sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A VIDA DAS BORBOLETAS


A VIDA DAS BORBOLETAS

GRACINDA CALADO

EM UM PEQUENO JARDIM DEZENAS DE CASULOS PENDURAM-SE NOS GALHOS FLORIDOS DAS TREPADEIRAS.
ESPERAM O TEMPO DE PARTIR.
DEPOIS DE VIVEREM ASSIM PRISIONEIROS, SEM VER A LUZ DO SOL, SOLTAM-SE VAGAROSAMENTE OS CASULOS, SE ABREM E VOAM EM BUSCA DE SEUS SONHOS.
SÃO LINDAS BORBOLETAS MULTICORES, PERFEITA CRIAÇÃO DA NATUREZA. VOAM EM ZIGUE ZAGUE OU DANÇAM NAS COPAS DOS GIRASÓIS OU DAS ROSEIRAS, ENFEITANDO OS CANTEIROS DOS JARDINS.
INVADEM O AR, FAZEM A FESTA NO MEIO DE MIL CORES E DOS PERFUMES DAS ROSAS E DOS JASMINS.
O TEMPO DO CASULO FOI UM TEMPO DE PREPARAÇÃO PARA VIDA.
O CASULO SE ABRE, ABREM-SE AS ASAS DAS BORBOLETAS PARA ENFRENTAR OS PERIGOS QUE A VIDA LHES OFERECE.
MUITAS VEZES NO MEIO DAS FESTAS E DAS BELEZAS É QUE O MUNDO LHES APRESENTA, PORÉM UM PEQUENO ACIDENTE PODE TIRAR-LHES A FRÁGIL VIDA.
ASSIM SOMOS NÓS, COMO PEQUENAS BORBOLETAS EM FESTA.
AO PEQUENO ACIDENTE PODEREMOS PERECER DEPOIS DE PASSARMOS POR TODOS OS ESTÁGIOS DA VIDA, ORA LAGARTAS, ORA CASULOS, E ENFIM BORBOLETAS.
NASCEMOS, VIVEMOS E MORREREMOS UM DIA.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

VIAJANTE DAS ALÁCIAS



Viajante das galácias


Gracinda Calado


Viajante das estrelas sei que fui um dia!


Andei errante nos céus que guardam os grãos de estrelas mortas.


Passei despercebida em frente mil galáxias e planetas cintilantes.


Sorvi o ar do etéreo e místico esplendor do cosmo em ebulição.


Nas caladas da noite fiz meu ninho nas estrelas vivas pequeninas,


Dancei ao som do vendaval dos astros e do sol,


Senti o vento do luar que abraça a lua inteira.


Pisei no chão lunar, na areia branca reluzente,


Senti o cheiro de Deus lá nas alturas; rezei uma oração


Para que meu coração nunca se canse de bater feliz!

domingo, 18 de outubro de 2009

SE EU TE ENCONTRAR...



SE EU TE ENCONTRAR...


Gracinda Calado



Quando a noite vem chegando com seu véu noturno,


Paro e penso em te encontrar na garoa fina que cai.


O mar silencia o som das suas ondas para te esperar.



A noite cai trazendo com ela a solidão dos poetas.


No céu as estrelas piscam esperando uma resposta minha,


Para que eu possa te encontrar e realizar meu sonho de felicidade.


Se eu te encontrasse seria tão bom, tão romântico, uma noite assim!



A areia fina da praia se estende tal qual um manto branco,


As estrelas soltam beijos de luz; na esperança de te encontrar.


A lua chega para te receber e te acolher em seus braços de brilhantes.

Num só abraço te enlaçarei com meus braços fortes nessa noite azul

terça-feira, 13 de outubro de 2009

AOS PROFESSORES


(Colégio N.S. Auxiliadora de Baturité)

AOS PROFESSORES



(Gracinda Calado)


Dia dos professores!


Dia de reflexão, de pensar a profissão escolhida.


Dia de festejar com os alunos o dia do amigo de todas as horas, aquele que vive em função do seu próximo todos os dias de sua vida.


A missão do professor é curar as feridas da alma, é levar luz aos que vivem na escuridão do saber. Lutar para transformar o cidadão do mundo, com suas paixões, suas opiniões,


Ideologias; agarrar-se ao projeto de um futuro melhor para todos, nesse mundo de incertezas, grandes transformações tecnológicas, científicas, e educacionais.



Quando o desânimo bate em nossa porta e as tentações são fortes demais, ou quando vacilamos, tem uma voz que grita mais alto aos nossos ouvidos, é a do professor. Conselheiro, amigo, companheiro, são as qualidades desejadas pelos alunos.


Ser professor é uma experiência fantástica de vida!


Quando ama, suporta decepções, ingratidões, aprende a ser melhor, mais compreensivo, alegre e mais feliz.


Aprende muito com os alunos também. O dia a dia, é um convívio de irmãos, de amigos, não pode ser diferente.


O professor é aquele que fica marcado para sempre em nossos corações.


É um pedaço de nós mesmos, quando ele divide o seu saber, ou partilha conosco sua história, sua própria vida.


Ah! Quem me dera, neste dia homenagear a todos os professores com rosas; escolheria as que tivessem os melhores perfumes e as mais fascinantes cores, pra cobrir a todos eles com pétalas perfumadas.


Faria um enorme tapete multicolorido para que sua passagem aqui na terra fosse mais festiva, alegre, amena e mais feliz!


Parabéns nobre professor no seu grande dia!


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

MIRAGEM



MIRAGEM (PARA ALDEMAR)


Gracinda Calado


Senti saudades de você,


Corri pra ver o luar.


Eu vi você numa estrela,


Não me cansei de olhar!



Você brilhava tanto!


Sua cor era branca,


Cristalina, cintilante,


Ofuscante, purpurina!



Soltei beijos pra você,


Tive vontade de ir até lá.


Senti um forte desejo de


Tocar teu corpo estelar!

CADEIRAS NA CALÇADA



CADEIRAS NA CALÇADA


MEMÓRIAS DE BATURITÉ



Gracinda Calado



Todas as noites soprava o vento do Cangatí. O calor era grande e na calçada todos se reuniam para tomar uma fresca na hora que o vento passava.


Ali , na calçada pessoas passavam, algumas paravam para trocar um dedo de prosa.


Não havia quem não se aproveitasse daquela situação singular, com suas cadeiras de balanço na mesma hora e local na calçada.


Vizinhos se reuniam para aproveitar o frescor nas largas calçadas da cidade.


Vendedores de picolé, de coxão de noiva,’ tijolim,’ cocada, puxa-puxa, etc.


.Iam e vinham vendendo seus produtos e guloseimas aos freqüentadores das calçadas.


Os assuntos que saíam nas conversas, dependiam dos acontecimentos daquele dia: quem fugiu com quem, quem se casou com quem, fulano se separou, a filha do sr.F está no caritó, o menino do casal R, nasceu, e por ai se desenrolava até meia-noite o “converser.” Às vezes as gargalhadas ecoavam no silencio da quase madrugada, quando a conversa era engraçada.


Quem morreu, quem nasceu, todos os freqüentadores das calçadas sabiam logo, e ao,amanhecer as noticias saíam quentinhas como o pão da padaria mais próxima.


Em meia hora toda a cidade já sabia o que acontecera durante a noite.


Mesmo assim era muito divertida a vida naquela cidade!


Hoje não se pode mais sentar nas calçadas...


Todos se fecham em seus portões e obrigatoriamente vão assistir televisão.


Até quando viveremos assim, prisioneiros, dentro de nossas próprias casas!


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CANÇÃO DO TEMPO



CANÇÃO DO TEMPO


GRACINDA CALADO


CANÇÃO DO TEMPO DE CRIANÇA NO JARDIM,


ENTRE AS FLORES MATINAIS, ORNAMENTAIS.


CANÇÃO DO VENTO NA JANELA FAZ PENSAR .


CANÇÃO DA NOITE FRIA NAS RUAS ABERTAS,


CANÇÃO DOS NAMORADOS NOS CORETOS,


CANÇÃO DO MAR NAS PRAIAS DESERTAS,


CANÇÃO DO FILHO PRÓDIGO NO CINEMA,


CANÇÃO DOS SEUS CABELOS EM CARACÓIS,


CANÇÃO PARA NINAR VOCÊ E EU,


CANÇÃO DE UM IMENSO AMOR!


CANÇÃO DO TEMPO E DO LAMENTO


CANÇÃO DO NEGRO ESCRAVIZADO,


CANÇÃO DE UMA GRANDE DOR!

domingo, 4 de outubro de 2009

A NATUREZA CHORA SILENCIOSAMENTE


A natureza chora silenciosamente

Gracinda Calado

Aonde eram flores, rosas e chorões,
Hoje plantas daninhas, lodos e musgos.
Nas encostas verdejantes, tapetes de avencas,
Hoje plantas selvagens nascidas nos grotões.

Os rios já não correm mais com tanta coragem,
Os pássaros já não cantam mais suas canções,
Tudo perdeu o sabor e a cor, não há aragem,
Só sequidão, devastação, no coração da serra.

O orvalho da manhã cai preguiçosamente
Das pétalas das rosas em extinção secreta.
Não se ouve no telhado o canto da cotovia,
Partiu sem dizer nenhum adeus saudosamente.

A natureza chora o silencio da escuridão da mata,
Ninguém ouve seu soluçar de agonia e dor.
Suas lágrimas caem como a seiva das plantinhas,
Que morrem ao calor do sol que lhes maltrata.

O rio corre sempre lentamente todo ano,
Como um velho caminhando em ziguezague,
Roubaram-lhe as forças de seguir andando,
Rumo ao destino puro e natural do oceano.

O vento agora passa ligeiro como quem domina
a vida, cheia de verdes e amarelos caules,
Devasta tudo de maneira atrevida e pequenina,
nos rincões da serra, da cidade e dos sertões.

Como era linda a natureza em festa e cor,
Quando os pardais faziam belos festivais,
Todos cantavam para agradecer a vida,
Nas manhãs de lindos e dourados matinais.

Um dia choraremos a falta do verde e da campina,
Da luz do luar, do canto do galo e do rouxinol,
Da água caindo em dias de chuva na colina,
Do verde do mar, do canto dos pássaros e do arrebol.

sábado, 3 de outubro de 2009

FLOR DO CACTUS


A FLOR DO CACTUS
Gracinda Calado

Quem disse que a rosa é a mais bela?
A flor do cactus entre todas as flores
É a mais bonita a mais faceira e mais singela.

Nasce entre espinhos, sem medo de morrer,
Sua beleza encanta até quem lhe despreza,
Respira altaneira com vontade de crescer.

Nunca se viu assim tão invejável flor,
Com ares de princesa ou de rainha,
A flor do cactus, é a flor do bem e do amor.

Na sua história de perfeição real,
Outras existem que sempre a invejam,
Sua cor, sua beleza, seu perfume natural.

Flor do asfalto, das pedras e das caatingas,
O seu destino é enfeitar e perfumar
Todos os espinhos que lhe transpassam
Sem correr sangue, nem lágrima a derramar.

Eu queria ser como a flor do cactus,
Em vez de chorar a dor de espinhos,
Perfumar as lágrimas de amores.