sexta-feira, 31 de julho de 2009

MEU FILHO!



MEU FILHO


Gracinda Calado


Quando o véu da noite te assustar chama por mim que eu estarei por perto para te iluminar.


Quando as sombras se transformarem em fantasmas, reza ao teu criador que encontrarás a luz.


Quando os teus problemas não tiverem solução, pensa em mim e estarei pronta para te ajudar.


Quando a injustiça te castigar grita por socorro e a verdade far-se-á presente nessa hora.


Reza meu filho, para que o mal se afaste sempre de ti e não te araste para o abismo negro.


Pede a Deus em oração para nunca te faltar o pão que mata a fome e a água que mata a sede.


Segura firme o terço e ora a virgem Maria pela paz que emana de seu coração, para abençoar o mundo e as criancinhas.


Pede por tua mãe, meu filho, e que as sombras das discórdias não apaguem a esperança de viver feliz.


Ajuda sempre aos necessitados e carentes de amor e pão de cada dia.


Abandona o vicio e o pecado que só maltratam o coração de Jesus.


Quando nas caladas da noite a solidão te procurar nunca estarás sozinho,


Medita na sorte que tiveste de ser filho de Deus.


Quando um dia eu não estiver mais ao teu lado, lembra-te de mim,


Aquela que te gerou e te amou sempre, por toda a sua vida!

quarta-feira, 29 de julho de 2009



É NOITE NA SERRA


Gracinda Calado


Quando o véu da noite desce, tudo escurece de repente.


O sol foge rapidamente como se não pudesse demorar nem um minuto.


As nuvens escuras anunciam a negritude do lugar como uma magia temporal.


Os sons que ocupam o lugar manifestam-se por entre as grandes árvores,


E a solidão toma lugar nos seus caminhos.


Calmamente surgem no céu estrelinhas tímidas como olhos de animais noturnos.


A coruja passa em rápido vôo para o esconderijo como se quisesse brincar de ‘esconde e esconde. ’


Minha atenção redobra-se calmamente a fim de ouvir um pio abafado.


Presa no ninho a rolinha geme e chora o frio da noite e os filhotes piam sem sossego.


O silencio fala na mata escura, meu coração anseia escutá-lo.


Mistérios da meia noite vão chegando em forma de sombras que saem das árvores majestosas e copadas.


Mágicas poesias são trazidas pelo vento ao meu coração.


No céu o cintilar fraquinho dos corpos estelares desfiam suas luzes em alto espaço sideral.


O meu peito chora as saudades de tudo que vivi e de tudo que não vivi ainda.


Uma emoção estranha se apodera de mim como se quisesse me adormecer e sonhar.


Já é tarde e a noite escura segue seu destino se preparando para receber brevemente o sol.


terça-feira, 28 de julho de 2009

QUISERA U TER ASAS PARA VOAR



QUISERA EU TER ASAS PARA VOAR


Gracinda Calado


Como um grande pássaro quisera eu ter asas para voar.


Cortar o vento e deslizar nas alturas onde o espaço não tem limites.


Minhas grandes asas azuis chegariam ao topo dos montes serpenteando as cordilheiras.


Como um grande pássaro dirigiria meu rumo e chegaria ao sol no sentido do vento.


Nas noites enluaradas beijaria o luar e abraçaria as estrelas solitárias.


Quisera eu ter asas para enfrentar as dificuldades do espaço e no meu peito levar consolo aos que de mim precisassem.


Nas alturas ficaria mais perto de Deus e avistaria a terra como uma grande bola azul recheada de pessoas e de mistérios.


No espaço faria meu ninho de amor e nada nesse mundo iria me incomodar ou castigar.


Minhas grandes asas levariam aos montes noticias alvissareiras de amor e paz para toda a humanidade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

MINHA VOZ



MINHA VOZ


Gracinda Calado


Minha voz é o som da minha alma,


Ninguém ouve nem ouvirá um dia,


É o som gerado no ventre da terra,


Doce mel que embala e acalma.



Minha voz é o ar que eu respiro,


Canção de um coração apaixonado,


Minha voz é o canto das sereias,


Eco de saudade grito e suspiro.



Minha voz é o grito aventureiro,


O pranto de uma mãe aflita,


O canto dos pássaros no arvoredo,


O lamento, o canto derradeiro.


LEMBRANÇAS...


Gracinda Calado



Uma das maiores lembranças que tenho da minha infância é da Igreja do Rosário de Fátima.


Ficava perto da minha casa, na Avenida Proença em Baturite.


De lá eu podia vê-la, humilde e grande ao mesmo tempo, na sua majestosa arquitetura secular.


Ficava no cruzamento de duas ruas e sempre estava fechada.


Quando havia missa eu corria para vê-la de perto por dentro e admirar a beleza da estátua de N. Senhora do Rosário de Fátima.


Tinha um Menino Jesus tão lindo parecia verdadeiro.



A Igrejinha servia de orientação aos transeuntes que se dirigiam a outras cidades do Maciço, determinando o norte e o sul da cidade.


Apesar de quase adolescente não entendia muito bem das determinações que regiam uma cidade.


De repente vou morar em outro bairro, no sitio em um bairro chamado Lages.


Era um lugar em inicio de desenvolvimento. Fiquei com muita saudade da minha igrejinha, que todos os dias quando eu acordava olhava para ela como se ela fizesse parte de mim.


Qual foi a minha surpresa, passei por ali certo dia, onde eu apreciava a igrejinha, ela não estava mais no lugar. Foi derrubada...


Quão grande foi a minha decepção e tristeza, a igreja de N. Senhora do Rosário não existia mais.


Chorei naquela noite.


Os anos se passaram, nunca mais eu vi a minha santinha!


Passeando no bairro onde fui morar encontrei uma construção, me aproximei e perguntei ao encarregado:


_ Que construção é esta?


Ele me respondeu com segurança: “É a igreja de N. Senhora do Rosário de Fátima, aquela que foi retirada do meio da rua no centro da cidade.”


Fiquei nervosamente emocionada e só Deus sabia o que se passava no meu coração!


Pensei: Ela veio pra perto de mim!


Fiz de tudo para ajudar na sua construção incentivando meus pais a fazê-lo.


A igreja foi inaugurada com grande festa!


À tardinha o sino tocava para o terço comandado pelo Sr. Josué, que tinha todo carinho por ela.


Fiquei feliz!


Porém não me esqueço de tudo que passei com a saída da Igreja de Nossa senhora do Rosário de Fátima do coração da cidade.


Como eu já estava adulta entendi que o progresso obrigou a sua retirada daquele lugar para dar escoamento ao transito que aumentara na cidade.

domingo, 19 de julho de 2009

CANÇÃO PARA O AMIGO


CANÇÃO PARA O AMIGO
Gracinda Calado

Nas horas de aflição é você que me estende a mão.
É você que me ouve nas horas amargas de indecisão
A você dedico minha gratidão e o meu amor.
Somente você me faz ver o quanto o mundo é bom com tudo que lhe rodeia.
Amigo de todas as horas, no pranto ou na alegria, fortalece-me com suas palavras de conforto e esperança.
Deus me deu você como amigo para que eu compreenda que o mundo não é mal e que ainda existem pessoas boas que amam o seu próximo sem nada pedirem em troca.
O seu coração de irmão me ensina a ser corajosa e forte, ajuda-me a crescer e fortalecer meu espírito em Deus.
Encoraja-me nos meus projetos e nos meus sonhos, inspira-me a ver o bem e desprezar o mal.
Neste dia do amigo gostaria de lhe cobrir de flores e derramar todo o seu perfume sobre você, que é uma pessoa merecedora de toda a minha gratidão!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O HOMEM FOI À LUA



O HOMEM FOI À LUA


Gracinda Calado



O homem foi à lua.


Quarenta anos de uma aventura sensacional, inigualável para toda a humanidade.


Desvirginou o espaço que era só dela, onde guarda seus mistérios e suas intimidades espaciais.


A mesma lua que todas as noites de “lua cheia ou nova” nos presenteia com sua luz prateada levando-nos a uma viagem interior.


Lua que nas noites dos enamorados contagia as almas apaixonadas, ouvindo o murmúrio do vento e a canção do mar.


Sua beleza resplandece em todo o universo e a natureza encanta, pelos apelos lunares e pelo brilho que ofusca os corações humanos.


Nada se compara a tão misterioso planeta, que na terra se avizinha e do sol rouba-lhe a luz e o calor!


Lua de prata e de anil que leva seus cantares a todos os apaixonados, os que não têm medo de amar e serem amados.


Desvirgina com seus encantos a alma de uma mulher, enleva o coração dos homens ao patamar dos místicos e dos sábios.


Misterioso satélite que nas noites de claridade transforma a razão em sonhos, dominados pela beleza do luar.


Amiga daquele que na solidão lhe chama para desabafar seus desejos impossíveis.


Ó lua das noites frias e solitárias, das noites quentes de verão, das noites salpicadas de estrelas, das cantigas de ninar!


Lua que segue os viajantes nas caminhadas noturnas e dos que se perderam nos caminhos da vida.


Lua para sempre será o canto do universo, das nossas saudades e das nossas lembranças.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

LUAR DE PRATA



LUAR DE PRATA


Gracinda Calado



O LUAR É UM GRANDE LAGO MISTERIOSO!



Longe no céu, derramas tua luz divina,


Envolves todos num raio de prata celestial.


O véu da noite parece um manto de estrelas,


Que brilham como pedras de raro cristal.



Nossos olhos são como espelhos em tua fronte


Quando cintila nas alturas a luz do firmamento.


Nosso coração na ânsia louca de entendê-las,


Bate mais forte ao som profundo do momento.



Ora dirás que é muito natural brilhar assim!


Porém nunca se ouviu falar em estrelas


Que nas noites escuras do universo sideral,


Brilhassem tanto como gotas de puro cristal!



O véu da noite é um manto cor de anil,


A música do luar é uma magia pura,


O som do universo o coral dos anjos


A luz do firmamento uma eterna loucura.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

O PÃO E O LEITE QUE ME ALIMENTARAM



O PÃO E O LEITE QUE ME ALIMENTARAM



GRACINDA CALADO


Onde ficaram tuas lembranças verdadeiras?


Teu sal que o sabor nos dava no alimento,


Onde ficou teu cheiro de café pilado,


O doce mel do açúcar na coalhada,


Onde ficou todo perfume espalhado


Pelo chão da sala e da cozinha?



Sabor igual ao pão francês não há,


Café com leite desnatado no fogão.


Ainda sinto o sabor dos teus beijus,


Tuas cocadas feitas de marrom glacê,


O leite mugido na hora certa matinal,


O fubá para fazer o saboroso angu.



Minha querida Maria soprando o fogão à lenha,


Sustentava o abano de palha pra lá e pra cá,


Dedicava-se de corpo e alma o cuscuz fazer,


Como se fosse sua, a vida dos que dela precisavam.



O alimento era a solução do corpo,


O amor era o alimento da alma.


A reza e a união as forças que sustentavam a fé.


O pão todos os dias bem fresquinho,


Deslizando nele a nata branca.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

MICHAEL JACKSON

MICHAEL JACKSON

GRACINDA CALADO

O CÉU RECEBEU MICHAEL JACKSON COM FESTA.

AGORA ELE DESLISA NAS ESTRELAS SEUS PASSOS LIGEIROS E ALEGRES.

DOMINA O ESPAÇO CÓSMICO, VOA ALTO, LÁ AONDE OS PÁSSAROS NÃO CHEGAM.

MENINO DO SORRISO LINDO, MENTE DE CRIANÇA QUE NÃO ENCONTROU O BRINQUEDO

PREFERIDO PRA COMPRAR.

PAI CARINHOSO E DEDICADO, INGÊNUO, CHEIO DE MEDOS;

MEDO DE SORRIR, MEDO DE PASSEAR, MEDO DE SAIR PELAS RUAS, MEDO DE TER AMIGOS,

MEDO DE VIVER EM PAZ.

ANGUSTIADO SEMPRE, PELAS CALÚNIAS E INFAMIAS DOS APROVEITADORES E INESCRUPULOSOS;

AMIGO DOS DESAMPARADOS, DESGRAÇADOS, INFELIZES, DOENTES TERMINAIS,

PARA ELES TUDO FAZIA PARA AMENIZAR SUAS DORES.

ESCONDIA-SE NA MÁSCARA PERENE DE VIVER, PARA OCULTAR O QUE LHE AFLINGIA NO CORPO E NA ALMA.

IMCOMPREENDIDO PELOS MAIS ESPERTOS E SÁBIOS, NÃO ESCONDEU SEU DESESPERO NAS MÚLTIPLAS PLÁSTICAS DO SEU ROSTO

PARA QUE PUDESSE SE SENTIR MAIS FELIZ.

VOA MICHAEL JACKSON, ABRE SUAS ASAS DE DANÇARINO PERFEITO; DANÇA NAS NUVENS COM OS

ANJOS QUE COM VOCÊ CANTARÃO NO CORO LÁ DO CÉU UMA LINDA MELODIA, O QUE DURANTE TODA A SUA VIDA SOUBE CANTAR MUITO BEM!

SOU A SENHORA DO MEU TEMPO


SOU A SENHORA DO MEU TEMPO
Gracinda Calado

Sou a senhora do meu tempo
Do tempo que vivi e convivi,
Pra atrás ficou o meu passado,
Janela aberta para o meu futuro,
O tempo resolveu me castigar
Transformando-me em contra tempo.
Cantei para esquecer tal tempo,
Chorei para afogar as mágoas,
Fui a criança que se aconchegou
Nos braços fortes da esperança,
Pisei no chão seguro do destino
Voei nas asas firmes da bonança.
Hoje sou a senhora do meu tempo,
Hoje sou a senhora do meu destino,
Hoje sou a senhora da minha história.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

JARDINS ANTIGOS DE BATURITÉ


JARDINS ANTIGOS DE BAURITÉ


Gracinda Calado

Ainda me lembro dos belos jardins da minha cidade.

O perfume contagiava a praça.

Na entrada um arco de flores desabrochava nos ares,

Enfeitando e animando tudo ao seu redor.

A luz da primavera transformava-se em magia e perfume que embalsamava os ares.

As brisas da serra varriam as árvores silenciosamente atentas aos ecos das serranias.

Em cada canto da praça enormes benjamins esculpidos em formas de animais,

estrelas, avião, e outros, adornavam aquele recanto da cidade.

Verdadeiras obras de arte envaideciam os filhos da terra e encantavam os visitantes.

Os jardins foram planejados em formas geométricas obedecendo à geografia do lugar.

Ao redor do jardim casarões seculares desfilavam garbosamente dando mais beleza ao ambiente.

Em um dos lados do jardim um bosque, onde flores e trepadeiras explodiam em verdes e coloridos

sobre o caramanchão, iluminado com o clarão da lua.

Nas noites de luar era propício aos namorados fazerem suas juras de amor debaixo do caramanchão nos bancos da praça.

Pela manhã o sol e os pássaros vinham beijar as flores que se multiplicavam em cores entre as margaridas e as avencas.

No centro da praça um coreto, que nas noites de primavera recebia a banda da prefeitura

magnificamente sob a batuta do mestre Permínio para alegrar e enlevar os freqüentadores do lugar

com suas valsas e canções de amores.

A banda abrilhantava e deleitava a todos enquanto a lua derramava seus raios de prata sobre toda a cidade.

Baturité viveu o auge de seu tempo, e a sociedade os prazeres naturais do seu clima ameno

que favorecia tanta beleza aos nossos olhos espalhada por toda a cidade.

Os grandes saraus poéticos aconteciam nas casas de amigos ou dos intelectuais e músicos da cidade.

As noites eram plácidas e frias no mês de Junho enquanto se aproveitavam as férias escolares.

Quantas saudades do perfume das ‘angélicas, das borboletas, das estrelas, dos jasmins, das rosas meninas, dos bugaris’

Que embriagavam o ar e nossos corações naquelas noites estreladas.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

SAUDADES DO “JACARÉ”

Gracinda Calado

Ele era uma figura impressionante!

O seu coração não tinha tamanho quando se relacionava com alguém, de tanto que ele se entregava a serviço do outro.

Em todas as ocasiões se podia contar com ele, fosse pobre ou fosse rico, preto ou branco ele estava sempre disponível para atender ou servir alguém.

Era um cara amável, aproveitava a vida em todos os sentidos, na sua alegria de viver e de prazer nas grandes rodas de amigos.

Ele era o irmão de todos, o namorado, o amigo, a alegria era uma constante em sua vida.

Muitas vezes senti-me segura ao seu lado quando nas festas e nos passeios que fazíamos em grandes grupos, ou nos grandes papos debaixo dos lindos benjamins, ou nas noites de lua na pracinha da cidade, ou nas casas dos amigos.

Em todos os bailes lá estava ele sempre pronto para cooperar com todos ou com qualquer coisa para que a festa se realizasse.

Nos anos sessenta nosso grande amigo fez parte da nossa vida. Sua atuação nos grandes eventos era imprescindível principalmente formando pares de danças, em todos os tempos de nossa juventude. Nos festejos de são João, nas quadrilhas bem marcadas, nas festas de fim de ano, na festa das flores no mês de maio, nos leilões, nas quermesses, em todas as ocasiões sociais lá estava ele sempre disposto marcando sua admirável presença.

Alma pura, delicado, amável, não havia ninguém do seu circulo de amizades que não o amasse. Morreu muito cedo, quase de repente deixando em nossos corações muitas saudades.

Que saudades de José Helder, carinhosamente conhecido por "Jacaré"!

UIRAPURU


UIRAPURU


GRACINDA CALADO


Voa UIRAPURU, NESSE CÉU IMENSO, ONDE AS ESTRELAS FAZEM O SEU BANQUETE!
Voa ENTRE AS ÁRVORES DA SERRA, SEM RUMO E EM DASATINO LOUCO.
Voa NOS RICÕES DO MATO VERDE DA FLORESTA, ENFEITADA DE FLORES E IPÊS.

PÁSSARO CANTADOR, SEU CANTO É TRISTE COMO A PRECE DOS DEUSES MUSICAIS.
EM HARMONIA CANTAS TODAS AS CANÇÕES DOS ANJOS FLORESTAIS.
TEU BICO DOCE NOS ENCANTA, ESCONDIDO QUE VIVE NAS FOLHAGENS VERDES.

ÉS MAGIA E ENCANTAMENTO DAS PASSARADAS E DOS BEIJA-FLORES,
SEGURAS TEU CANTO COMO SE FOSSES MORRER DE AMORES.
SERESTEIRO CANTADOR DA MINHA TERRA, ENTOAS CANÇÕES DE DORES.

A MORTE DO POETA


A MORTE DO POETA


GRACINDA CALADO

QUANDO O VENTO SOPRAR COM FORÇA
ESCUTARÁS A VOZ DO POETA EM AGONIA.
QUANDO SE CALAREM OS PÁSSAROS E O SOL MORRER
SOMENTE O SOM DO ABISMO SE DEFINIRÁ EM FANTASIA.

EM TEUS OUVIDOS ESCUTARÁS O SOM DO UNIVERSO E O ECO DOS LAMENTOS
O SOM DA NOITE CALARÁ A TUA VOZ DOLENTE,
TEU CORPO CAIRÁ POR TERRA AQUECIDO PELAS LÁGRIMAS QUENTES.
OS TEUS POEMAS NÃO MORRERÃO,
SE PERPETUARÃO COMO AS ESTRELAS LUZENTES.

MORRE O POETA, PORÉM NÃO MORRERÁ SUA CANÇÃO, SUA POESIA.
SEUS VERSOS SE PERPETUARÃO NAS VOZES DOS IMORTAIS,
QUANDO TUDO SE CALAR, SE CALARÃO O VENTO E O MAR.
O SOM DO ABISMO SE OUVIRÁ NA LÁPIDE FRIA.