quinta-feira, 28 de julho de 2011

A ROSA AZUL

Gracinda Calado

 
Aquela rosa era azul, brilhava como as estrelas em noites de luar.

Às vezes causava inveja as outras rosas do jardim, pois seu perfume era inconfundível.

Nas noites de lua cheia ela surgia radiante e perfumada igual a flor jasmim.



Era uma rosa tão linda, da cor do céu e dos olhos de Maria, mãe de Jesus!

Às vezes eu ficava pensando nos mistérios da natureza, entendia como é belo viver, sentir o cheiro do mar, ver a luz das estrelas clareando a escuridão, ouvir o canto dos pássaros, o pio das corujas em noites de serração esquentando seus filhotes nos galhos secos com frio!



Assim a natureza, como a rosa azul, iluminava tudo ao redor do jardim, com sua cor diferente; seu perfume embriagava até o coração da gente!

A rosa azul era um mistério, uma rosa de rara beleza, suas pétalas eram mágicas e só se abriam em noites de lua cheia, para confundir as outras rosas que sorriam da sua cor.

A rosa azul era alegre, vibrante cheia de graça e de sedução!

terça-feira, 26 de julho de 2011

SER POETA

Autora: Gracinda Callado

Ser poeta é soltar as amarras,Gracinda_2011 (1)
É descobrir desejos adormecidos,
É amar incondicionalmente a vida.
É sentir calafrios em seus versos,
Enquanto o peito explode de paixão,
A alma renasce em seus reversos.
Ser poeta é ser triste e ser alegre,
Despir-se de muitos preconceitos,
É sonhar, viajar além das estrelas.
Ser poeta é parir verso por verso,
É extrair água de pedra bruta,
É explodir no ar a solidão.
Descobrir na dor sua parceira,
Ser companheiro da saudade,
Ter verdadeira inspiração!

Fonte: VERSOS & REVERSOS

SER POETA

Gracinda Calado

Ser poeta é soltar as amarras,

É descobrir desejos adormecidos,

É amar incondicionalmente a vida.

É sentir calafrios em seus versos,

Enquanto o peito explode de paixão,

A alma renasce em seus reversos.

Ser poeta é ser triste e ser alegre,

Despir-se de muitos preconceitos,

É sonhar, viajar além das estrelas.

Ser poeta é parir verso por verso,

É extrair água de pedra bruta,

É explodir no ar a solidão.

Descobrir na dor sua parceira,

Ser companheiro da saudade,

Ter verdadeira inspiração!

domingo, 24 de julho de 2011

NO JARDIM DOS AMJOS...

Gracinda Calado
Naquela manhã o sol brilhava como fagulhas de fogo.

Os pares de borboletas dançavam por entre os madrigais floridos.

Em um canto do jardim, lá estava ele, calado, triste pensativo.

Cheguei mais perto, procurei tocá-lo, mas quanto mais eu me aproximava mais distante ele ficava. Afastava-se como para fugir do lugar. Porém a minha mente estava ligada a ele. Pude sentir as batidas do seu coração e o brilho do seu olhar.



Uma grande árvore roxa pendia seus lindos galhos cheios de flores perfumadas. Aquela árvore me atraia fui até ela sentir seu perfume. Os galhos que pendiam estavam cheios de flores que me encantavam. Meus olhos, meu olfato, todos os sentidos estavam impregnados de tanta beleza.

Por um instante senti que tudo era criação de minha imaginação.

Fechei os olhos e de repente ele chegou, tocou minhas mãos e disse-me ‘adeus’.

Aquele adeus que me faltava para entender tudo o que estava acontecendo.



Fiquei ali parada por um distante e ele aproximou-se mais.

Fechei os olhos como num sonho senti o seu abraço, meu amor! Enquanto isso uma chuva fina caia e dissipava tudo.

Saí apressada e passei por uma grande estátua de um anjo que abria e fechava as asas e falou-me: “Aqui é o jardim dos anjos”.

Saí correndo passei por uma passarela de flores e as borboletas continuavam dançando em pares ao meu redor, e o véu do tempo se abriu e acordei feliz!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

PENSE EM MIM...


Gracinda Calado
Pense em mim ao ouvir essa música que fala de nós dois.

Pense em mim quando a chuva cair devagar.

Quando o orvalho da noite molhar teus cabelos,

Pense em mim quando a lua sair majestosa e desconfiada.

Pense em mim ao ver uma flor se abrir como um sorriso de criança,

Pese em mim quando as estrelas pouco a pouco aparecerem no céu,

Quando a noite escura espalhar seu negro véu,

Pense em mim ao ouvir o canto mavioso dos pássaros,

Pense em mim na longa estrada empoeirada de nossos caminhos.

Pense em mim quando seu coração bater acelerado,

Pense em nós dois e nos dias de festas que éramos felizes,

Pense em mim meu amor, eu estarei sempre pensando em você!

terça-feira, 19 de julho de 2011

O CIRCO


Gracinda Calado

A coragem e audácia do homem me encantam.

Jogos de luz no ar, tons coloridos e brilhantes.

No turbilhão de luzes e de cores aparecem os animais.

Carrosséis de cavalinhos desfilam com garbo

E o picadeiro vibra loucamente!

O elefante no ritmo da moda balança o pezinho

E dança de emoção!

Agora o cavalinho exibe seu sapateado

Ao som do clarim e do tambor.

O homem é o domador selvagem,

O animal fera adestrada...

Cordas bambas no ar, lonas, trapézios e arames,

O homem avança corajoso, esquece o mal,

Lança-se destemido no fio de metal:

Daqui pra lá, de lá pra cá, tudo é normal!

O jovem malabarista se apresenta,

Corpo, braços e mãos se agitam ligeiros.

É inconfundível a magia do circo!

Danças de luzes, jogos e ações,

Incrivelmente tonto o embriagador de paixões

Consegue embriagar toda a platéia!

O palhaço, ah! O palhaço louco

Cômico engraçado consegue conquistar corações,

Identifica-se com a alma infantil.

Passo matreiro agitado, brincalhão, feliz, atrapalhado,

Provoca gargalhadas, não chora.

Ri a fantasia. Consola e anima.

Brilha, enche a vida de alegria!

sábado, 16 de julho de 2011

SE EU TE ENCONTRAR...


Gracinda Calado

Quando a noite vem chegando com seu véu noturno,

Paro e penso em te encontrar na garoa fina que cai.

O mar silencia o som das suas ondas para te esperar.


A noite cai trazendo com ela a solidão dos poetas.

No céu as estrelas piscam esperando uma resposta minha,

Para que eu possa te encontrar e realizar meu sonho de felicidade.

Se eu te encontrasse seria tão bom, tão romântico, uma noite assim!



A areia fina da praia se estende tal qual um manto branco,

As estrelas soltam beijos de luz na esperança de te encontrar.

A lua chega para te receber e te acolher em seus braços de brilhantes.

Num só abraço te enlaçarei com meus braços fortes nessa noite azul.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

AS ANDORINHAS: MEMÓRIAS DE BATURITÉ

Gracinda Calado

As andorinhas vivem nas torres das igrejas.

Passam ligeiras como relâmpagos.
No verão elas disputam os lugares com os morcegos nos telhados.
À tardinha voam ligeiras para os seus ninhos.
Chegam em bandos como se chegassem para a guerra.
Obedecem a um comando de voz que só elas entendem.

Geralmente se localizam nos lugares mais altos das torres das igrejas.
Ali elas constroem seus ninhos, onde os homens não alcançam.
As andorinhas dormem cedo e pela manhã voam em bando fazendo algazarra.

Sempre gostei das andorinhas.
Elas defendem seus filhinhos contra os predadores.
São vidas cheias de liberdade e alegria!

As andorinhas são lembranças da minha infância,
Do tempo em que eu era feliz.
Voam rápidas, sem destino, sem hora,
Vestidas de preto jovens senhoras,
Protegem os filhotes nos seus ninhos.

Jamais alguém se manifestou um dia
Criar uma andorinha na gaiola.
Às vezes tenho dúvidas deste pássaro
Se ele é mesmo irracional...
Pois na vida defende-se do mal.

Pássaro negro, rápido, aventureiro,
Viuvinha, feliz é a andorinha,
Não dá bolas, jovem senhora,
Seu canto jamais alguém ouviu
Mesmo assim ela é feliz
Lá no cume da torre da matriz.

domingo, 10 de julho de 2011

LEMBRANÇAS DOS FOLGUEDOS


Gracinda Calado

Debaixo de teus cajueiros o tempo passava depressa, como os amores da juventude e as águas de verão.

O sol batia em nossa pele bronzeada, envolvida no cloro da piscina que amenizava nossas férias no mês de junho. Eram esplêndidos os folguedos de ‘são joão’, as fogueiras, as comidas de milho e tapiocas, as músicas regionais nordestinas e a paçoca de carne de sol!

Enquanto a música tocava, todos nós nos envolvíamos nos assuntos de família e nossa mãe nos chamava para o almoço ou jantar, e o aluá e o milho verde depois assado na fogueira. Era costume fazer fogueira e no dia seguinte recolher as cinzas, que eram jogadas nas plantas para que prosperassem.

Era assim durante as férias: muitas brincadeiras, banho de piscina, muitas frutas e reunião de família, sem darmos conta do tempo que passava e a conversa rolava por muitas horas e muitas histórias e controvérsias vinham à tona nessa hora.

Quando o cansaço chegava armávamos as redes no alpendre para um rápido cochilo. As visitas não paravam de chegar, e logo nos uníamos a todos ,numa breve animação!

Como eram doces os dias felizes no sítio “Boa Vista”!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O SILÊNCIO DA MINHA ALMA


Gracinda Calado

Depois de descobrir as belezas do coração,

Deixei que a alma seguisse o destino da lua,

E encantar-se pelo luar, pelo silêncio, pela solidão!

É no silêncio e na solidão que a minha alma chora,

É na claridade da lua que a minha alma ouve a música dos anjos.

Depois que descobri o som do silêncio não mais estarei só.

É na oração que ouço mais nítido o som do silêncio,

E na contemplação do céu, a lua silenciosa me encanta!

É no silêncio de minha alma que ouço o palpitar de meu coração, o compasso das horas, o som do universo, em versos transcendentais e me curvo ao esplendor da natureza infinita.

É no silêncio da minha alma que meus olhos derramam água viva de amor em preces e meditações.

O silêncio da minha alma é o cantar das águas serenas do riacho que desce das montanhas.

É no silêncio que contemplo o divino e imortal.

É no silêncio de minha alma que entendo a bênção e a dádiva perene da vida!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O QUE É SAUDADE?

Gracinda Calado

Saudade, não significa tristeza, melancolia,
Sentimento amargo, depressivo, falta de alegria.
Saudade é sentimento sublime que só as almas puras
Sabem interpretar, no fundo do coração.

Saudade é entre o eu e o outro, uma ligação.
Gesto sublime de Deus para nos unir a alguém,
Que queremos bem, que nos faz falta também!

Saudade é necessidade de ver, sentir, sem mentir...
Saudade é explosão de amor no fundo da alma,
Rebentos de muitas lágrimas que choram o vazio...

Saudade é a dor que dentro do peito se apavora,
Sentindo que vai morrer seu amor a qualquer hora,
Saudade é mistério de Deus criador de nossa alma,
Controlador de nossa dor, que nos transporta e acalma,
Une o meu eu ao meu tu oculto e invisível amor.