sábado, 29 de março de 2008

DIÁRIO DE HOJE EM DIA


Diário de hoje em dia
Gracinda Calado

( Em defesa do povo )



Em todos os jornais e meios de comunicação só se fala e ouve a epidemia de dengue no Rio de Janeiro.
Fico pensando nos pobres favelados, principalmente as crianças que não sabem se defender contra nada, expostas aos perigos de um miserável mosquito.
Não basta os perigos, da violência do tráfico de drogas, da fome, da exclusão social, um monstro invencível ataca as criancinhas e adolescentes, como vemos toda hora nos noticiários nacionais.
Meu Deus! Proteja os pobres, as crianças do Brasil. Os idosos, os trabalhadores, os que vivem lutando pela sobrevivência de suas famílias...
Não podemos mais ouvir falar em tantas mortes ocasionadas pelo vírus do mosquito.
Onde estão as autoridades que não se alertam com essa epidemia?
Isto só vai mudar no dia que atingir um dos filhos dos responsáveis pela saúde pública de nosso estado, do nosso país e de nossa cidade. Vou mais longe ainda, ou seja, mais perto, de nosso bairro.
Nossos representantes estão fazendo o que?
Se fosse uma fofoca de político as televisões do país inteiro não cansavam de badalar.
Por que não culpam a quem tem a responsabilidade de acabar com isto?
Em nossas casas fazemos tudo pra cooperar e nas casas alheias como podemos interferir?
A situação do país está ficando cada vez mais triste, enquanto uns morrem, outros tentam sobreviver e a saúde pública também está morrendo, pois não está fazendo o trabalho de sua competência. Vamos orar e falar enquanto temos voz .

ATRAVÉS DA MINHA JANELA
Gracinda Calado



Através da minha janela vejo a chuva que cai silenciosamente. Gotas minúsculas explodem como bolinhas de cristal e caem no chão em forma de água para refrescar a rua.
Vejo o sol que se esconde de vez em quando, parece fugir da chuva que não para de cair.
O tempo fechou e a noite parece que chegou mais cedo.

Na rua não passa ninguém. Os gatos procuram um cantinho para se esquentar.
Na solidão da rua luzes se ascendem, e em cada casa se ver que a noite já chegou.
Apesar das luzes da cidade, tudo é triste e vazio como muitos corações.
Uma névoa da noite cobre as flores dos jardins dos condomínios.

Nas praças ninguém se afoita a sentar num banco, molhado pela chuva.
Através da minha janela ouço passos rústicos e corajosos no asfalto da rua: são os puxadores de carrinhos de sucatas, que não temem a chuva fina que cai.
Viram e reviram os restos e sobras que estão expostos nas calçadas, para levarem para casa o sustento de seus filhos.
Catam latas e garrafas, vidros e ferros, alumínio e outros objetos que foram desprezados pelos mais abastados da rua.

Fico pensando: que triste vida essa, desses pobres coitados!
Muitas vezes reclamamos de nossas vidas... Eles saem satisfeitos quando encontram alguma coisa.
Passam a noite nessa peregrinação e ainda são cognominados de marginais, ladrões, drogados, nunca de trabalhadores.
Eles não têm carteira assinada nem patrão, são miseráveis marginalizados pela sociedade. São excludentes ou excluídos pelo preconceito radical da classe média.
Enfrentam o sol e a chuva e seguem em frente sem medo do trabalho!

Nossos irmãos em Cristo moram nas ruas tristes, ou nos viadutos das cidades, não sabem o que é um prato quente de comida.
A chuva continua...O guarda do quarteirão passa e dá sinal em sua moto, vestido de capa para se proteger do frio da noite. Os pobres miseráveis do destino não se protegem. Continuam a empurrar aquele carro de sucatas á noite inteira.Outros carrinhos se aproximam e saem por aí competindo suas misérias pela noite afora.

sexta-feira, 28 de março de 2008


COISAS DA MINHA TERRA
( As cheias do rio Pacoti)

Gracinda Calado


Quem conhece Baturité sabe que fica ao pé da serra do mesmo nome, é a capital do Maciço. Seus limites fundem-se com as serras que se elevam entre Guaramiranga e Pacoty.
Na época invernosa Baturité recebe as águas que descem do rio Pacoty fazendo uma verdadeira ilha quando se encontra com o rio Aracoiaba.
Transparentes cascatas descem a serra numa agonia louca como se tivesse pressa para chegar ao mar. As cachoeiras que se formam no seu percurso são dádivas preciosas da natureza. Os poços e piscinas naturais que se perdem pelo caminho do rio ficam quase escondidos no meio das matas como se fossem noivas virgem esperando o noivo. São intocáveis. Grandes são as quedas d’águas desafiando a altura e as pedras que se acham pelo percurso do rio. A maior parte do leito do rio é acidentada com partes altas e baixas, na maioria cheia de pedras. O ronco destas águas é tão grande no inverno que chega assustar
aos que não conhecem esse rio.
Em um certo trecho do rio Pacoty, no coração da cidade de Baturité acontece um fenômeno muito perigoso, principalmente no trecho que fica entre o sítio Olho d’água dos padres jesuítas e a ponte Putiú no bairro do mesmo nome.
Grandes cheias chamadas “cabeça d’água” têm acontecido, pegam as pessoas desprevenidas chegando até a arrastá-las para bem longe. O perigo é quando o rio começa a descer carregando grandes troncos de árvores e muito galhos, sinal que “a cabeça d’água” vai acontecer. Muitas vezes os troncos e galhos ficam presos nas pontes e pontilhões; destroem cercas e muros em lugares mais próximo ao rio.
No sítio chamado “pedrinhas” o rio alarga parece que vai engolir as plantações. No bairro “Lages” o prejuízo é maior. O pontilhão fica coberto completamente intransitável. As águas descem com muita força como se fossem uma enorme “ tissuname.” A passagem dos habitantes do bairro é feita por outro caminho mais longo para chegar à cidade. O maior paradoxo é a beleza do rio quando ronca levando tudo pela frente, desenfreado e volumoso parece um grande dragão devorando tudo. Testemunha que fui de tudo que estou dizendo, pois quando garota vi muitas vezes esses fenômenos de extraordinária beleza. O mais interessante que depois de alguns dias a garotada já está tomando banho nas mesmas águas que tão ferozmente enfrentaram a força do rio. Coisas da minha terra!

CELEBRAÇÃO


CELEBRAÇÃO
Gracinda Calado

A vida é uma eterna celebração.
Celebramos o amor, em todas suas nuances, em todos os tempos, em todas as suas ocasiões.
Celebramos a vida, desde a hora que nascemos.
Crescemos e desde que entramos na escola celebramos todas as datas comemorativas.
Na nossa vida adulta, festejamos aniversários de 15, 20, 30 anos bodas de ouro, etc.

Comemoramos data de casamento, aniversários dos filhos são tantas comemorações...
Comemoramos uma chegada, uma partida, um grade êxito, um reencontro, uma lembrança antiga, uma alegre recordação, dias de felicidades, êxito nos estudos, no emprego, uma data importante para nós, para nossa família, um amigo que voltou de um lugar distante, um novo amor, a volta do amor da nossa vida, são tantas as comemorações, tudo isso enche o nosso coração, faz-nos verdadeiros, alegres, participativos, ‘pessoas’, gente de carne e osso e alma. A nossa vida inteira desde quando nascemos até a nossa morte é feita de celebrações, tudo isso faz parte de nossa vida.

Triste seria se não comemorássemos essas ocasiões, nossa vida era vazia demais, pois quando nos reunimos com os familiares e os amigos para celebrar alguma coisa, a luz interior de nossa alma acende mais luminosa, mais ardente.
Abrimos um champanhe, um vinho de boa safra, fazemos um brinde a alguma coisa.
Se encararmos a vida pelas comemorações que fazemos ao longo dos anos que já se foram, podemos dizer que a vida merece uma comemoração, é bom viver, é bom amar, é bom sorrir e dar graças a Deus pela vida. Vamos celebrá-la sempre!

segunda-feira, 24 de março de 2008

MOMENTOS FELIZES


MOMENTOS FELIZES
Gracinda Calado


Aproveitando o feriado da semana santa, arrumei minha mochila e fui rumo ao meu passado...
Dizem que quando estamos tristes e vazios, devemos voltar à terra que nos viu nascer para recarregar as energias.
Foi o que fiz. Meu coração batia loucamente durante a viagem. Tudo era tão familiar, tão bonito! Finalmente cheguei ao meu destino.
A imagem de minha mãe me acompanhava em todos os meus passos.
Entro na rua que dá para a nossa antiga chácara, onde momentos felizes vivi com meus pais e meus irmãos, quando criança e adolescente.
Passo em frente ao colégio onde estudei, Colégio Maria Auxiliadora das irmãs salesianas.
Quantas recordações!
Há poucos passos encontro meu chão, minhas raízes estão lá! Olho aquele chão onde em noites de luar parecia uma grande lagoa azul dos contos de fadas.
Sinto o cheiro das flores e das rosas que minha mãe cultivava. Lá estava a pitombeira, a mesma velha árvore dos meus dias de criança e de felicidades, quando eu puxava seus galhos pesados de frutas pequeninas e doces!
Entro na casa sinto cheiro de minha mãe, que perfumava tudo que pegava. Seu perfume tinha o aroma dos bougarys, das violetas e dos jasmins branquinhos. Ela tinha o cheiro de Deus!
Lembrei-me de suas rosas “la france”, tão lindas e tão cheias de espinhos! Seus perfumes embriagavam, principalmente nas noites de primavera.
Vou a cozinha não vejo aquilo que nos atraía na hora do almoço: uma grande terrina de bacalhau português regado com bastante azeite para fazer o gosto de meu pai.
Que saudades! Saudades dos momentos de “serões” na varanda, onde meu pai contava histórias e a gente logo dormia.
Meu peito estava para explodir, prefiri sair um pouco para respirar.
O ar daquele lugar não é igual a outro qualquer! É puro, perfumado tem muito oxigênio, pois tem muitas árvores!
Ouço o barulho do rio que corre sem parar...
Sinto cheiro de mato fresco, de pardais, de frutas frescas, de sol, de cajá e de chuva caindo! Sinto o cheiro de terra molhada.
Cada vez mais me envolvo no passado distante e peço a Deus para me dar muita saúde para eu sempre voltar ao meu torrão natal!
Não vejo mais minha mãezinha, nem meu pai, eles já se foram! Para sempre.!
Que saudades da minha linda cidade Baturité!
Sei que ainda morrerei de saudades!

sábado, 22 de março de 2008

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO


Sexta Feira da Paixão
Gracinda Calado


O que nos prende aqui nessa vida,
Quisera não me importar com a morte,
Enquanto penso em só ter alegria
Fico brigando com a minha sorte.

Penso naquele que sofreu um dia
Carregou sozinho a pesada cruz,
Sofreu pelos pecados meus e seus
Como mendigo nos braços de Deus.

Na noite da triste agonia,
Seu corpo todo se partia
Seus pés sangravam
Suas mãos se contorciam.

E na hora do santo martírio
Sua mãe chorava lágrimas de sangue,
Seu choro era triste e melancólico
Na presença divinal dos anjos.

Tarde escura, relâmpagos no ar
Nenhuma voz se ouve agora
Só o gemido forte de Jesus,
Enquanto o corpo rola no braço da cruz.

ODE À MÚSICA


ODE À MÚSICA
Gracinda Calado


Notas que se entrelaçam,
Se misturam em profusão.
Ricas notas tons musicais
Soam nas cordas do coração.

Êxtase, concentração, harmonia,
Invade nossa alma inteira
Explode dentro de nosso ser
Sons flutuantes melodias.

Calma em toda natureza
Quando uma música toca,
Dos acordes de um violino
Ou dos solfejos dos realejos.

A música do riacho acalma
A música da chuva nos transporta
A música do vento nos enleva
Enche de magia a nossa alma.

Música, cantares dos deuses gregos,
Vozes tristes dos anjos em oração,
Canto dos pássaros na primavera,
Melodia suave, és minha devoção!

terça-feira, 18 de março de 2008

A VIDA É UM SONHO


A VIDA É UM SONHO
Gracinda Calado

Sempre achei que a vida é um sonho.
Às vezes bonito de se guardar outras vezes próprio para se esquecer.
Quando sonhamos com fatos alegres acordamos felizes. Quando sonhamos coisas tristes, choramos desesperadamente. Uma perda, um encontro que na realidade seria impossível de encontrar tudo parece real verdadeiro e continuamos a sonhar.

O sonho que era colorido cheio de acontecimentos gostosos, prazerosos, de repente mudou.
Um fantasma corre atrás da gente, um medo aparece de repente, algo nos atormenta, nos apavora, sentimos sair de cena da história, acordamos cansados.
Não temos tempo de pensar se estamos sonhando ou se tudo é verdadeiro em nossa frente..
.
A vida é um sonho, muitas vezes pesadelo.
De repente acordamos do sonho.
Deixamos de lado tudo que planejamos, o que preparamos para a nossa vida futura, acaba.
As pessoas que queremos bem, nossos amigos, nossos filhos, nossos netos, deixaremos de lado. Nossos projetos, nossas aspirações, nossos prazeres, tudo vai de água a baixo e finda.

Nossos músculos ficam mais fracos, nossos membros mais caídos, nosso corpo se extingue e se esvai fundindo-se na terra fria.
Onde deixei os meus segredos, meus mistérios, minhas inspirações, meus versos, meus poemas? Minhas canções, já não posso cantá-las, porque já não tenho voz. Tudo silencia e para. O sonho acabou!

segunda-feira, 17 de março de 2008

POR QUE PAROU?


POR QUE PAROU?
Gracinda Calado

Não importa onde você parou.
Não importa o que você chorou.
Não importa o que você sofreu.
Não importa o que você perdeu.
A vida é linda para sonhar,
Para viver, sorrir, trabalhar!

O que importa é acreditar na vida
Acreditar nos seus sonhos,
Acreditar em você mesma.
Confiar e crer no criador!
Nem tudo está perdido,
Queira sempre o melhor para você!

Veja tudo que há de bom ao seu redor:
Uma criança sorrindo,
Um abraço de um amigo,
Um aperto de mão,
Uma rosa se abrindo,
Um retrato colorido,
Um verso ou uma canção!

Você não pode parar
É tempo de recomeçar
Esvaziar o coração,
Jogar fora roupas velhas
Fotos, bilhetes, coisas tristes,
Tudo que impede de se renovar.

COISAS DA MINHA TERRA(VIDA DA CIDADE)


COISAS DA MINHA TERRA
(Vida da Cidade)
Gracinda Calado


Viajando para Baturité, seguimos a estrada de rodagem rumo á serra de Guaramiranga e Pacoti, no alto do Maciço.
A viagem é agradável, principalmente quando passamos em Itapay e Antonio Diogo, pequenas elevações aparecem, alguns despenhadeiros onde passa a linha do trem rumo ao Crato. A visão é maravilhosa!
Chegando a Baturité nos deparamos com a estação ferroviária onde está exposta uma réplica da máquina a vapor, que fazia a linha Fortaleza-Crato. Ela levou o nome carinhoso de Laura 400. Fica no bairro Putiú.
Seguimos pela avenida D. Bosco, logo encontramos o colégio das irmãs salesianas de Maria Auxiliadora. É um colégio católico, cujo ensino é um dos melhores da cidade. As filhas de Maria Auxiliadora dedicam-se a formar seus alunos com uma formação moral e religiosa digna, como também prepará-los para o exercício da cidadania.
Na mesma rua temos o prédio dos Salesianos de D. Bosco, que em anos passados foi educador de rapazes, dentro da filosofia de D. Bosco. Hoje funciona uma escola pública.
Seguindo pela mesma avenida chegaremos à praça de Santa Luzia, muito arborizada, cujas árvores são ornamentações vivas em forma de animais e outras decorações.
Baturité é uma cidade que prima pela sua religiosidade e conhecida como a capital intelectual do Maciço. De longe avistamos o antigo colégio dos Jesuítas, no alto da serra, cuja arquitetura data do período colonial. Suas muralhas de pedra e cal desafiam a floresta ao seu redor.A beleza do verde se espalha por todo canto. Nas imediações encontramos uma estátua em tamanho natural , de nossa Senhora de FÁTIMA, no alto da serra abençoando toda a cidade. O caminho percorrido da cidade para a imagem da santa é feito em 365 degraus, em forma de via-sacra, onde em cada espaço há uma estação da paixão de Jesus, terminando na estátua da santa, no alto da serra.
Passamos pela igreja Matriz de N. Senhora da Palma, cuja arquitetura tem mais de 100 anos e guarda santos antigos da época colonial.
Em frente a igreja foi erguido um pelourinho em comemoração ao centenário da cidade, em 1961. Na mesma praça fica a Prefeitura , cujo prédio chamado Entre-Rios, de arquitetura secular, já foi palco de grandes momentos da história da nossa terra e do Brasil, pois lá autoridades de épocas remotas já foram recebidas em festas de grandes galas.
Tenho orgulho de minha terra.Ela é uma das mais importantes da história política do nosso estado, onde saíram de lá pessoas que se empenharam na política e na vida social do estado do Ceará.Como: vice-presidente, promotores, juizes, desembargadores, advogados, escritores, professores catedráticos no sul do país, médicos, engenheiros, uma gama enorme de pessoas de renomes no cenário político, cultural, como também religiosos como padres e freiras de congregações conhecidas internacionalmente.Por estas e outras coisas é que me orgulho de ser baturiteense.

sábado, 15 de março de 2008

A BUSCA DA PAZ


A BUSCA DA PAZ
Gracinda Calado

Em todos os momentos de nossa vida buscamos a paz.
A paz interior, a paz exterior, o silencio e a tranqüilidade da alma.
Nossos corpos frágeis buscam harmonia. A alma busca a serena paz do nosso ser.
Se buscamos realmente a nossa paz, devemos nos deixar levar pela tranqüilidade do amor.
O amor é o único mistério da paz. Ele nos transporta sem medos e sem preocupações.
Amando seremos capazes de transmitir aos outros uma tranqüilidade inexplicável.
A paz é confiança no amanhã, a certeza de um futuro feliz.
É dividir o que temos com alguém que precisa muito da nossa ajuda.
A paz é admitir que nem sempre temos razão. É aceitar tudo aquilo que não podemos mudar .
É nos deixar levar pela intuição do belo e maravilhoso que existe dentro de nós.
É crer no criador e confiar que Ele nos rege e nos governa em todos os momentos de nossa vida.
Ter paz é sentir o coração bater por alguém que corresponde o nosso amor.
È sair em defesa dos direitos daqueles excluídos pela sociedade e não têm vez nem voz.
É levantar a bandeira da fraternidade entre os povos.
É buscar a verdade que nos salva e nos dá proteção.
A paz verdadeira é aquela que nos traz calma nos momentos mais difíceis de nossa vida.
É encarar os medos e resolver os problemas sem queixas e lamentos.

sexta-feira, 14 de março de 2008

O ENCONTRO


O ENCONTRO
Gracinda Calado



Quero me despir de tudo que me faz artificial e infeliz.
Meu coração pulsa ao ler a história de um homem que abalou o mundo com suas convicções e verdades.
Um homem que se entregou à morte e aos seus inimigos pelo amor da humanidade inteira. Um homem que sabia perdoar e amou acima de todas as coisas, as criaturas. O seu amor transcendental, misterioso, divinal, mais que o amor dos anjos não tinha limites.
Quero seguir seus passos no calvário de sua Paixão e Morte na cruz.
Quero sentir suas dores, derramar seu suor e suar seu sangue nas horas torpes da sua agonia. O que posso fazer para ir ao encontro deste que por mim deu a vida e me fez feliz?
Ah meu Senhor! Vida da minha vida, razão da minha plena existência.
Na hora do seu sofrimento quero está consigo, lavar seus pés com meus cabelos e derramar todo meu perfume em seu corpo e beijar suas mão feridas e ensangüentadas.
Quero receber o seu perdão, o perdão de uma pecadora arrependida e humilhada pela corrupção da carne, pela miséria do mundo, pela pequenez do espírito.
Ilumina-me Senhor da cruz! Não deixarei que seu corpo caia sem abraço, pois os meus braços estão abertos para receber o seu amplexo e o meu coração está sangrando de amor pelo seu inconfundível amor. Abraça-me meu Deus e meu Senhor!
Quero sentir o calor do seu corpo santo e santificar a minha alma só para você!
Ajuda-me a carregar o fardo das minhas penas e das minhas dores, amém!



O QUE MAIS GOSTO NA VIDA
Gracinda Calado


Ouvir entre os pássaros o canto do rouxinol.
Colher flores nas manhãs de primavera.
Sentir o vento, castigar minha pele ao sol.
Viajar nas estrelas em noites de lua cheia,
Ouvir o canto dos pássaros no arrebol.

Sentir o frio da noite na amplidão,
Andar na grama fresca do jardim,
Apreciar as borboletas beijando as flores,
E os vaga-lumes passeando na escuridão,
Enquanto cintilam suas luzes azuis.

Pensar no futuro, fazer planos e cantar.
Sentir o calor do teu corpo em meus braços,
Sugar teus beijos e contigo sonhar.
Voar nas asas do tempo e do vento,
Sem lenço e sem documento.

Deitar na grama e deslizar,
Escrever versos sem nexo,
Olhar a lua e apreciar o luar,
Sentir o prazer do amplexo
Depois sorrir e rezar.

Gosto da noite que esconde mistérios,
Pensamentos vividos, ilusões,
Barco vagando em mares distantes,
Peitos sofridos, calados, solidões,
Coração ferido em meio a escuridão.

quarta-feira, 12 de março de 2008

NATUREZA VIVA.


NATUREZA VIVA
Gracinda Calado


Em meu pequeno jardim observo alguns animais e fico perplexa ao ver que cada um tem sua personalidade, seu modo de se conduzir, de se comportar, de interagir com a natureza.
Bem ali subindo no galho da árvore uma lagarta verde, cheia de pernas se contorce lentamente à procura de folhas verdes fresquinhas, novas e delicadas para comer. Seu corpo é de uma flexibilidade espetacular e seu contorcionismo é idêntico ao dos artistas de circo.

Fico atenta às borboletas douradas que dificilmente aparecem por aqui. É de extraordinária beleza e sedução. Ficam paradas no ar vibrando as asas, depois voam em outra direção. No mesmo instante outras borboletas aparecem de cores multicoloridas como arco-íris. Elas chegam exibem suas asas brilhantes e fogem rapidamente.
Mais adiante numa papoula vermelha que acabara de desabrochar, chega um beija-flor faceiro, bate as asas com força que parece até uma música! Fica quase parado no ar e suga o mel da flor mas não se satisfaz, corre a beijar outra papoula amarela. A variedade de cores se misturam, o azul do beija-flor com a cor amarela da flor, as ramagens verdes e outras papoulas vermelhas tudo se combina, tudo se confunde com a natureza do lugar.Tento sair dali, não posso, pois está tudo muito interessante!
Sabe quem chegou de repente? Um velho sapo que meus filhos chamam de “cazuza”, todos os dias ele chega passeia em todo o jardim, come alguns mosquitinhos e fica ali parado na beira da água esperando outras presas. “Cazuza” já está velho há anos que nós o conhecemos aqui entre as gramas e nas plantinhas rasteiras onde os besouros fazem sua festa de todas as manhãs.Deixo o velho sapo no seu canto e volto o olhar para o meu gatinho que está quase sentado na mureta do jardim apreciando todo movimento lá em baixo. Seus olhos azuis brilham e sua atenção é tão grande que parece está pensando algo que não sabemos, pois ele não se move, parece uma estátua viva.
Seu nome é Nino, muito meigo e manhoso, não se mistura com outros gatos, parece que é preconceituoso, só porque seu pelo é belo, marrom, sedoso, sua raça é siamês.A sua idade ninguém acredita, mas tem 15 aninhos é muito feliz!

Acho que eu já falei demais. Assim nessa carreira vou longe! Depois conto a história de outros animais.A lagartixa branca, a barata cascuda, a perereca rosada, e as abelhas africanas no caramanchão.Os sapinhos filhos do “cazuza”, só chegam à noite para divertir a criançada.

terça-feira, 11 de março de 2008

QUERIA SER TEU ANJO


QUERIA SER TEU ANJO
Gracinda Calado


Queria ser teu anjo, para te velar durante o sono.
Queria ser teu protetor nas noites de pesadelos,
Ficar ao teu lado, pegar em teus cabelos macios,
Sentir o frio da noite junto a ti e te aquecer.

Queria ser teu anjo para te levar comigo,
Para o céu dos meus enlevos, eternos. ..
Sentir o frescor da tua boca, teu beijo,
E o coração falando de amor num desejo.

Se eu fosse teu anjo voaria onde voam
Os anjos da noite e das madrugadas.
Acordar contigo e sentir teu perfume,
Ficar ao teu lado e nunca mais te deixar.

Anjos são mistérios de luz e de amor,
São asas ligeiras, transparentes sem cor.
Sou teu anjo sincero, quero te amar,
Na sombra da noite quero te beijar.

domingo, 9 de março de 2008

COISAS DA MINHA TERRA ( Dezembro)


COISAS DA MINHA TERRA ( Dezembro...)
Gracinda Calado


Mês de dezembro em minha cidade, Baturité, tudo parece mais florido com cara de primavera.
As praças enfeitadas de árvores seculares dão um aspecto de jardim em toda a cidade. As flores perfumam e enfeitam os bosques exalando ar puro.
As noites são mornas enquanto o vento frio do norte não passa. O clima é quente como o coração de seus habitantes. Baturité é uma cidade hospitaleira e aconchegante. No mês de
Dezembro festeja-se a santa padroeira da visão, santa Luzia. Sua devoção é secular.
Na praça de “Santa Luzia” armam-se brinquedos, olas gigantes, parques de diversões, enquanto os fiéis rezam suas orações e pagam suas promessas. O povo da minha terra tem uma devoção muito grande a essa santinha. As novenas são participativas e cheias de devoções. Pessoas que moram nos mais distantes lugares, enfrentam a distancia, o cansaço, o calor de dezembro e fazem peregrinações à santa Luzia, principalmente quem mora nas redondezas, nas principais cidades do Maciço. Depois da novena, as quermesses e brincadeiras. Tiro ao alvo, pescaria, maçã do amor, pirulitos caseiros enfileirados num tabuleiro, têm gosto de infância e juventude.Durante a festa da santa as mulheres saem nas casas recolhendo prendas para as quermesses.
Os leilões são muito animados e cooperados pelos filhos da terra e os que têm devoção.
Mês de dezembro na minha cidade é uma festa. Quando se aproxima o Natal de Jesus, em muitas casas encontramos lapinhas que contam a história mais antiga da cristandade: a história de Jesus, tudo feito artesanalmente e com muito bom gosto.
Quando eu era garota, ficava horas andando na cidade na companhia de minha mãe para ver as lapinhas, cada qual a mais bonita! Na manjedoura, a sagrada família, os animais que esquentavam as noites do menino Jesus e Maria sua mãe ao seu lado lhe dando carinho.São José carpinteiro, trabalhando com a madeira. Tinha também nesses presépios a estrela de Belém, os três Reis magos, os presentes do menino Jesus, e todo um contexto de uma história maravilhosa que era a história do nosso Salvador.
Noite de Natal, de 24 para 25 à meia noite, a missa do galo na matriz onde acorriam todos para cantar aleluia!!! E davam as boas vindas ao menino Jesus. Em muitos lugares havia a dança folclórica dos pastorzinhos de Belém. Também era a época em que todos nós entrávamos de férias e ficávamos mais desocupados para aproveitar as festas de dezembro! O pastoril era realizado em um teatro com grupo de crianças onde se contava a história dos pastores da noite e dos reis magos. Em dezembro se preparava o festejo para o dia de reis que acontecia no dia 6 de janeiro. O grupo de pessoas andava nas casas cantando e pedindo prendas passavam a noite em romaria pela cidade.Era muito animado e divertido.
Coisas da minha terra!

sábado, 8 de março de 2008

SER MULHER


SER MULHER
Gracinda Calado

Ser mulher é ter um coração pulsando quando um filho sofre.
É sentir o carinho dos filhos quando chamam mamãe!

Ser mulher é se encher de alegria quando um filho lhe beija e diz “ eu te amo!”
Ser mulher é ser generosa e não pensar só em si.
É ter no colo o aconchego de uma criança quando chora.

Ser mulher é não poupar sacrifícios para resolver um problema de sua família.
É guardar no coração o sorriso de uma criança quando ganha um brinquedo.

Ser mulher é guardar no ventre o feto que vai nascer.
É sentir no seu útero as vibrações de uma vida.
É dar a luz e de felicidade morrer.

Ser mulher é acima de tudo ser mãe!
Ser esposa e amar seu marido.
Ser mulher é ter um coração para amar,
Sem limites, sem tamanho e sem cor.

QUERO SER ÁRVORES


QUERO SER ÁRVORES
Gracinda Calado
Quero ser como as árvores, dando sombras para os viajantes.
Quero ser árvores floridas enfeitando a vida das pessoas.
Árvores que espalham frutos a todos que precisam de alimentos.
Quero ser como as árvores que fincam raízes pelo chão levando seiva para toda a planta. Assim , como elas sustentando a vida de toda a minha família, levando força e fortificando os galhos pequenos defendendo-os das intempéries e dos vendavais.
Quero ser grande, forte e robusta para acolher em meus galhos os pássaros e os seus ninhos na procriação do amor.
Quero ser bonita como as árvores na primavera, que enfeitam a vida com flores e frutos coloridos e saborosos.
Quero ser como a árvore que dispõe de sua madeira para construção de casas aos que precisam de morada digna e verdadeira.
Quero ser como o Juazeiro que nas caatingas do sertão, resiste seca cruel, e suas folhas não se dobram a quentura do vento do verão nordestino.
Nas estradas empoeiradas e quentes dos sertões abriga o gado da seca feroz e serve de abrigo e caixão na morte do vaqueiro.
Quero ser um Jequitibá, vida longa, testemunha de muitas eras.
Quero ser o cedro, forte, seguro, bonito, perfumado, serve a todos na construção de suas casas.
Quero ser carnaúba audaz, que sobe rumo ao céu; símbolo da coragem e da fortaleza do povo nordestino.
Quero ser como todas as árvores que aninham os pássaros para não morrerem de frio.
Quero ser árvore para viver em contato com a natureza tirando dela o alimento para vida!
Quero ser árvore para sentir em minhas folhas a sensibilidade do vento em dias de temporal.

quinta-feira, 6 de março de 2008

POEMA DO AMOR INFINITO


POEMA DO AMOR INFINITO
Gracinda Calado

Você sempre viveu em minha vida.
Como uma sinfonia me cobria de cores
E me enfeitava de belas flores.

Você sempre fez parte da minha vida
Ajudando-me a viver o amor infinito
Amor que salva e enobrece a alma.

Você me fez sentir o frescor da manhã
O calor do sol em dias de alegria
O fogo do amor em noites de encanto.

Você que me fez sua alma gêmea
E me fez sentir os seus desejos
Guardados no sacrário do seu coração!

Você me trouxe a paz e a confusão,
A alegria e a solidão dos apaixonados
Trouxe-me também o fel e o mel.

Você, amor infinito, do meu coração.
Poema, sinfonia e luz da madrugada.
Razão da minha própria existência!

Neste nosso poema de amor infinito
Cantarei eternamente o nosso amor
Pois não haverá jamais amor assim.
VIAGEM INTERIOR
Gracinda Calado

De onde vem esta força que sinto agora!
Será que é do vento ou do mar.
Da luz das estrelas e do luar.
Será que é da noite ou do dia.
Será que é do perfume das flores
Ou do canto dos pássaros.

Meu ser canta de felicidade!
Felicidade pela vida.
Pelo ar que sinto agora.
Pela brisa que toca meus cabelos.
Pelo cheiro de sal que vem do mar.
Pelo cheiro de terra molhada.
Pela chuva que cai serena.

Minha alma chora de alegria.
Alegria de sentir teu perfume.
De pegar teus cabelos macios.
De sentir teu corpo junto ao meu.
De beijar tuas mãos macias.
De fazer juras de amor.
De te amar por inteira.

VIAGEM INTERIOR


VIAGEM INTERIOR
Gracinda Calado

De onde vem esta força que sinto agora!
Será que é do vento ou do mar,
Da luz das estrelas e do luar.
Será que é da noite ou do dia...
Será que é do perfume das flores
Ou do canto dos pássaros.

Meu ser canta de felicidade!
Felicidade pela vida.
Pelo ar que sinto agora,
Pela brisa que toca meus cabelos,
Pelo cheiro de sal que vem do mar,
Pelo cheiro de terra molhada,
Pela chuva que cai serena.

Minha alma chora de alegria.
Alegria de sentir teu perfume,
De pegar teus cabelos macios.
De sentir teu corpo junto ao meu,
De beijar tuas mãos macias.
De fazer juras de amor,
De te amar por inteiro.

quarta-feira, 5 de março de 2008

CARTA DE AMOR (N° 11)


CARTA DE AMOR (Nº 11)
Gracinda Calado


INESQUECÍVEL AMOR

Jamais imaginei viver sem teu calor e sem tua companhia.
As horas para mim são intermináveis nesta cidade cheia de recordações e saudades.
O costume leva-me à beira-mar para apreciar o por do sol, como fazíamos quando estávamos juntos e apaixonados. Triste destino o nosso, hoje tão longe das recordações e das juras que fizemos. Sempre eu tinha uma esperança que jamais nos separaríamos, pois o nosso amor era forte e sincero. Hoje ao abrir meu livro de leitura, encontrei a flor que tu me deste lá na praça e eu com os olhos cheios de lágrimas te agradeci com o coração a palpitar de amor. A flor está murcha e velha, mas guardarei eternamente. Jamais esquecerei um amor assim, como o nosso, e passou ligeiro como uma nuvem de verão. Sei que estás casado e não te lembras mais de mim, mas eu ainda guardo a imagem tua no meu pensamento e as recordações no peito que me fazem chorar de saudades. Se um dia tu quiseres me encontrar ainda poderemos, pelo menos para matar as saudades e dizer mais um adeus. Aqui me despeço com um grande abraço e um longo beijo!
TALITA

terça-feira, 4 de março de 2008


TUDO É CULPA DO TEMPO

Gracinda Calado

Há tempo para plantar,
Há tempo para colher,
Tempo pra semear,
Tempo para comer.

No meu tempo de criança
Meu destino era cantar,
Cresci no meio dos sonhos
Que eu não cansei de sonhar.

Sou filha do tudo e do nada,
Pescador dos sete mares
Viajante das estrelas,
Sou sereia encantada.

Sou filha das ilusões
Sou amante do silencio
Meu destino é ser poeta
Esposa das solidões.

Se o tempo não espera
O meu destino guardar
É porque não mereço,
O paraíso encontrar.

Há tempo de ver o sol,
Há tempo de mirar a lua
Há tempo de lembrar
A linda imagem tua.

O tempo não me perdoa,
Castiga qualquer cidadão,
Vivo meu tempo gastando,
Poesia, quimera, ilusão.

Por isto eu gosto do tempo,
Não me envergonho de olhar,
A outra face do espelho,
Que me ajuda a caminhar...

segunda-feira, 3 de março de 2008

QUANDO EU DISSER ADEUS


QUANDO EU DISSER ADEUS
Gracinda Calado

Quando eu disser adeus não chore,
Levarei saudades suas, adeus!

Ficarei longe dos seus olhos,
De sua pele quente e macia.

Não chore meu amor, eu voltarei.
Seremos muito felizes um dia.

Não quero viver triste abandonado,
Sem seu amor não é possível viver.

Não chore por mim, eu voltarei,
Não chorarei agora na partida.

Um dia farei versos e reversos
E lembrarei sorrindo este adeus.

Ando brincando com minha emoção
Ando brincando com seu coração.

Guardarei as juras tão secretas,
Que um dia prometemos juntos.

Não chore amor da minha vida!
Sentirei saudades do beijo seu.

Meu coração levará comigo
A lembrança do sorriso seu.

sábado, 1 de março de 2008

SE O AMANHÃ NÃO CHEGAR




SE O AMANHÃ NÃO CHEGAR
Gracinda Calado


Se o amanhã não chegar para mim e para ti, seguiremos juntos, rumo ao caminho de Deus.
Juntinhos então cantaremos músicas de amor, e voaremos para o céu.

Se o amanhã não chegar para ti, chorarei de saudades ao ti ver partir.
Lavarei com lágrimas minhas faces tristes de chorar.
Ao ti ver sair por aquela porta, me lançarei em teus braços e ti direi “ eu te amo, meu amor!”

Se o amanhã não chegar para mim, sentirei saudades tuas. Sorrindo lembrarei o teu sorriso lindo e teus olhos azuis. Levarei comigo as lembranças dos beijos quentes, naquelas noites frias de inverno.

Chorarei ao te deixar, pois tu és a minha vida. Pedirei ao meu Deus um momento antes de partir para beijar os lábios teus.

Juntinhos eu e tu, no último momento de nossas vidas, ficaremos abraçados, enlaçados pelos laços do abraço do ultimo adeus!