quinta-feira, 29 de julho de 2010

RETRATO DE MEUS PAIS

RETRATO DE MEUS PAIS

Gracinda Calado

Faraó e Antoniêta

Abri o álbum, por um instante, me emocionei...

Quem poderia me fazer ficar tão triste?

Um casal de braços dados como antigamente.

Chorei de emoção ao ver a velha fotografia

 

Não quero mais ver esta foto antiga,

Pois ela só me traz recordação.

Vejo meus pais, alegres, sorridentes,

Como se o tempo não passasse para eles.

Infelizmente já passou, ficou a saudade.

 

O que será de mim agora, nessa hora,

Sem eles, sem minha alegria e minha história.

Morrerei de saudades e de recordações.

Meu pai nos seus oitenta anos bem feliz,

Minha mãe nos seus setenta bem vividos.

 

Doces lembranças de amor e de felicidade!

Os filhos ao redor da mesa cantam parabéns,

Os netos gritam parabéns! Paz e felicidades!

Saudades de ti meu pai, e de ti minha mãe!

 

Volto ao passado tão distante sinto frio...

 

Onde ficaram aqueles que eu amava tanto

Meus olhos enchem-se de lágrimas sentidas.

Pareciam imortais na minha infância,

Na eterna felicidade dos seus filhos,

Onde estarão vocês agora meus pais?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

AS BORBOLETAS VOLTARAM

AS BORBOLETAS VOLTARAM

Gracinda Calado


As borboletas voltaram para a dança nupcial,

Encontram seus lugares, seus parceiros,

Seus amores sugam inteiro o roseiral.

 

Batem as asas, voam cobrindo o milharal.

Voam as borboletas, voam, vêem ao meu jardim!

Aqui terão o que guardei, meu amor sem igual.

 

Rodopiam no espaço, aqui, ali, e acolá,

Ficam fartas de desejos de mil beijos.

Na alcova do jardim em pleno mês de abril.

 

Borboletas incandescentes, pequeninas,

Asas cheias de luz reluzente no infinito,

Pares perfeitos de amores e de cores.