quinta-feira, 31 de janeiro de 2008


APOTEOSE DO SAMBA
Gracinda Calado

Nesta época carnavalesca no Brasil, muitas são as manifestações de alegria espalhadas por todos os lugares.
No Rio de Janeiro, foliões, sambistas e passistas, se encontram para reforçar a folia de rei momo.
No “Pão de Açúcar” um espetáculo grandioso aconteceu, subindo no bondinho até o pico da pedra. Lá perante a beleza estonteante da vista da cidade Maravilhosa, se reuniram numa apoteose do samba, como pano de fundo a baía da Guanabara, uma das mais belas vistas do mundo, os maiores sambistas e compositores do Brasil.
A alegria foi por conta do entusiasmo do povo brasileiro em reunir, visitantes, turistas e sambista, compositores, cantores numa festa maravilhosa de se ver e de participar.
Personalidades como: Martinho da Vila, Bete Carvalho, Arlindo Cruz, Almir Guineto, Ivone Lara, Neguinho da “ Beija Flor”, Carlinhos de Jesus, Leci Brandão e outros apaixonados do samba. Estavam lá para numa demonstração popular, apresentar para ao mundo a alegria, a raça, a garra do nosso povo nos acordes da mais frenética música popular, sua majestade “ O Samba”.
A paisagem do Rio era um deslumbramento e o samba levando aos quatro cantos do mundo a verdadeira aquarela brasileira.
Os turistas lavaram a alma e fortificaram o espírito naquele momento mágico, apoteótico. Em todos os rostos estava estampada a alegria...
Agora falta conferir na passarela aquilo que gostamos de ver todos os anos, o desfile das “Escolas”, que enchem a alma da gente de orgulho e beleza.
O Carnaval brasileiro não é somente folia, é cultura, é folclore e animação; para mim é poesia e deslumbramento ao ar livre. Viva o carnaval brasileiro!

AMOR VIDA DE MINHA VIDA
Gracinda Calado

Adorei teus poemas e teus versos,
Busquei-te nas entrelinhas...
Fiseste-me mulher em teus abraços
E em teus braços me fiz canção.
Amei teu corpo e tua alma,
Bebi o mel dos teus desejos,
Agarrei-me serena em tuas entranhas,
Caminhei serena em teu olhar.
Escrevi poemas de amor só para ti,
Andei com meus próprios pés,
Quando te descobri.
Meus pés tocaram pedras e espinhos.
Fiz poesias em vão para ti,
Fiz castelos na areia.
Meus castelos se desmoronaram.
Segurei o vento para não tocar teus cabelos.
Desmoronei meus sonhos de amor.
Ah Meu amado!
Que pena que te amei um dia!
Minha vida se vai e a tua também.
Vida de minha vida, adeus!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008


COISAS DA MINHA TERRA
( FEIRAS LIVRES)

Gracinda Calado)

As feiras de Baturité, minha cidade natal, são realizadas aos sábados.
Desde pequena conheço essas feiras que abastecem todo povo da região do Maciço.
O movimento começa na madrugada quando os comboios se arrastam descendo a serra levando frutas, verduras, galinhas, produtos dos mais variados tipos para vender na feira.
O estacionamento fica na praça Santa Luzia, de um lado para animais do outro para caminhões e caminhonetes. Nas suas bagagens os lavradores trazem os produtos de suas lavouras como, verduras e frutas fresquinhas que são cultivadas sem agrotóxicos.
Os caminhões trazem as cargas mais pesadas como rapaduras, jacas, melancias, objetos de madeira e barro, assim como as frutas em milheiros: bananas, laranjas etc. Até flores são negociadas na feira. Os produtores locais e das proximidades da cidade levam suas confecções caseiras como roupas, chinelos, bonés, sapatos, enfeites de cerâmica etc.
Em Baturité existe desde muito tempo, já passando de pais para filhos a industria de cestos de vime e confecção de utensílios de barro, todos são vendidos nas feiras do sábado.
Esse costume dá emprego a muita gente que está desocupada; no mercado central da cidade as mulheres vendem comidas e salgadinhos, sanduíches, pães, doces e bolos.
Quem vai a Baturité não deixa de conhecer suas feiras, pois além de pechinchar um preço bom tem produtos de qualidades.
Nas feiras encontramos ainda pássaros em gaiolas ( não é permitido) peixes em aquários, aves para o abate, como galinhas, perus, patos, capotes, e até avestruz.
Em dia de feira a cidade fica muito movimentada e a praça parece dia de festa.
Em todos os cantos se ouve os gritos dos vendedores chamando a atenção dos fregueses.
Quando eu morava em Baturité gostava muito dessas feiras. Às vezes me pego lembrando das panelas de barro, potes, alguidares, da Julieta Serafim; dos milhos e feijão verdes nas semanas santas, das pupunhas na época de férias ( que tem na serra, de origem do Amazonas).Não posso esquecer das uvas em cestinhas de vime e dos pés de moleques gostosos na época de São João.
Na minha terra tem dessas coisas! A gente fica com saudades das coisas mais simples que por muito tempo fizeram parte do nosso dia a dia.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

VEREDAS DA SERRA


VEREDAS DA SERRA

( Gracinda Calado)


Quem vai a Baturité subindo a serra, depara-se com uma vista maravilhosa.
O desfiladeiro das montanhas se estende formando uma cadeia de verde de todas as tonalidades.
O caracol das estradas oportuniza a gente deslumbrar os caminhos que passamos além das belezas tropicais entre os frutos e as flores que enfeitam as estradas.
Quanto mais subimos a serra mais vistas espetaculares se descortinam em nossa frente.
Aqui e acolá quedas de águas transparentes saltam aos nossos olhos como véus de noivas. Continuando a subir a serra, encontramos vendedores de frutas nas estradas vendendo seus produtos: siriguelas, sapotis, cajaranas, cajás, mangas, laranjas, tangerinas, bananas, jacas, enfim uma variedade enorme de frutas.
Várias mansões aparecem como também clubes e hotéis de veraneios. O ponto alto é Remanso hotel de serra, a pousada das flores e outras.
Algumas pousadas se instalam no meio da serra, em lugares de difícil acesso, em contato permanente com a natureza, lá se pratica ‘trilhas’ e a mata é muito fechada.
Encontramos sítios e canaviais que fabricam aguardente e outras bebidas.
Na região dos canaviais encontramos engenhos onde se fabrica rapadura, alfenim e melaço. A produção vai toda para o consumo da cidade e da capital. Dizem que agora já exportam esses produtos para vários países, com sabores e essências de frutas.
Baturité é a capital do maciço do mesmo nome. Fica distante de Fortaleza uns 98km.


CARTA DE AMOR (nº 8)


Carta de amor (nº 8)
Gracinda Calado

MEU ADORADO AMOR!

Vai longe o tempo em que nos conhecemos.
O nosso amor era lindo demais para ser verdade. Minha vida era tão boa que fazia inveja a muita gente. Nos conhecemos numa festa de são João, ao lado das fogueiras e dos balões, enquanto fazíamos adivinhações para saber o par perfeito do futuro.
Tudo passou rapidamente e um vazio louco ainda permanece em minha alma perdida.
Os estouros dos fogos lembram-me momentos de muita alegria a teu lado naquela noite memorável. O que fazer quando um amor se vai assim, sem dizer adeus, sem nenhuma palavra? Só o silêncio vai falar por nós dois. O silêncio é o companheiro de muitas horas desde o dia em que me disseste adeus!
Não sei como vou suportar tantas saudades e nem uma explicação sobre esse nosso namoro se acabar assim, sem motivos, sem carta e sem bilhete. Juntos deixamos o amor brotar, criar raízes, depois parece que nada aconteceu? A conformação não tem vez nessa hora. Gostaria de te encontrar para termos aquela conversa que ficou faltando entre nós dois.
Amo-te demais e não sei se vou suportar assim por tanto tempo, meu amor!
Um grande beijo de tua amada.
Vitória

CANÇÃO DA CHUVA




CANÇÃO DA CHUVA
Gracinda Calado

Chuva que cai na alma, difícil de se entender,
São teus olhos chorando,
Com vontade de me ver.

A noite vem forte calada, se instala sem permissão,
Enquanto o pranto escorre
Dentro do meu coração.

Chuva que cai no telhado, molha teu peito e o meu,
Arrasta esperanças guardadas,
No meu coração e no teu.

Chuva que trás esperanças, de fartura e de bonança,
É como um doce alívio,
pra amenizar o meu pranto.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

PARABÉNS !


PARABÉNS!
Gracinda Calado

Hoje eu quero parabenizar a minha querida netinha Kamille que fez 15 anos.
Sua festinha foi realizada de maneira muito simples em uma chácara, onde os convidados poderiam tomar banho de piscina, dançar um animado pagode, comer um gostoso churrasco,.
Às 15:00 foi servido um almoço bem brasileiro e deliciosas sobremesas- tudo ao ar livre bem descontraído.
Às 17:00, o tradicional parabéns dos amigos e familiares.
Quero dizer para minha netinha que ela é muito querida e amada.
Minha mensagem para esse dia é de otimismo, de carinho e de muito amor. Sem amor nada acontece em nossa vida.
“Que Deus te abençoe Kamille e te guie sempre no caminho do bem, te ajude a enfrentar as dificuldades da vida, te ampare e te defenda.
Que Deus derrame sobre ti suas bênçãos de luz para saberes sempre o que é certo e conveniente decidires em toda a tua vida.
Que as tuas decisões sejam sempre pensadas, críticas e racionais.Mil beijos para ti, e para os teus pais os meus parabéns, porque souberam tão bem organizar a tua festinha."

domingo, 27 de janeiro de 2008

É PRECISO...




É PRECISO...
Gracinda Calado

É preciso olhar os caminhos, colher flores, sentir o perfume de todas elas.
É preciso afastar as pedras que atrapalham teu caminhar.
É preciso olhar estrelas, sentir no seu brilho o brilho do teu olhar.
É preciso admirar a lua e sonhando beijar a luz do luar.

Andar na praia descalço sentir a areia molhada ajudando a caminhar.
É preciso contemplar as ondas que se movimentam e não saem do lugar.
É preciso sentir o calor de uma vela queimando, derretendo o coração.
É preciso ouvir o silencio da noite fria em momentos de oração.

É urgente entrar numa igreja, tirar os sapatos como Moisés e rezar.
De corpo e alma ouvir a canção da noite em silêncio para não morrer de amor.
Cantar as canções ao luar e agradecer ao criador os momentos mágicos de amar.
É preciso viver e sofrer de amores depois sorrir e cantar.

É preciso ouvir o canto dos pássaros nas manhãs de primaveras,
O barulho da chuva no telhado nas madrugadas de outono.
O ronco dos trovões e o clarear dos relâmpagos nas serranias
O pio das corujas em seus ninhos aquecendo seus filhotinhos

sábado, 26 de janeiro de 2008

A BELEZA DAS ESTAÇÕES


A BELEZA DAS ESTAÇÕES
Gracinda Calado

Gosto do verão, a estação do sol, do calor, das energias físicas e espirituais.
Quando chega o verão as flores se abrem ao calor do sol, sem respeito, sem timidez.
As borboletas saem dos seus casulos e voam sem direção.Posam em qualquer lugar guiadas pela, luz .Os pássaros voam em bandos procurando lugares mais férteis para ficar.
Preparam os seus ninhos esperando a próxima ninhada. Só se ouve de longe o canto triste das cigarras às 5horas da tarde.

No inverno, tudo fica diferente. O frio chega com muita força.
As árvores não produzem mais flores, os riachos são gelados.
O Sol com vergonha se esconde. O calor desaparece motivado pela baixa temperatura.
Os pássaros não cantam, ficam mudos, esperando o verão.

Chega o outono! O frio ainda permanece, porém há esperança que vai logo embora.
As folhas caem e fica tudo pelado e com jeito de queimado. No outono a esperança existe em todos os corações, pois há sempre um momento de espera, de transparente solidão.
Depois que as folhas caem, começam então a florir como mágica divina, e novos rebentos aparecem e vão criando espaço nos galhos das árvores.Tudo fica triste enquanto as flores não se abrem, para florir os jardins.

Chega então a primavera, a estação das renovações e dos renascimentos.
É a estação dos amores, dos casais de namorados, dos romances, das promessas e dos planos para o futuro. Nessa estação tudo se renova e se transforma. As flores explodem em cores e perfumes, mostram a todos suas exuberâncias naturais. O céu fica mais azul, o ar fica mais fresco, as pessoas mais sensíveis e mais amorosas. Os pássaros mais alegres!

Quero viver sempre na estação das flores. Nela a gente se sente mais feliz, e mais perto de Deus.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O PERCURSO DO RIO


O PERCURSO DO RIO
Gracinda Calado

O rio nasceu de uma gota de orvalho.
Chorou tanto que suas lágrimas escorreram no solo.
Enquanto a água corria, se contorcia em cima das pedras e pedregulhos.
Foi se avolumando, crescendo, pois encontrou outros córregos de lágrimas e juntou-se a eles sem medo, assim ficaria mais forte e seguro.
Seguiu seu curso.
Não teve mais controle, invadiu cidades, estradas, plantações.
Caiu de grandes penhascos.
“Ah meu Deus que medo de cair!” O volume de suas águas formou cachoeiras enormes em penhascos muito altos.
O rio seguia seu rumo, devastando casas, animais, gritava tanto e ninguém lhe dava atenção.
No meio do caminho descobriu que aquela corrida era para a morte.
O que apavorava o rio era o mar. “ Serei tragado pelas ondas enormes e morrerei.”
Pedia ajuda enquanto passava pontes e pontilhões, não respeitava cercas nem divisas.
Ninguém lhe dava ajuda. Foi correndo rumo ao mar e o seu desespero aumentava.
De longe avistou o mar e se entregou todinho. Sua surpresa foi que ele não morreu, juntou-se ao mar e renasceu!
Agora o rio é um grandioso e imenso oceano!

REFLEXÃO DO DIA




REFLEXÃO DO DIA

Gracinda Calado

Muitas vezes acordamos com a sensação de que nada acontece como planejamos no dia anterior. Às vezes carregamos em nossa mente pensamentos negativos que nos preocupam, nos desinstalam e até nos sufocam só em pensar o que de mal poderia nos acontecer.
Como exemplo, vivi uma situação em que quase perco a serenidade.
O telefone toca às 5:00 da manhã. O dia amanhecia chovendo, nublado e fria a temperatura muito boa, propício dia para dormir mais um pouco até às sete horas.
Atendo ao telefone com receio que algo acontecera de importante para tocar o telefone aquela hora da manhã. Do outro lado alguém fala e diz “te acordei”, tentei ouvir a voz e não identificava voz de pessoa conhecida. “Quem fala”, perguntei e a voz responde “dormiu bem?”. Completamente já zangada pelo motivo da invasão do meu sono, disse: “ quem está falando?”. Imediatamente a pessoa diz que era de São Paulo querendo falar com alguém que eu nem conhecia e quando disse que era de Fortaleza que eu atendia, a pessoa bateu o telefone na minha “ cara”, sem pedir desculpas...
Fiquei furiosa, de repente pensei: isto não está acontecendo...acordar essa hora sem motivo justo, retruquei com muita raiva. Não sei se pela indelicadeza de quem telefonou ou por eu acordar cedo. Certo era que me tirou do sério logo de manhã.
Tomei uma chuveirada e cantei até esquecer tudo aquilo.
Tenho certeza que coisas assim nos tiram do sério o dia todo se não reagirmos logo de imediato.
Geralmente nos encontramos em situações que devemos arranjar uma saída para que a morbidez dos acontecimentos indesejáveis não nos puna o dia inteiro por motivos óbvios dos nossos relacionamentos com nós mesmos.
Reneguemos o mau humor, a raiva, a insegurança, o tédio, o azedume do espírito negativo, a vida vai sorrir novamente para nós.
Experimentemos fazer isso e tudo correrá bem, pois não temos outra saída senão agirmos a nosso favor, que é muito mais prático do que fácil, sabemos disso.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

COISAS DA MINHA TERRA ( CARNAVAIS)


COISAS DA MINHA TERRA
( Carnavais )
Gracinda Calado

Há muito tempo o carnaval deixou de ser uma festa familiar.
Na minha cidade festejava-se o carnaval como uma brincadeira familiar.
Os “corsos” eram preparados com antecedência por cada família.
Nos carros abertos crianças se vestiam de pierrô e colombina, de palhaços e marinheiros e desfilavam pelas ruas enfeitadas da cidade. Geralmente às 16:00, para que todos apreciassem a alegria momina.
Os adultos se vestiam de fantasias de seda de piratas, de reis e de rainhas. Lindas fantasias desfilavam pelas ruas em carro aberto jogando confetes e serpentinas, juntamente com o rei momo da cidade, levando nas mãos a chave da cidade.
Nos clubes da cidade as crianças dançavam com os pais, nas vesperais de domingo.
Á noite nos mesmos clubes, os adultos cantavam e dançavam lindos frevos e canções.
Os “cordões” se enfeitavam e desfilavam nos salões cantando marchinhas de carnavais passados.As músicas mais tocadas eram: Jardineira, Zé Pereira, Máscara negra, Mal-me-quer, Vassourinhas, As águas vão rolar, Me dá um dinheiro aí, A turma do funil e tantas outras que deixaram saudades!
A brincadeira era tão pura que brincavam todos de mãos dadas, fazendo rodas ou marcando passos de frevos no salão.O uso do cloretil era permitido, pois só perfumava os salões.
A banda do conhecido mestre Permínio era quem animava as festas, durante os três dias de folias. Em frente ao clube principal da cidade- BAC ( Baturité Atlético Clube) os apreciadores de festas de salão ficavam olhando do lado de fora na rua, que o povo chamava de “sereno”.
As fantasias eram simples, criativas, e bem elaboradas para aqueles dias: arlequim, pierrô, colombina, baiana, índio, árabe e tantas outras...
Quando o sol raiava a festa acabava.Os salões ficavam todos cheios de confetes e serpentinas.A festa acabava, mas não acabava a alegria da gente.
Quando chegava quarta feira era só saudades e nada mais!

A FORÇA DA ÁGUIA


A força da Águia
Gracinda Calado

Existe um pássaro que quando está fraco e velho, não podendo mais voar, sobe ao pico mais alto de um rochedo em busca de forças pra voar. Com o bico tira todas suas penas, recolhe-se para que ninguém o veja. Logo outras penas começam a surgir em seu corpo nu.
Quando as penas cobrem todo seu corpo, ela sacode as novas penas e alça vôos mais distantes e com muita energia renova-se para viver mais outros anos de beleza, coragem, energia e lucidez. A Águia faz inveja a muita gente!
Sejamos como a águia que se afasta e se depena toda para renovar suas asas e juntar forças para voar novamente.
Reflitamos nossas ações, deixemos para trás os dissabores do passado, tiremos as nossas penas, os nossos sofrimentos, os nossos dissabores e decepções, deixemos de lado tudo que nos faz sofrer e acabar com nossas energias.
Precisamos de alma nova para voar mais alto como a águia, o nosso vôo no infinito do nosso ser. Busquemos penas novas, para encantar aos que convivem ao nosso redor. Deixemos transparecer a beleza que existe em nós. Juntemos tudo isso à nossa inteligência, e à sabedoria da águia. Assim seremos renovados para voar mais alto nos nossos sonhos.

SONHAR
Gracinda Calado

Sonhar é uma forma diferente
De se ver e se tocar.
Parece realidade o sonho fácil de achar.
Sonhar é viajar no tempo,
Passado, presente e futuro,
Sonhar é fantasiar
Lindas histórias de amor.
Quando o sonho se acaba
Acaba a vida da gente
Deixa a gente diferente,
Fica todo transtornado.
Os sonhos são lágrimas, quimeras,
São tristes desolações,
São passos ligeiros perdidos,
Doces encontros fugazes,
São tristes recordações.
Os sonhos são saudades guardadas,
No mais profundo do peito,
São loucuras, fantasias,
De paixões e amores desfeitos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

CANÇÃO DA CHUVA


A CHUVA
Gracinda Calado

Chuva que cai na alma, difícil de se entender,
São teus olhos chorando,
Com vontade de me ver.

A noite vem forte calada, se instala sem permissão,
Enquanto o pranto escorre
Dentro do meu coração.

Chuva que cai no telhado,molha teu peito e o meu,
Arrasta esperanças guardadas,
No meu coração e no teu.

Chuva que trás esperanças,de fartura e de bonança,
É como um doce alívio,
pra amenizar o meu pranto.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A VIDA SEM O POETA


A vida sem o poeta
Gracinda Calado

Quando morre um poeta, deixa um vazio uma dor,
Tudo fica diferente, sem alma, sem cheiro e sem cor.

O poeta é o mensageiro de profundas emoções,
Nos seus versos luminosos, suas bonitas canções.

Quando morre um poeta tudo fica diferente
O ar fica mais pesado, leva a coragem da gente.

As flores, os pássaros, a música e as poesias,
Sentem muitas saudades, daquelas reais fantasias.

O céu fica sem estrelas, a lua fica sem luar,
Os olhos ficam sem brilhos, com vontade de chorar.

Poetas são anjos divinos, seus versos são imortais,
Poetas são doces carinhos, são jóias finos metais.

Todos nós somos poetas, quando falamos de amor,
Não há quem fique sem rima quando se casa amor e dor.

Quando morre um poeta, ficamos sem opções,
De fazer versos, melodias poesias e lindas canções.

Quando o poeta se vai, vai com ele as ilusões,
Os poemas perdidos, as dores e inspirações.

Sem poeta e sem canção, sem versos e fantasia,
Jamais podemos viver sem esta grande alegria.

sábado, 19 de janeiro de 2008

COISAS DA MINHA TERRA( pASSEIO À ESTAÇÃO)


COISAS DA MINHA TERRA ( Passeio à estação)
Gracinda Calado

Lá pelos anos 50 e 60, na minha terra os jovens estudantes tinham um costume de passear na estação ferroviária. Às 9:00, chegava um trem vindo de Fortaleza com destino ao Crato.
A estação ficava lotada de pessoas que vinham assistir a passagem desse trem onde nele se encontravam personalidades importantes da política, da educação, do rádio ou do teatro cearense, como também da igreja. O trem era o único meio de transporte que ligava a capital ao sertão, o norte ao sul do estado.
Naquele momento vinham os estudantes dos colégios salesianos Domingos Sávio e N. Senhora Auxiliadora. Esses estabelecimentos de ensino ficavam perto da estação e muitos alunos no horário do recreio, matavam aulas e iam passear e flertar com os jovens lá na praça do putiú.
Na hora que o trem chegava era uma grande animação: vendedores de frutas, laranjas, uvas, tangerinas, mangas, cajus, siriguelas,como também os doces e bananas passas, que chamávamos de bananas secas.
O trem demorava na estação para abastecer a máquina que era a vapor. Geralmente era a de nº 400 que logo foi apelidada de Laura 400. Muita gente ficava triste, chorava, quando o trem partia pois só deixava saudades. Aquele momento na estação ferroviária era mágico! Pessoas partiam, outras deixavam partir seus amores, outras encontravam o par ideal, muitas encontravam até casamento! Na hora da partida era muito triste. O trem saía muito devagar e as pessoas acenando com seus lenços brancos um adeus ou até breve. Tudo depois voltava ao normal. Os estudantes subiam a ladeira do “salesiano,” rumo à cidade em festa e muita brincadeira. Os moradores da rua Dom Bosco já conheciam as brincadeiras, próprias de adolescentes cheios de energia e muita saúde. Cantavam, gritavam, falavam alto e gargalhavam lembrando-se de algo que acontecera na estação. Que tempo bom aquele! Fui testemunha dessas horas maravilhosas em plena semana de trabalho e estudos.
Nossos pais não gostavam dessa atividade dos jovens. Quem podia barrar uma brincadeira tão sadia, em um lugar que não tinha o que fazer para ocupar o tempo de lazer?
O melhor de tudo era que todos eram amigos, como irmãos e a brincadeira tornava-se uma diversão.
Que tempos bons, velhos e belos tempos da nossa juventude e da nossa felicidade!

LIMPEZA NA ALMA


LIMPEZA NA ALMA
Gracinda Calado

As festas de fim de ano passaram, mas em muitos corações reina ainda as sujeiras na alma que os excessos de festejos deixaram.
Muitos saíram de casa para festejar o que passou e o que ainda é incógnita no futuro.As marcas do passado ainda não cicatrizaram, deixadas pelo reveillon e já se fala em carnaval. O que move tanto assim a vida mundana que não pára para refletir na sujeira que o ano velho deixou nas entranhas do coração...
Os amores acabados, desencontros de primaveras, feridas sangrando na alma, erros imperdoáveis, pecados capitais, exageros de comidas e bebidas, contaminação de doenças sexuais, e muitos outros motivos de sujeira da alma. Tudo isto nos deixa fracos quando não temos a grandeza de refletir sobre nossas ações; nos torna pequenos quando fugimos sem curar os males do passado e já planejamos novos acontecimentos como o carnaval.
O carnaval poderia ser uma festa belíssima, como nos anos passados, cheio de luz e beleza de cores além das grandes alegrias. O mundo todo modificou esse evento, que pela despedida da carne na quaresma, trocou pelos prazeres da carne no período quaresmal.
Muita gente se prepara para mudar de vida, entregando-se ao prazer do sexo, às bebedeiras, ao delírio das fantasias carnavalescas, às irresponsabilidades profissionais durante quatro dias de folia. No final dos festejos só sobram cinzas e nada mais.
É preciso que façamos uma reflexão de tudo o que queremos e tudo o que podemos fazer neste carnaval que se aproxima.
Vivamos um tempo de conscientização social, democracia e respeito, pois envolvemos pessoas que confiam em nós e dependem de nós nesse carnaval.
Vamos brincar com alegria e muita responsabilidade!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

SAUDADES DO CARNAVAL


SAUDADES DO CARNAVAL
Gracinda Calado

Tenho saudades dos carnavais que brinquei.
Tenho saudades das noites de folias,
Tenho saudades dos amores que deixei
Perdidos nos salões das fantasias.

Saudades dos carnavais de outrora,
Dos frevos e do samba- canção,
Meu pierrô atrás da colombina
Eu dançando no meio do salão.

Amores de carnaval, melancolia,
Tristezas e grandes separações,
Quando chegava a quarta feira
Restos sobravam nos salões.

Três dias de intensas fantasias,
Três dias de folias a noite inteira
Ele pra lá e eu pra cá, até de manhã.
Na mesma melodia, na mesma brincadeira.

Acabou o nosso grande carnaval,
Confetes e serpentinas nos salões
A vida nos levou as colombinas,
Deixou o vazio eterno dos foliões.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CARTA DE AMOR ( nº7)


CARTA DE AMOR (Nº 07)
Gracinda Calado

Inesquecível amor!
Aqui tão distante de ti, as horas não passam, tudo é muito lento e triste.
Sinto muitas saudades de ti e a cada momento que passa mais aumenta esta saudade. Tem pessoas que entram na vida da gente como flores, para perfumar as nossas vidas. Sei que tu és uma dessas pessoas na minha vida. O nosso viver, o nosso sofrer, nosso convívio com as outras pessoas ficaram mais amenos depois que me ensinaste a entender as pessoas. Gostaria muito de um dia me encontrar contigo outra vez, ai então iríamos recordar os momentos felizes que passamos juntos, naquela manhã de verão, na praia deserta em que o sol não economizava os seus raios sobre nós dois. Depois o mergulho gelado nas águas frias da Prainha refrescava o calor que saía de nossos corpos.
As horas vividas entre nós dois, em um passado distante, eram verdadeiros bálsamos de alegria e felicidades. Sofri muito quando partiste. Nossa separação foi um ato impensado, brutal, pois um grande amor não se acaba assim como o nosso. Apesar de toda nossa formação, o nosso coração não avisa quando escolhe alguém para amar.
Hoje me sinto só como ninguém no mundo, não consigo gostar de mais ninguém além de ti.
O teu amor preencheu parte do vazio de minha alma.
Espero te ver um dia e te abraçar, matar esta saudade que arrasa meu coração.
Aceite o abraço carinhoso de um grande amor.
Talita.

FOLHAS AO VENTO


FOLHAS AO VENTO
Gracinda Calado

As folhas caem e o chão vermelho se enfeita de cores.
As folhas secas da estação, são levadas pelos ventos do norte e empurradas para além das correntes de ares.
O vento quente sopra primeiro, sufoca a mente enegrecida pelas cinzas da paisagem.
Tudo morre, tudo expira, nem uma flor sobrou para enfeitar a morte.
A ultima esperança chega no bico de uma avezinha.
Um broto de ramo verde trás a esperança, como Noé na embarcação do Gênesis.

O céu cobre-se de nuvens espessas, se espalham ao longe levadas pelos ventos quentes rumo ao mar.
Outono na natureza é tristeza no universo. É como se a vida se esvai, seguindo o rumo dos ventos sozinha, triste e solitária.
Outono em nossa vida são cabelos brancos desbotados. Rostos amassados no espelho do meu quarto na estação da natureza.
Passos lentos, olhares distantes como quem procura algo na amplidão dos céus.
O outono chega em nossas vidas como as folhas carregadas pelos ventos da estação ou trazidas pelas correntes de outros ares.
Passa ligeira a vida como as folhas soltas no ar sem rumo, e as esperanças como lânguidos olhares de um fim de estação.
A vida espera a paz para sentir o gosto de recomeçar.
Enquanto há vida há esperança no lugar!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

QUEM ÉS TU


QUEM ÉS TU
(Gracinda Calado)

Tu és o raio, o clarão da lua,
És a estrela fria das manhãs,
Tu és a luz clareando a rua.

És aragem, flores matutinas,
Saudades em noite de inverno,
Deserto árido, areias cristalinas.

Sombra misteriosa de saudade,
Imagem perdida da noite
Miragem, ilusão, felicidade.

És a flor do campo perfumada,
Sorrisos de ventura adormecidos,
O canto da ave encantada.

És a flor cheirosa do jasmim,
A canção da noite enluarada,
Tu és a vida que vive em mim.

És o canto doce da cotovia,
És a música triste és canção,
És o mistério tu és oração!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

PERSÉFONE (HISTÓRIAS DA MITOLOGIA GREGA)


PERSÉFONE, A PRIMAVERA E O VERÃO
( História da mitologia grega)

Falavam os antigos gregos que, no começo dos tempos, não existiam as quatro estações do ano. Só a primavera e o verão.
Naquele tempo, andava pelo mundo uma jovem belíssima chamada Perséfone. Ela era filha de Deméter, a deusa do casamento e das colheitas. Um dia, Perséfone colhia flores e cantava, quando foi vista pelo deus do mundo subterrâneo, o terrível Hades.
Ele se apaixonou perdidamente pela jovem e a raptou, levando-a para seu mundo de escuridão. Deméter, a mãe, ficou desesperada. Não se conformava com a perda da filha. Como ela era deusa das colheitas, sua tristeza e saudade fizeram os frutos das árvores secarem e as flores murcharem. Famintos, os homens pediram a Zeus, o deus de todo o universo, que resolvesse aquela situação.
Zeus chamou seu filho Hermes, o mensageiro de todos os deuses, e lhe fez um pedido:
Hermes quero que me ajude. Deméter exige que Perséfone volte. Diz que , se ela não voltar, todas as árvores morrerão. Mas Hades já se casou com ela. O que faremos? Hermes, o mais esperto dos deuses, desceu ao mundo subterrâneo de Hades, a terra secreta da noite e dos mistérios. Lá encontrou Perséfone ao lado do marido.
-Meu pai ordena que Perséfone volte para casa de sua mãe, Hades. Você agiu incorretamente
-Por que? Eu estava apaixonado, não conseguia viver sem Perséfone e , com o tempo ela também aprendeu a me amar. Somos felizes agora!
-Não se pode raptar uma jovem dessa forma. Deméter sente saudades da única filha.
Você terá que me obedecer.
-É impossível devolver Perséfone à terra novamente. Como você sabe, o que entra no mundo das trevas não pode voltar para casa.
-Hades, então tenho uma proposta: Perséfone fica oito meses com a mãe e durante os quatro meses restantes ela fica com você..Certo?
-Está bem, Hermes eu aceito.
E foi assim que surgiram as estações do ano.Quando Perséfone está com a mãe, temos o inverno e o outono, porque Deméter é a deusa das colheitas, sua tristeza e saudade fazem as flores murcharem e os frutos secarem.

ADOLESCENCIA


ADOLESCÊNCIA...
Gracinda Calado

No desabrochar da minha vida,
Corria pelos vales e pelos montes.
Brigava com o vento que agitava meus cabelos.
Pegava frutas no pé, subia nas ingazeiras.
Andava descalço nas sombras das cajazeiras.
Tomava banho no rio, domingos ou feriados,
Espantava passarinhos, jogava pedras em telhados.
À noite , morta de sono brincava com o luar.
Tomava banho nas cascatas, no riacho ou ribeirão,
A vida era boa, era solta, cheia de liberdade total.
Não existia uma vida melhor que aquela,
Naquela doce morada de alegria geral,
O amor imperava dentro do meu coração,
Tenho saudades de tudo que me trás recordação.

domingo, 13 de janeiro de 2008


O ARCO-IRIS
(Gracinda Calado)

Depois da chuva o arco-íris.
No horizonte por cima das serranias, juntinho do céu, avistava-se o arco-íris.
Um verdadeiro festival de cores, brilhando, encantando a todos que passavam.
O sol estava saindo era o sinal que a chuva foi para bem longe; surge o arco de cores no céu.
O espetáculo se apresentava ora verde cor da mata virgem das florestas, ora multicores que enfeitavam os caminhos aos andarilhos das íngremes estradas.
A cor do amarelo ouro, enfeitando as matas, parecia o sol caindo em distancia infinita.
O azul confundia-se com o azul do céu em várias cintilações, como as asas das araras
que voavam nos galhos das árvores, mais altas.
O lilás e o roxo traziam paz para o lugar onde a saudade se avizinhava das outras cores do arco-íris: O lilás, alaranjado, cor de rosa, branco cintilante etc.
A mistura inconfundível das cores tinha uma magia virginal de amores, recordações e saudades que não se explicam naquele lugar.
A beleza natural, o perfume do mato e o canto dos pássaros encerravam aqueles momentos mágicos coloridos. Parece que o arco-íris chegava para beber toda a água da chuva.
Meu coração apertado de tanta emoção não se cansava de olhar para o horizonte.
As saudades dominavam meu peito em alegres recordações da infância.
O dia estava findo, e o céu vestia-se de luto na despedida do sol, entregando à lua sua luz tímida de inverno.
A serração começa destilando suas primeiras gotas cintilantes e logo tudo se transforma em névoa fria.
A noite promete um bom chá e uma cama quente para refazer as energias do dia que passou. Amanhã será outro dia de aventuras!

sábado, 12 de janeiro de 2008

O BARQUINHO


O BARQUINHO
Gracinda Calado

Quando eu era pequena só gostava de desenhar barcos de papel.
Meu barquinho no faz de contas deslizava ligeiro em mares revoltos sem lugares certos pra aportar.
Pintava-os de cores muito vivas, fluorescentes, reluzentes, para que todos vissem a beleza do meu barco.
Às vezes ficava pensando em histórias de piratas que roubavam e atacavam em alto mar.
Meu barquinho tinha dois lugares reservados: o meu e o teu.
Dentro do meu barco me sentia a própria bússola no controle de seu rumo.
Às vezes me tornava capitão e toda a situação ficava em minhas mãos.
Em um canto do meu barco, navegando, eu e tu, em alto mar, e o barquinho não parava de navegar.
Um dia tudo virou verdade, acabou-se a brincadeira de barquinho.
No meu barco tu partiste de forma ligeira, sem despedida, sem bagagem, sem adeus, nem até breve.
Ficou somente a saudade de um grande amor verdadeiro.
Não sei onde foi parar meu barquinho, que levou meu barqueiro.
Dentro daquele barco ficou meu coração de marinheiro e eu aqui sem barco e sem barqueiro!

EU QUERIA SER UM ANJO


EU QUERIA SER UM ANJO
Gracinda Calado

Eu queria ser um anjo
Pra olhar os olhos teus,
Tocar as estrelas no céu,
Fazer grande festival!

Eu queria ser um anjo,
Miguel, Rafael ou Gabriel,
Não importa o nome desse anjo,
Pra voar até meu Deus!

Anjo de plumas brancas,
Anjo de plumas azuis,
Asas grandes ou pequeninas
Que voassem até o céu!

Eu queria ser um anjo,
Um anjo puro de Deus,
Pra falar com Jesus Cristo,
O filho amado de Deus!

Depois sair por aí,
Pisando os astros no céu,
Cantando ave Maria,
No espaço templo de Deus!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

SÉRIE CARTAS DE AMOR


CARTA DE AMOR ( Nº 6)
Gracinda Calado

Inesquecível amor!
As horas passam, porém o meu amor por ti continua o mesmo vibrante, cauteloso, cheio de energia e muita paixão.
Quando ouço o sino da igreja, lembro-me das missas na igreja das Dores, onde rezávamos em união com Deus para pedir por nós.
Tu partiste mas comigo ficou ainda a lembrança de um amor sincero e leal. Amor de verdade, abençoado por Deus aos pés do altar.
Desde que te vi primeira vez me apaixonei e sei que tu também. Hoje o destino nos levou para vivermos assim, um pra lá outro pra cá, sem paz, até que um dia aconteça um milagre!
Nos meus sonhos te tenho sempre ao meu lado, entre beijos e saudades.
Sei que um grande amor não vai morrer assim tão depressa como uma nuvem ligeira que passa. Cada dia, sinto tua presença mais próxima de mim. A minha esperança é que um dia tudo mudará e tu voltarás para mim correndo e eu me lançarei em teus braços morrendo de amor! Não esqueça quem te adora tanto.
TALITA

O MAR DOS MARINHEIROS.
Gracinda Calado

Mar dos marinheiros, mar de peixes, mar de sal!
Mar da minha vida.

Mar de marinheiros!
Marinheiro sou eu que adoro o mar.
Marinheiro é você que vive no mar.
Marinheiro é ele que tira do mar seu sustento.
Marinheiros somos nós que defendemos o mar.
Marinheiros são os que amam o mar e fazem dele o palpitar dos seus corações.
Marinheiros são todos que conjugam o verbo a-mar!

ORAÇÃO DO DIA
Gracinda Calado

Ajuda-me Senhor,
Atravessar meus caminhos,
Compreender as dificuldades,
Que me deixam sozinha.
Carrega pra longe essa mágoa,
Tristeza que se avizinha.

Ajuda-me Senhor,
A vencer as tentações,
Encontrar dentro de mim,
O que ficou para trás.
Ilumina minha vida,
Pra que eu não sofra jamais.

Ajuda-me Senhor,
A viver a minha vida,
Sem ódio, e sem rancor,
Com a alma cheia de amor,
Ajuda-me a transpor teus caminhos.

Perdoa-me Senhor,
Se eu te peço tanto, assim,
Pois só a ti posso implorar,
Com toda humilhação,
Colocar as coisas no lugar.

Peço-te meu Senhor,
Toma conta da minha vida
Absorve-me em teu altar
Preenche toda minha alma,
De graça plena infinita!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

SÉRIE: CARTAS


CARTA DE AMOR ( carta 05)
( Gracinda Calado)

Meu grande amor!
Hoje como todos os dias acordei me lembrando de você, quando vi seu retrato no meu álbum de fotografias. Não pude me conter. As lágrimas rolaram como pérolas cristalinas no meu rosto cansado pelo desgaste do tempo. Fitei seus olhos tão bonitos, cor de mel, e apertei no meu peito a sua fotografia desbotada pelo tempo que passou.
Meu grande amor! Como sinto sua falta nos momentos de reuniões familiares, quando todos se divertem, batem fotos, sorriem, alegram-se de tudo. Só você não está aqui!
Quis o nosso Criador separar-nos os corpos, mas os nossos espíritos estão eternamente unidos, para sempre, meu amor!
Você fez parte da minha vida e só a você eu amei.
Os dias para mim são como dias de inverno, nada chega pra me alegrar o coração.
O que me sustenta é a certeza que você ainda vive mesmo em outras dimensões e que um dia nós iremos nos encontrar e tudo será melhor como era antes de você partir.
Aceite um beijo de sua alma apaixonada.
Talita

A VOZ DO TEMPO
Gracinda Calado


Muitas vezes na vida é preciso parar, para sentir o que o nosso coração diz.
Quando ouvires a voz de teu coração, procura sempre ouvi-la com atenção.
Não te preocupes com o que vais ouvir.
Permanece calado. Não te importas com os problemas da vida, se estiveres sempre atento. Veja e olhe tudo o que acontece ao teu redor.
Verás que a sabedoria estará sempre contigo, conduzindo-te ao objetivo que escolheste para viver a tua paz.
Sempre será importante um passo à frente, rumo ao teu destino, com coragem e confiança.
Procura emergir da escuridão em busca da luz, pois ela estará sempre presente em teu caminho.
Reflete sobre tudo isto e terás uma grande ajuda em toda a tua vida.
O poder de tudo vem do alto. A magnitude vem da alma pura, sem ambições, sem egoísmos, sem vaidades, sem pecados.
Creia sempre e aproveite para viver cada momento como se fosse o ultimo de tua vida!
A luz que te norteará é a luz do mundo que veio para te salvar!
Deus na sua infinita sabedoria enviou o seu Filho Jesus, nosso salvador!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

COISAS DA MINHA TERRA ( PROCISSÕES)


COISAS DA MINHA TERRA
( as procissões)

Gracinda Calado

Geralmente eu acompanhava as procissões.
Semana Santa, ou Corpus Chiste.
Lembro-me bem quando todos se arrumavam no patamar da matriz, em filas organizadas dois a dois ou em alas direita e esquerda.
No centro o padre levava o Santíssimo Sacramento, que era coberto pelo palio, uma espécie de sombrinha grande e enfeitada de dourados e franjas.
Na frente às irmandades, as zeladoras, os grupos religiosos, depois as mulheres e os homens atrás.
O andor era muito enfeitado com palmas, e pano roxo, na semana santa. O encontro de Jesus com Maria sua mãe era o ponto alto da procissão.
Na festa de Corpo de Deus as ruas eram enfeitadas de flores, formando tapetes coloridos.
As fachadas das casas eram ornamentadas de toalhas e rendas de bordados e renascença. Costume da época colonial.
Alguns coroinhas iam à frente do padre levando castiçais e velas acesas, um sininho que tocava em cada parada para a bênção do Santíssimo. Todos se ajoelhavam e rezavam fervorosamente com muito respeito.
As pessoas devotas jogavam chuvas de pétalas de rosas.
As devotas rezavam e cantavam hinos próprios para a ocasião.
Aqueles hinos eram tão lindos que emocionavam a gente.
A procissão prosseguia até o seu final com a ultima bênção aos fiéis, e atrás as ruas ficavam perfumadas pelas rosas e pelo incenso que o sacerdote espalhava pelo caminho.
Que saudades que eu tenho da minha terra em dias de procissão!
O povo demonstrava sua religiosidade, seu amor ao Corpo de Deus e sua fé em tudo que a igreja professava!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A CHUVA E SEUS MISTÉRIOS




A CHUVA E SEUS MISTÉRIOS
( Gracinda Calado )

Olhando a chuva que cai sinto saudades!

Minha casa grande antiga com “jacarés” jorrando água pura caindo do céu, não havia que não se jogasse debaixo daqueles “jacarés,” que pareciam cachoeiras cristalinas gratuitamente nos chamando para o banho de chuva.
A água rolava pelas calçadas altas, ladeira abaixo formando riachos imensos rumo ao rio que passava perto.
De longe o barulho das águas do rio chamava atenção a todos que moravam nas redondezas.
Meus irmãos afoitos se jogavam nas correntezas e eram levados rio abaixo juntos com outros garotos da vizinhança até encontrarem um lugar mais tranqüilo para aportar.
O gosto da chuva era diferente. Tinha gosto de fruta caída do pé, pois as formosas mangas- rosas se precipitavam naquele aguaceiro louco do inverno.
Do alto da serra desciam os galhos das ingazeiras no leito do rio e troncos de outras árvores faziam barreiras enormes, atrapalhando a água passar e seguir seu rumo.
Era um espetáculo maravilhoso! Se não fosse a chuva que caía em galopes com força para destruir as plantações e alargar os riachos secos do verão diria que o paraíso estava plantado naquele lugar.
A chuva que caía no chão não respeitava limites nem ocasiões. Caía forte como um desesperado pranto de amor. A terra ficava molhada, cheirosa, fértil, viçosa esperando a semente para germinar.
A chuva caia do céu para abençoar os lavradores e encher de alegria os plantadores de grãos. Os grãos que alimentariam seus filhos, e trariam o sustento de suas famílias durante o verão.
Ó abençoada chuva que dava vida, aos animais, as flores do campo, e as criações!
Que dava alegria a todas as crianças naquela formidável estação!

domingo, 6 de janeiro de 2008

PRECISAMOS DE PAZ!


PRECISAMOS DE PAZ!
Gracinda Calado

O mundo todo precisa de paz!
Nunca se falou tanto em paz como agora. Vivemos momentos de insegurança total.
O mundo está em ebulição, parece que um grande caldeirão está preste a explodir.
Não temos tranqüilidade em nossas casas, nas ruas, nas escolas, em todos os lugares, igrejas, cemitérios, catedrais.A falta de paz está acabando com o planeta.
A vida na terra pede paz!.
A paz que pedem os grupos insistentemente nas ruas das cidades do mundo inteiro.
O planeta está morrendo a falta de paz.
Será que Deus se esqueceu de nós ou nós esquecemos dele?
Onde estão os pais que não cuidam mais dos seus filhos, e filhos que não querem mais saber de seus pais. Procuram abrigo no submundo do crime e da prostituição.
A vida humana perdeu seus valores morais, religiosos, éticos, em nome de outros valores que acabam com a raça humana e a vida no planeta.
SOS, é o grito de paz de todas as nações do mundo!
As guerras, o terrorismo, as perseguições políticas, a destruição ecológica, o aquecimento global, a fome, a miséria dos países subdesenvolvidos, tudo isto acaba com a nossa paz.
O que podemos fazer, se vemos a nossa frente o caos?
As grandes multinacionais, jogando as sujeiras na atmosfera, o planeta se deteriorando por culpa dos homens.
Pedimos paz, é o grito deste começo de ano para toda a humanidade!

sábado, 5 de janeiro de 2008


OS VERSOS E REVERSOS ( do meu coração )
( Gracinda Calado )

Dentro do peito bate um coração magoado.
Coração que sofre e que pulsa calado.
Coração que pensa é feliz, comportado.
Nos versos do meu coração existe alma.
Viver, amar mesmo que não seja amado.

O que me faz feliz é te ter ao meu lado.
Nos reversos do meu coração, só paixão!
Um amor doido varrido, de emoção...
Grande amor, sem medidas, controlado.

Coração não é brinquedo...
O que te faz viver é teu amor bandido.
Coração bobo, coração magoado, apertado,
Sincero coração é o meu, sofrido, cansado.
Coração feliz, pra viver bem sofre calado.

Se a alma fala ao coração carente,
Se a cabeça pensa o que o coração fala,
O corpo mexe com o coração da gente,
A boca fala o que o coração sente!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008




Alguns propósitos para o Novo Ano/ 2008.
Gracinda Calado

A cada ano que se vai, fazemos uma reflexão de nossas vidas, o que deixamos de fazer, o que prometemos fazer e não concluímos, por um motivo qualquer; oportunidades que perdemos por nossa omissão etc.

O que posso fazer é muito simples.
Não prometo aquilo que não posso cumprir.
No ano que começa serei mais despojada de alguns insignificantes valores.
Voltarei para minhas aulas de hidroginástica. Meu professor e meus colegas sentiram minha falta e eu também senti muito a deles.
Continuarei meu curso de Teologia, o qual me satisfaz bastante. Tenho muitos amigos lá, gosto de estar junto deles. As aulas são muito proveitosas me sinto realizada.
Procurarei ser mais feliz e estarei sempre perto das pessoas que eu amo.
Gosto muito de viajar, conhecer novos países, novas pessoas, lugares diferentes...farei um esforço para realizar o meu desejo.
Não posso esquecer os meus livros. Fazem parte da minha vida.
Terei maior atenção na leitura dos amigos que gentilmente me mandam seus e-mails.
Abraçarei mais, pois o abraço é o começo de um grande laço.
Sairei mais com o meu grupo de “ conterrâneos;” me encontrarei mais vezes para os bate-patos de costume, uma vez por mês.
Rezarei mais, pois sinto necessidade de fazer mais orações, assim a alma fica menos vazia. Comemorarei os 15 anos de minha 1ª netinha. Viverei esta primeira emoção.
Gosto de emoções fortes, gosto de desafios, gosto de criar situações para preencher meu tempo.
Gosto de visitar minhas amigas, meus parentes e de improvisar festinhas para os familiares.
Gosto desse contato permanente.
Gosto de sentir nos olhos das pessoas o que elas sentem e ouvir o que elas precisam falar para desabafar suas dores.
Gosto também de confiar nas minhas amigas e contar-lhes minhas preocupações, algo que me incomoda ou pedir-lhes conselho.
Tudo que pretendo fazer é muito simples e muito fácil de cumprir.
Acho que terei o maior prazer em realizá-los.
Finalmente só preciso da ajuda de Deus para que minha saúde esteja melhor do que no ano que passou. Agradeço a Deus pela minha vida!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

A JANELA


A JANELA
Gracinda Calado

Ainda emocionada com os festejos de Ano Novo, tento dormir, mas acordo muito cedo. Hoje é aniversário de minha filha única, primeiro rebento do meu grande amor!
Os outros dois são filhos que mais que amigos me deram seis netos.
Abro a janela de meu quarto ainda escuro, fico ali pensando em muitas coisas: momentos de felicidades quando minha família ainda tinha meu esposo que se foi pra morada eterna.
Penso em minha filha quando era pequena e passeávamos bastante, sem preocupações de agora.
Fico acordada como se sonhasse...

Através de minha janela, num apartamento no 8° andar, de um prédio, classe média alta, vejo as luzes da cidade ainda acesas, a torre da igreja iluminada era um convite à oração!
O movimento da rua ainda não começara, e os ônibus não haviam iniciado suas primeiras caminhadas pela cidade.

Muito longe ouço um galo cantar. Os pássaros já começam seus primeiros gorjeios.
Ao fundo da minha visão do lado do mar, as nuvens estão pesadas e escuras, cor de chumbo como se fossem desabar a qualquer hora uma grande chuva. Sinto um vento fresco bater suavemente meu rosto, enquanto os pensamentos me perseguem querendo voltar ao passado.
Lembrei-me de meus pais que estão há muito tempo ausentes, no céu.

Alguns pingos fortes molham minha face como lágrimas para lavar meu rosto ainda sonolento.
Ao longe avisto o padeiro que vem despertar a rua e o jornaleiro que se preocupa em não molhar os jornais envolvendo-os em plásticos. Passa em minha rua joga os jornais e vai.

O relógio da Igreja de N. Senhora de Fátima bate as horas e o carrilhão toca, “ave, ave Maria,” uma música muito conhecida pelos fiéis.
A minha janela são os meus olhos e os meus ouvidos.
Os animais da noite ( gatos ) já se recolheram.

Sinto um cheiro forte de café, apresso-me para fechar a janela e fazer minha primeira oração e a refeição matinal.
A insônia me trouxe muita alegria, o dia muita energia para começar os preparativos do aniversário de minha linda Gracimar.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

MEMÓRIAS DE UM LEITOR


Memórias de Um Leitor
Gracinda Calado


Nasci rodeada de livros, fiz deles companheiros, amigos misteriosos.
Cada página que eu lia, em cada livro eu chorava ou sorria.

Na ânsia de lê-los todos, inquieta, eu ficava, pensando em um ou outro personagem.
Nos meus sonhos me encontrava com todos eles, e desde então passei a respeitá-los.
Cheguei até a namorá-los, amá-los e abraçá-los fortemente.

Como eu amava meus livros! Como eu tinha ciúmes de todos eles!
Não pensava minha vida sem eles. Contos ou poesias, romances ou novelas.

Como era boa minha vida, naquele ambiente alegre, sadio, iluminado, verdadeiro, apesar das ficções.
Quando vejo um livro, logo simpatizo com ele, compro-o e fico ansiosa para lê-lo.
Fascina-me os causos, as histórias, as memórias, as biografias, os romances, enfim, tudo me satisfaz plenamente!

O Conto me encanta porque sempre me surpreende!
Os Romances são lindas e trágicas histórias de amor, e em cada capítulo algo se identifica com minha vida, minha história.
Amores vividos, traídos, encontros e desencontros de amores, solidão, separações, etc.

Tudo se repete em mistérios e magias!
Inspirações, devaneios, sonhos, sensações de perda e vazio; nessas histórias, encontramos muitas vezes algumas verdadeiras, fatídicas dentro da nossa história.

O livro é um fiel companheiro, mesmo velhinho não nos abandona nunca!
Está sempre a nos falar alguma coisa!
É um conselheiro admirável!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

ANO NOVO!




ANO NOVO!
( Gracinda Calado)

Exuberante a natureza explode em versos.
Enche-se de energia o mundo!
O ar explode em luz e som.

Nasce o Ano Novo!
Em meio as emoções, renasce a fé nos corações!
Malabarismos de cores, furta-cores no céu de nossa pátria!
Fogos coloridos enchem o ar e os corações de amores.

Contraste no céu e no mar.
O verde, o azul, e o luar, completam a festa num cantar.
Estouro de fogos e de luzes, magia na natureza.
Prenúncios, adivinhações, mistérios...
Nasce um novo ano, radiante e forte!

O ar se contamina de energia!
Em meu ser uma ânsia louca de viver e experimentar esse momento de prazer!
As pessoas caminham para um lado e outro, juntas nesta hora de paz e de emoção!
Desejam-se, se beijam, se abraçam, se amam!

Bons augúrios, bons presságios, bons ensejos.
A música explode no ar em sons e versos.
Lágrimas escorrem em nossas faces de tanta alegria!
Saudades invadem alguns corações solitários, lembranças de alguém que já partiu.

Todos rezam uma oração, uns agradecem, outros fazem um pedido, outros não dizem nada,
ficam calados quietos e mais um ano termina!
Outro começa, renasce a vida, os amores, os projetos, as emoções.
Tudo é mistério para o ano que vem!