceia noturna leio um livro, e releio os sonetos de Camões.

Durmo e acordo na madrugada; sem nenhum motivo vou à janela e olho a rua.

A natureza está morna, sem nenhuma brisa para refrescar a madrugada.

O conjunto de luzes acesas nos apartamentos, parece uma chuva de estrelas no ar.

Aos poucos algumas janelas se abrem e as luzes se apagam.

Por uma faixa de visão, avisto o mar distante, sinto que a manhã já está chegando, lenta e calma.

No céu umas nuvens escuras ameaçam transformar a paisagem da janela.

Devagarzinho as ruas acordam, enquanto o sol derrama uma luz clara sobre a cidade sonolenta. Preguiçosamente os coletivos se arrastam pela avenida principal do bairro e os trabalhadores do dia correm para pegar suas conduções.

Os vigilantes da noite voltam para casa sonolentos e cansados.

Amanhece e a luz do sol agora intensa cobre toda a cidade!

Foi-se embora mais uma noite e eu nem notei, admirada com a beleza do céu, com o perfume da madrugada e com o barulho do mar!

sábado, 3 de setembro de 2011

VIDA EFÊMERA!


Gracinda Calado


Nem mesmo o brilho do teu olhar brilhará para sempre!
Assim são as flores das cerejeiras que desabrocham hoje perfumando e enfeitando a natureza toda, viverão para sempre!
Elas marcam a primavera a estação do amor que um dia também se acabará.
A nossa vida, a vida de nossos pais, nossos amigos, nossos filhos, netos bisnetos ... Passarão como nuvens que foram vida e luz, passarão ao sopro do vento, seguindo o ciclo normal das criaturas.
As flores que floresceram nos jardins aos cuidados dos jardineiros, definharão ao calor do sol e ao frio da noite, ao balanço do vento, ao sopro dos vendavais, se - tornarão adubos para outras flores, e outros jardins.
Os dias e as noites que cativamos histórias passaram como um filme em que fomos personagem principal do enredo.
Passarão nossos prazeres, nossos sofrimentos, nossos deslumbramentos, nossas riquezas, nossas dores que julgávamos eternas, nossas doenças que pensávamos incuráveis, também passarão!
Passarão o hoje e o amanhã que se tornarão passado!
Passará a vida, pois ela é efêmera e renascerá a eternidade.
Só uma coisa nunca passará: a existência de Deus!