terça-feira, 29 de abril de 2008


SE MEUS VERSOS FALASSEM
Gracinda Calado

Se meus versos falassem diriam muitas coisas.
Que o mar é um caminho sem fim.
Que o barquinho singra nas ondas leves da ilusão.
Que no meu interior mora um anjo e um demônio talvez...
Às vezes o anjo aparece em forma de carinho
E o demônio em forma de solidão.
No encontro dos dois, só quimera, ilusão!

Dentro do meu coração moram versos de saudades,
Dentro do teu coração, moram versos de paixão.
O sentido do amor ficou nos versos que eu perdi,
A qualidade do amor nos versos que sonhei.

Se meus versos falassem, falariam de poemas.
Amor sem mistérios, amor sem fim, amor ternura.
Se meus versos falassem, estaríamos juntos,
Nas ondas do universo, nos fragmentos das estrelas.

Se o mar é o caminho, prefiro ficar sozinho,
Se o barquinho viaja ligeiro é porque tem pressa,
Prefiro a calmaria dos ventos brandos,
Prefiro ser mensageiro de teus beijos e afetos...

Para falar a verdade, escrevi nos meus versos,
Pedaços de vidas, centelhas de sonhos.
Toda a felicidade que um dia eu te dei,
Hoje mora no tempo e nos versos que te dei.

Meus versos são cristais que o tempo quebrou.
São fragrâncias, ternura, perfume, frescor,
Que o passado apagou na poeira do vento,
Que o mar carregou e o sonho acabou!

domingo, 27 de abril de 2008

OS OLHOS DOS VELHOS


OS OLHOS DOS VELHOS (MEU PAI)
Gracinda Calado

Os olhos dos velhos são olhos de experiências.
São olhos de saudades e de compaixão,
São olhos que sabem o que merece ser lembrado em suas vidas.
São olhos que esquecem o que aconteceu ontem, mas lembram o que aconteceu há muito tempo!
Os olhos dos velhos são olhos que estão sempre acenando um adeus, uma despedida,
São olhos que vêem cores, multicores, no amarelo do sol, no azul do céu e no verde do mar.
São olhos de crianças abandonadas nos momentos de solidão.
Os olhos dos velhos amam num ‘piscar de olhos...’
Amam os fracos, os fortes, os desamparados os esquecidos.
Os olhos dos velhos são olhos de sonhos perdidos no universo de suas memórias.
São olhos misteriosos, curiosos, cheios de sabedorias.
São olhos de crianças que vêem um motivo novo em cada brinquedo que aparece, para ser feliz.
Os olhos dos velhos são olhos novos que penetram no mistério das coisas, nos mistérios da vida!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A BUSCA


A BUSCA

Gracinda Calado

Fui buscar-te nos versos,
Na dor, no medo, no amor,
Na solidão, na arte, nos reversos,
Dos nossos partidos corações.

Tentei te esquecer, em vão,
Não deu, meus sentimentos,
Mudaram, e a dor chegou,
Como um voraz ladrão.

Tentei te buscar, na ilusão,
De sentir a beleza da vida,
Para adiar a saudade louca,
Para deixar de chorar meu coração.

Desta distancia imensa,
Chamo por ti novamente,
É preciso que tu venhas logo,
Não quero despedida triste.

Busquei-te e te encontrei nos versos,
Na dor e na melancolia te senti,
Ao olhar nos olhos da saudade
Tive certeza que era hora de partir.

quarta-feira, 23 de abril de 2008


QUANDO EU ERA CRIANÇA...
Gracinda Calado


“ QUANDO EU ERA CRIANÇA PENSAVA COMO CRIANÇA”...

Pensava que os pássaros voavam até chegar ao céu;
Que todas as mães eram santas e puras;
Que os anjos falavam a linguagem do paraíso,
Que só Deus entendia suas falas.
Quando eu era criança pensava que os carneirinhos brincavam
Nas nuvens brancas e eu ficava momentos contando suas passagens.

Que o mar findava no encontro com o céu, por isso era azul.
Que são Jorge montava um cavalinho branco na lua.
Que a alma da gente viajava no espaço e ouvia os sons do universo.
Que as palavras nasciam da música de um piano (por causa da partitura).
Que o barquinho corria ligeiro empurrado pelas ondas do mar.
Que o vento ouvia a gente falar de amores e levava essas palavras para bem longe!

Que no fundo dos oceanos moravam dragões e sereias.
Que nas praias, as conchas, levadas aos ouvidos
Imitavam os sons do barulho das ondas.
Que meus pais nunca morreriam...
Que Deus amava as criancinhas e nunca as deixariam sós.
Que do outro lado do mar, existia uma cidade perdida,
Onde moravam os reis e as rainhas em seus castelos.

Que a tristeza não existia, era coisa de gente grande.
Que a dor e o sofrimento só existiam com os poetas.
Que toda alma éra música que se tocava sem parar.
Que a vida é um mistério de Deus;
Que o fogo era feito de feitiço e de magia;
Que Deus morava nas igrejas e passeava com os anjos no céu.

Hoje, penso como gente grande: a alma sente nostalgia e muitas vezes é prisioneira.
Hoje me vejo ainda como criança quando volto ao passado;
Meu coração ainda pulsa como criança, mas não fala como criança;
Nem pensa como criança.
Como adulta, faço a viagem em sentido contrário.
Rastejo-me nas pegadas de minha infância feliz e abençoada.

Hoje minha alma sente saudades das minhas origens.
Às vezes se sente estranha, acanhada...
Anda para trás e navega ao sopro das recordações;
Hoje minha alma é de poeta, sofre a dor de ‘enganador’;
Nos versos que eu quero arrancar de meu interior!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

UNIVERSO EM EXPLOSÃO!


UNIVERSO EM EXPLOSÃO!
Gracinda Calado

Céu azul, milhões de estrelas passeiam na amplidão!
Longe viajam galáxias perdidas na grande extensão espacial.
Milhares de pontos luminosos nascem e morrem na solidão do espaço.
A natureza é calma e o silencio fala na profundidade de uma noite esplendorosa.
Milhões de corpos celestes, cintilam no movimento de expansão do universo em harmonia.
Quanto mais distantes, mais as vozes dos astros se perdem na cordilheira sideral.
A chuva de luz cintila em cores de néon espacial e o universo chora a estrela que morreu!
Dentro dessas galáxias, esconde-se um coração que era só meu.
Nas cintilações das estrelas existe um ponto luminoso que é o teu adeus!
No rastro fluorescente de uma estrela que morreu, está escrito o teu nome e o meu!
Na imensidão da luz que cobre a terra inteira mora uma saudade, que alimenta o meu coração e o teu!
A música dos astros e das estrelas se confunde com o nosso choro triste de solidão.
O colorido espacial é uma aquarela em que está pintado o teu retrato e o meu!

domingo, 20 de abril de 2008

SE EU PUDESSE...


SE EU PUDESSE ...
Gracinda Calado


Se eu pudesse faria o tempo parar, para te ter novamente.
O teu perfil escultural seria a minha inspiração de agora.
Olharia os teus olhos brilhantes, cristalinos, de encontro aos meus.
Mataria essa saudade que me leva aos ventos quentes do passado.

O que fez de nós o destino agora!
Será que nos jogou sem piedade nos braços torpes da ilusão?
Onde ficaram os nossos sonhos que sonhamos juntos...
Onde morreram nossos projetos da mocidade...
Onde dormem nossos sentimentos e desejos de paixões?

Se eu pudesse faria o tempo voltar novamente!
Voltaria a ver com ele teus versos de amor,
tua e a minha história de corpos jovens,
traídos pela vontade trágica do destino.
Onde estão as marcas do tempo de felicidade,
E as promessas feitas em silencio e calma.

Longe se foram os momentos de loucas paixões,
De amores e ilusões!
Ó tempo áureo dos folguedos inocentes,
Das músicas, das canções de primaveras!
Tempo do amor sincero e das noites frias,
Dos enamorados e dos violões plangentes.

Quisera eu voltar àqueles tempos de doçura,
Voltaria com o frescor das manhãs de outono,
Dos tempos idos e vividos sem amargura,
Na mais profunda intimidade com o tempo,
Na real certeza que eras meu ainda!
SE EU PUDESSE
Gracinda Calado


Se eu pudesse faria o tempo parar, para te ter novamente.
O teu perfil escultural seria a minha inspiração de agora.
Olharia os teus olhos brilhantes, cristalinos, de encontro aos meus.
Mataria essa saudade que me leva aos ventos quentes do passado.

O que fez de nós o destino agora!
Será que nos jogou sem piedade nos braços torpes da ilusão?
Onde ficaram os nossos sonhos que sonhamos juntos...
Onde morreram nossos projetos da mocidade...
Onde dormem nossos sentimentos e desejos de paixões?

Se eu pudesse faria o tempo voltar novamente!
Voltaria a ver com ele teus versos de amor,
tua e a minha história de corpos jovens,
traídos pela vontade trágica do destino.
Onde estão as marcas do tempo de felicidade,
E as promessas feitas em silencio e calma.

Longe se foram os momentos de loucas paixões,
De amores e ilusões!
Ó tempo áureo dos folguedos inocentes,
Das músicas, das canções de primaveras!
Tempo do amor sincero e das noites frias,
Dos enamorados e dos violões plangentes.

Quisera eu voltar àqueles tempos de doçura,
Voltaria com o frescor das manhãs de outono,
Dos tempos idos e vividos sem amargura,
Na mais profunda intimidade com o tempo,
Na real certeza que eras meu ainda!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

OLHAR DO PERDÃO


OLHAR DO PERDÃO
Gracinda Calado


Guardei para ti um doce olhar,
Um olhar dos que têm alma e coração,
Guardei para ti toda a esperança,
De conquistar um dia teu coração!

Hoje, como ontem, na simplicidade do amor,
Guardei perdão e misericórdia,
Para descansar teu aflito coração,
No novo encontro do amor concórdia.

Já não me lembro mais teus erros,
Darei para ti a força do perdão,
E a minha força dentro de ti,
Falará de paz, amor e oblação.

Há sempre um lugar em mim,
Para amenizar tua viagem louca
Pois, teu caminho seguirá feliz,
Do jeito que o destino quis.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A MÚSICA E A LUA


A MÚSICA E A LUA.
Gracinda Calado

Gostaria que este texto fosse feito de música,
Com todos os tons e semi-tons que a música tem.
Gostaria que a música tocasse, quando a lua apontasse ao longe.

Uma canção suave, anunciasse seis horas da ‘ave-maria.’
O badalar do sino da igreja, tocasse um concerto com a orquestração do universo,
e o meu som com o teu se misturassem em uma apoteose mística encantadora!

Como seriam os sons musicais que saíssem dos meus versos?
Quando a noite dormisse, a lua nascesse para o nosso deleite noturno!
Na dança deste som imortal, dançassem as estrelas como pontos luminosos na escuridão do céu.
Meu coração cheio de amor, tocasse o som do pulsar dos corações enamorados.

A música suave,nessa hora, levasse as almas para além dos horizontes, das montanhas e dos vales.
A noite amiga, misteriosa e bela, se apresentasse com seu vestido de gala para ouvir o nosso som..
Somente a lua fosse testemunha deste concerto imortal, na noite memorável do nosso amor!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

CARTA DE AMOR (Nº 10)


CARTA DE AMOR ( Nº 10 )
Gracinda Calado

Amor da minha vida!
O que posso fazer para que acredites em mim? Esta tua desconfiança me maltrata muito.
Tu mesmo sabes que não gosto de ninguém além de ti. O teu amor preenche toda a minha vida! Desde o raiar do dia até ao anoitecer não tenho pensamentos para nada nem ninguém, a não ser para ti. Preenches o vazio de minha alma carente. Só o que eu não suporto é saber que não acreditas na grandeza de meu amor. Dias vão e vêm e essa incerteza te persegue sem razão nenhuma, pois prova de amor te dei bastante e continuo te dizendo que és a única pessoa capaz de pertencer o meu coração. Esta insegurança maltrata o meu coração de tal maneira que só penso em te encontrar para juntos refazermos esses desencontros que já estão virando tristes pesadelos.
Meu grande amor! Apareça, para me ver e sentir que tudo o que eu digo é verdadeiro e real. Sou capaz de jurar aos pés do altar de Deus que és o meu único e verdadeiro amor!
Sinto muito tua ausência e é por isto que eu morro de saudades...
Receba um abraço sincero e um beijo demorado de quem te ama muito.
SIMONE.

terça-feira, 15 de abril de 2008

QUANDO CHORO...


QUANDO CHORO...
Gracinda Calado


Choro quando sinto saudades de alguém.
Quando em meu peito sangra uma paixão.
Ao ver uma criança perdida na escuridão da fome, e seus braços esqueléticos não sustentam um pão.
Choro ao te ver partir sem adeus, sentindo que um dia fui feliz contigo.
Choro pela mãe que perdeu seu filho, como eu perdi o meu.

Choro em noites tristes de inverno quando o sono me rouba a cena do dia.
Choro na angústia de uma mulher, ao ver seu corpo ferido pela barbárie de seu amor.
Choro nas madrugadas serenas de decisões.
Choro pelos corações partidos, incompreendidos, maltratados e desesperados.

Meu choro é maior nas misérias das favelas, nas calçadas das noites vadias do pecado, nos casebres de plásticos e papelões, nas tendas desconfortáveis onde uma criança se prepara para nascer sem nome.
Ò Deus como chora meu coração, ao saber que uma criança foi jogada no lixo ou nos esgotos da cidade! Piedade Senhor!
Calai o pranto e as dores de todas as mães miseráveis sem esperanças e sem futuro promissor.

Meu coração chora pela ingratidão dos irmãos que não ajudam a matar a fome dos pequeninos...
Choro pela ingratidão dos homens do poder, que não olham para os pobres oprimidos, excluídos e desesperados.
Choro pelos anciãos, pobres velhinhos, doentes, desprezados pelos seus próprios filhos, nos abrigos das cidades.

Choro pelos filhos da Amazônia, índios, caboclos, mamelucos, homens, desbravadores, sem assistência, sem educação, sem nada, só sua fé lhes salvará e curará suas feridas.
Ò Senhor até quando choraremos?
Tende piedade, Deus de misericórdia!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

COISAS DA MINHA TERRA. ( MÊS DAS FLORES)






COISAS DA MINHA TERRA
(MÊS DAS FLORES)




Gracinda Calado


Quem não conhece Baturité, é preciso ir até lá e se encantar com suas belezas naturais.
Especialmente no mês de Maio.
Mês de Maio das novenas, das coroações e das procissões de Nossa Senhora.
Mês de Maria Auxiliadora, onde aprendi a venerar N. Senhora e me encantar com suas dores.
Mês de Maio, na serra, as pacavilhas explodem em todos os lugares.
Às margens das estradas, cobertas de orvalho as avencas enfeitam o seu caminhar e as palmas e samambaias nossa vista alcança verdadeiras cortinas verdes, transparentes.
Enquanto o sol aparece tímido, o cheiro do café maduro solta odores refrescantes das suas frutinhas vermelhas.
No chão centenas de tipos de plantinhas rasteiras, de cores variadas, amarelas, brancas, azuis, vermelhas e lilases, enfeitam o chão como tapetes multicores.
O ar da serra é puro e suas árvores são majestosas, lindas de se ver.
As jaqueiras carregadas de frutos saborosos como mel, as mangueiras carregadas de flores e botões, prenunciam uma grande fartura.
As bananeiras exibem seus cachos de bananas amarelos como o sol, doces como o açúcar dos engenhos de cana.
O canavial se espalha altaneiro, onde se esconde uma abundancia de história do passado, dos negros e dos caboclos cearenses.
Mês de Maio, festa das flores: margaridas, rosas, azaléias, copos de leite, cravos brancos, pacavilhas, bougaris, avencas, miosótis, saudades, sorriso de maria e jasmins. Todos são nomes de flores que cultivam na região e no mês de Maio enfeitam os altares das igrejas.
É tradição em Baturité a festa das flores no clube principal da cidade, o Baturité Atlético Clube ( BAC), ou no clube do Banco do Brasil, (AABB).
São festas dançantes, com ornamentações belíssimas, naturais, com flores e muitas folhagens de samambaias, avencas e palmeiras ornamentais.
Como é de costume, uma jovem, rainha das flores é eleita para assumir a majestade de mais bela baturiteense, “rainha das flores”, e nessa festa participam pessoas de todos os lugares do grande Maciço de Baturité.
Mês de Maio para mim é especial, pois foi nesse mês que pela primeira vez vi a beleza dessa terra e senti os primeiros perfumes das flores da serra; minha terra natal, onde nasci para a vida e para o mundo, com olhos de natureza, nos braços de meus pais.

O OLHAR DO PERDÃO
Gracinda Calado


Guardei para ti um doce olhar,
Um olhar dos que têm alma e coração,
Guardei para ti toda a esperança,
De conquistar um dia teu coração!

Hoje, como ontem, na simplicidade do amor,
Guardei perdão e misericórdia,
Para descansar teu aflito coração,
No novo encontro do amor concórdia.

Já não me lembro mais teus erros,
Darei para ti a força do perdão,
E a minha força dentro de ti,
Falará de paz, amor e oblação.

Há sempre um lugar em mim,
Para amenizar tua viagem louca
Pois, teu caminho seguirá feliz,
Do jeito que o destino quis.

sábado, 12 de abril de 2008

ALMA GÊMEA


ALMA GÊMEA
Gracinda Calado


Queria ser tua alma gêmea
Sentir a luz da tua doce vida.
Chegaste iluminando tudo,
Com tua divina claridade.

No esplendor de tua luz,
Abusei do teu sorriso lindo,
Alma gêmea de minha alma
Quero um dia morrer sorrindo.

Alma gêmea de meu amor
Não quero te perder da luz
Não quero ser escura agonia
Como o calvário de Jesus.

Se um dia tu me abandonares
Não saberei viver sozinha,
Minha alma é chama de tua alma
Sangue do teu sangue, minha luz.

Um dia o teu caminho seguirei
No rastro dessa luz bendita,
E lá no céu te encontrarei,
Ò minha alma gêmea,
sem ti não viverei!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

FORTALEZA, MEU AMOR!


FORTALEZA, MEU AMOR!
Gracinda Calado


Ao ti ver assim bela e florida,
Não há quem não te ame e beije
Com essas praias brancas, lindas,
Cartão postal do meu querido Ceará.
Tua história conta histórias de amores,
Dos tempos idos e vividos, do passado,
Dos carnavais dos poetas e sonhadores,
Das cantigas de niná das mocinhas,
Dos passeios no parque das crianças,
Nos tempos de quermesses e folias.

Ao ti ver assim, ainda moça e bela,
Canto contigo umas canções,
Beijo teu solo querido e singelo,
Do passeio público dos tempos de serões.
Quem me dera beijar teu corpo forte
Dos teus heróis e bravos jangadeiros,
Do homem afoito, destemido do mar,
Onde ficaram meus sonhos de criança.

Fortaleza querida, terra abençoada!
Das rendeiras, dos pescadores valentes,
Das serestas da praia de Iracema,
Do forte de Nossa Senhora da Assunção,
Das procissões, das noites de novena,
Das tuas praias e mares verdes,
Como os olhos da morena de Alencar.

Salve terra querida no dia do teu aniversário,
Contigo quero ser criança, cantar em bom tom,
Parabéns, à morena, desposada pelo sol!
Terra da luz, de Iracema e Alencar!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

PESSOAS PASSAM EM NOSSAS VIDAS




PESSOAS PASSAM EM NOSSAS VIDAS.

Gracinda Calado


Muitas pessoas passam em nossas vidas como anjos.
Algumas como flores passam perfumando tudo.
Outras passam como chuvas de verão, passam e vão embora.
Algumas pessoas nos ajudam a subir, dando-nos as mãos para levantar nosso corpo.
Pessoas como anjos solitários da noite, chegam e saem devagarzinho, como plumas de algodão.
Em minha vida passaram pessoas como furacões, devastando tudo; outras não significaram nada, pois nem as lembro muito bem, outras deixaram marcas indeléveis e outras cicatrizes.
Algumas nos dão carinho, com uma palavra nos ajudam levantar.
Pessoas passam como rios caudalosos, lavando nosso coração das tristezas e das imperfeições.
Outras deixam suas marcas. Fazem raízes e se fixam em nossa vida.
Pessoas existem que tomam conta de nosso ser e tornam-se proprietárias de tudo.
Algumas passam deixando saudades, como se nós não pudéssemos viver sem elas.
Passam sonhos em forma de pessoas, passam miragens e vento forte.
Algumas são como rosas enfeitam nossas vidas, transformam nosso coração, aliviam nossas almas.Não sei qual a pessoa que você é; sei qual a pessoa que eu sou. Desejo ser em sua vida o perfume das flores para perfumar a sua vida e lhe fazer feliz.

terça-feira, 8 de abril de 2008

NO PALCO DA VIDA


NO PALCO DA VIDA
Gracinda Calado


O sonho é forma de enxergar a vida.
É a luz que ilumina nosso caminhar,
Ilumina os palcos de nossas vidas
Nos coloca máscaras e fantasias.

No palco da vida somos reis, rainhas.
Cravamos, punhal em nosso peito.
A nossa dor é grande e pura fantasia
É falsidade é fingimento é só orgia.

No picadeiro de nossas vidas
Os corações são despedaçados
Enquanto o riso corre solto
Nos lábios e na garganta.

Um grito de desespero ecoa
Longe e silencioso, peito aberto,
Primeiros sinais de uma loucura
De quem perdeu o senso do amor.

O louco palhaço no picadeiro grita,
Sua alma é fraca e sofre a dor atroz,
O sonho chega para mostrar que é hora
De acordar do sonho que levou sua voz.

O palhaço rouco, engana a platéia,
Pinta o rosto para esconder suas mágoas
No grande palco da vida se apresenta
Para mostrar o tamanho da sua dor.

No palco da vida somos estudantes
Matriculados como aprendizes,
Até que tudo acabe e tudo apague
O resto da saudade de um grande amor!

segunda-feira, 7 de abril de 2008


NASCEU UMA ESTRELA
Gracinda Calado

Senhor!
Queria que tu soubesses que aqui em nosso meio uma criança morreu jogada de uma janela. Olha Senhor, estamos todos aflitos!
Senhor! Era uma crianças tão linda!
Sei que ela fará muita falta.
Creia Senhor, confiamos em ti.
De agora em diante o anjo caído será uma estrelinha no céu.
Sei que os anjinhos fizeram muitas festas na sua chegada.
Tomara Senhor, que essa estrelinha chamada Isabelle, jorre luzes de todas as cores sobre todos nós...
Aqui tudo ficou triste, mas sabemos Senhor, que ela está ao teu lado vendo tudo o que está se passando aqui na terra.
Ela sabe o quanto a amamos.
Agora ela é uma estrela que brilhará para sempre no céu.
Cuide bem dela Senhor!

ANJO CAÍDO


ANJO CAÍDO
Gracinda Calado

O país inteiro está perplexo com os últimos acontecimentos de violência.
Não basta a violência nas ruas, nas escolas, nas famílias, fomos surpreendidos com o caso da menina que foi jogada do sexto andar de um prédio e até agora não foram detectados sinais que incriminem pessoas que estiveram com ela nos seus últimos momentos.
Muitas perguntas são feitas entre todos os que se envolveram sentimentalmente com o caso.
A quem interessava a morte de uma criança indefesa, cujos braços que a envolveram foram supostamente os do pai? O que faria um ladrão dentro de um apartamento, apenas esperando a criança para matar? A racionalidade do caso é de espantar a qualquer pessoa leiga nos assuntos criminais. O que ouviram os vizinhos ? O que viram, as pessoas que se aproximaram do corpo da criança? Imagina-se que num prédio de classe alta houvesse câmaras de fotos nos elevadores... E os porteiros, zeladores etc o que viram?
São muitas as respostas que a nossa polícia especializada tem de responder e dar satisfação ao povo que já se envolveu com este caso triste, desumano e lamentável.
Isabelle, anjo caído, anjo triste, sofredor. Como muitos outros anjos que vagueiam na escuridão da vida, no abandono dos pais, sem carinho da família, tudo culpa dos que irresponsavelmente jogam filhos no mundo para morrer e não para viver.
Indiscutivelmente esse anjo foi mais uma vítima do descaso e da irresponsabilidade de seus pais. Ninguém viu o assassino no apartamento ou nas dependências do prédio?
Nossos corações estão pedindo justiça, dedicação no caso. Só quem é mãe sabe o sofrimento que invade os corações de todas as mães do Brasil. Que Deus se apiede de quem praticou esse ato brutal e desumano. “ Vinde a mim as criancinhas” disse Jesus. Isabelle , mais um anjo caído fez morada no céu. Nossas preces para todos os corações angustiado, envolvidos sentimentalmente nesse caso.

sábado, 5 de abril de 2008


COISAS DA MINHA TERRA
( Circos )


Gracinda Calado

Sempre nas férias de fim de ano, como era de costume, chegava em Baturité grandes e pequenos circos. Eram armados na praça da “ Boa Vista”, um bairro próximo ao centro da cidade. O caminhão chegava com todos aqueles apetrechos e começavam a armar o circo.
À tardinha o palhaço saía pelas ruas gritando “ o circo chegou! O palhaço o que é? é ladrão de mulher”. Todos atrás do palhaço gritavam, e quem gritasse mais alto ganharia uma entrada para o mesmo. A molecada se divertia bastante com aquele movimento pelas ruas da cidade.As arquibancadas ficavam lotadas todas as noites.
Algumas garotas namoravam os “artistas” do circo e muitas vezes no final da temporada fugiam com eles para bem longe...
Os pais ficavam furiosos e mantinham a distancia com os tais “artistas.”
Muitas garotas ficavam encantadas com a performance das bailarinas com aquelas roupas minúsculas, quase nuas, fazendo estripulias e malabarismos.
Geralmente, primeiro o palhaço, cara pintada, número bem ensaiado, conquistando corações.
Depois o malabarista com tochas de fogo, bolas, pratos e tudo que se possa fazer com perfeição para agradar a platéia no malabarismo.
Os trapezistas se garantiam no trapézio ou na troca dos trapézios, entre dois ou três pessoas. A hora mais interessante era quando se apresentavam os palhaços, contando piadas, dando cambalhotas, fazendo mil piruetas no picadeiro.
Depois as bailarinas, apresentavam números que deixavam os homens entusiasmados e começavam a gritar...
Por ultimo o circo teatro. Uma história era contada bem dramática, mas com a participação do palhaço para atrapalhar o enredo triste.
O povo gostava dos circos na Boa Vista, exigiam respeito devido ser em frente às casas familiares. O povo gostava e até ajudava na sua estada, hospedava os artistas, o dono do circo etc. Coisas de antigamente numa cidade do interior onde as pessoas mostravam sua hospitalidade e não acontecia nada.
Hoje não se pode dar créditos aos aventureiros da arte, pois nunca se sabe quem é.
O circo era uma animação grandiosa na cidade e durante o período de férias não perdíamos uma sessão. Até hoje gosto muito do circo! Quem nunca foi ao circo, pelo menos uma vez?
Coisas da minha terra.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

ABRA O CORAÇÃO


ABRA O CORAÇÃO
Gracinda Calado


Ame a vida que ela tudo te oferece,
Ame o ar que tu respiras, noite e dia.
Ame a quem está sempre ao teu lado,

Ame o mar, o sol, a chuva e o luar.
Ame a Deus criador, rei do universo,
Ame tudo que em teu peito mora,

A inspiração, a alegria, os versos,
Ame as estrelas que brilham no céu,
Ame a flor, o riso, a saudade e a dor.

Ame a tudo que é bendito e verdadeiro,
Ame o vento forte e a brisa leve,
Ame a terra que contém os frutos.

Ame a lua que ilumina o céu,
Ame as estrelas em noite de luar,
Ame a solidão que invade o mar.

Ame também aquele que te faz mal,
Ame como Jesus amou o mundo,
Ame sem distinção nem classe racial.

ABRA O CORAÇÃO

ABRA O CORAÇÃO
Gracinda Calado


Ame a vida que ela tudo te oferece,
Ame o ar que tu respiras, noite e dia.
Ame a quem está sempre ao teu lado,

Ame o mar, o sol, a chuva e o luar.
Ame a Deus criador, rei do universo,
Ame tudo que em teu peito mora,

A inspiração, a alegria, os versos,
Ame as estrelas que brilham no céu,
Ame a flor, o riso, a saudade e a dor.

Ame a tudo que é bendito e verdadeiro,
Ame o vento forte e a brisa leve,
Ame a terra que contém os frutos.

Ame a lua que ilumina o céu,
Ame as estrelas em noite de luar,
Ame a solidão que invade o mar.

Ame também aquele que te faz mal,
Ame como Jesus amou o mundo,
Ame sem distinção nem classe racial.

quarta-feira, 2 de abril de 2008


ESQUEÇA
Gracinda Calado


Esqueça os males que eu te fiz um dia.
As ultimas palavras de um triste adeus.
Esqueça os segredos que te confiei
Na ilusão que tu os guardarias.

Esqueça tristes noites que passamos,
Sentindo o amargo da separação
Esqueça as tardes quentes de agonia,
Tristes momentos de decisão..

Esqueça a música que era de nós dois,
O perfume das rosas e dos jasmins,
Que em noites de luar nos envolvia
Naquele triste banco de jardim.

Esqueça os beijos doces ao luar,
Quando olhei teus olhos castanhos,
Tua boca rubra, cálice perfumado,
Dizia-me não gostar de mim...

Esqueça tudo mesmo que isso custe,
Que eu também esquecerei de ti,
Vamos apagar nosso passado triste,
Tristes momentos, noites sem fim...


Esqueça quem te amou um dia,
Por ti sentiu paixão devastadora,
Esqueça aquela que jurou um dia
Subir contigo ao altar de Deus.

terça-feira, 1 de abril de 2008

SER POETA


SER POETA
Gracinda Calado

Ser poeta é soltar as amarras,
É descobrir desejos adormecidos,
É amar incondicionalmente a vida...

É sentir calafrios em seus versos,
Enquanto o peito explode de paixão,
A alma renasce em seus reversos.

Ser poeta é ser triste e ser alegre,
Despir-se de muitos preconceitos,
É sonhar, viajar além das estrelas.

Ser poeta é parir verso por verso
É extrair água de pedra bruta,
É explodir no ar em solidão.

Descobrir na dor sua parceira,
Ser companheiro da saudade
É inspiração verdadeira.