domingo, 30 de dezembro de 2007


O PERDÃO
( Gracinda Calado )


A sublimidade do perdão não se questiona.
É feliz quem perdoa e feliz quem é perdoado.
Impossível é dizer em poucas palavras o sentido do perdão.

São tantas as passagens do Evangelho em que narram as parábolas de Jesus sobre o perdão!
Vamos lembrar uma: A do filho pródigo.A grandeza do pai ao perdoar o filho que perdeu toda sua fortuna em prazeres e festas, mulheres e brincadeiras mundanas. Volta para casa e pede perdão ao seu pai pelo mal que lhe causou. O pai faz festa para recebê-lo e perdoa-o, com o coração cheio de amor.

É muito difícil perdoar. Só um coração verdadeiramente cristão perdoa sem ressentimentos, com alegria da graça de Deus.
Os que não perdoam, guardam mágoas antigas que só lhe fazem mal. A maldade da alma abate um coração ferido pela falta do perdão.

Os que são perdoados são felizes também. Quando acontece um mútuo perdão, os anjos fazem festa no céu. Os seus corações explodem de tantas felicidades.
Perdoar é um ato sublime, pois errar é humano e perdoar é divino entre os povos civilizados.
Na oração do “ Pai Nosso”, ensinada por Jesus temos a passagem do perdão: “perdoai nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
Se oramos, perdoamos e seremos perdoados.

Vivemos um momento muito especial, o nascimento de Jesus. Festas de confraternizações, abraços, poesias, comidas, presentes. Será que estamos dispostos a perdoar?
O momento é oportuno, esquecer as mágoas, dar as mãos, abraçar, e de coração perdoar.
Seremos muito mais felizes sem ódio no coração.
Que Deus abençoe quem perdoar e cubra de bênçãos aos que foram perdoados. Feliz Ano Novo: 2008.

sábado, 29 de dezembro de 2007




O ANO QUE PASSOU
( Gracinda Calado )

O ano que passou trouxe para mim, momentos bons, de muitas alegrias, tristes de muitas saudades, felizes, e auspiciosos esperando o ano que vem!
Não fora a perda de algumas amigas teria sido melhor ainda.

O ano que passou aprendi muitas lições de vida fiz amizades novas, fiz faxina em minha alma e me aproximei mais de Deus.

Assisti alguns casamentos, e infelizmente alguns divórcios aconteceram em minha família.
Fui perdoada e dei o perdão aos amigos, procurei esquecer algumas mágoas no meu coração.

Em alguns momentos me senti fraca, sozinha, triste doente, talvez pelo peso da idade que se aproxima e alguns probleminhas de saúde.
Em outros, acordei feliz por estar viva, em companhia de meus filhos e netos e na confiança de alguns amigos.

Procurei refugio nos livros, nos filmes, nos passeios, e nos artigos que escrevo para o meu Blog.
Visitei amigas, voltei à minha terra, revi amigos de infância, energizei-me para receber o ano que se aproxima.
Com muita força e coragem continuo no meu curso de Teologia onde encontro lenitivo para enfrentar as dúvidas do dia a dia.

Minha alma está feliz agora, a esperança de uma nova vida se aproxima e em todos os setores de minha caminhada serei feliz.
Rezei para Jesus, meu guia, me abençoar nas horas incertas e me acompanhar em todas as horas de minha existência.

Tenho pensado muito em meus irmãos mais pobres que não têm uma vida digna, nem emprego decente para sobreviver com seus filhos. O que será que posso fazer por eles?
Responde o meu coração: muito pouco, pois são muitos os que estão na mesma situação.
Até quando Senhor da vida, esperarão a bonança?
Isso me entristece muito...

Quantos lares desfeitos por falta de comida na mesa, um calçado, para forrar seus pés, uma roupa para vestir sua nudez...
No próximo ano, espero que eles sobrevivam e tentem novamente viver felizes.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O QUE É SAUDADE


O QUE É SAUDADE
( Gracinda Calado )

Saudade é bichinho que rói, rói, rói.
É uma doença que dói, dói, dói.

É um não sei quê, que mata a gente,
aos poucos vai roendo,
se alastrando, vai doendo.


Saudade faz a gente enlouquecer...
Quando estamos longe queremos ver,
Quando estamos perto basta de ver.

Saudade é lágrima quente,
que sai do fundo do ser.
È coisa que a gente não cansa de ter!
É um dito por não dito, é querer,
É um tal de cegar a gente, é enlouquecer.

Saudade é um vazio no coração.
É um peso na alma, é não querer,
é tristeza perversa é solidão.

É uma doença, é melancolia,
Não há muita explicação.
Saudade é uma tal felicidade,
É simplesmente: saudade!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007


O ANO VELHO ESTÁ MORRENDO
Gracinda Calado

O ano passou e passaram as tristezas, as alegrias, as incertezas, as angústias, as inseguranças, tudo que vivemos e convivemos com ele.
Só não passaram: a esperança, a coragem, a serenidade e a vontade de viver.
Com otimismo encontramos forças para resistir a tudo que nos machucou, decepcionou ou torturou intimamente, ou deixou marcas profundas em nossa alma.
Percorremos caminhos, fizemos amigos, deixamos rastos, pegadas, raízes, entre as pessoas que amamos.
Dentro de cada um de nós floresceram alguns sentimentos bons: de fraternidade, solidariedade, justiça, enquanto se fortificaram a esperança do amor e a capacidade de dizer” te amo”, ou “ preciso de ti”.
Fomos crianças ao embalo das manhãs claras a espera de um milagre de vida.
Fomos felizes, enquanto arrancávamos as traças, as poeiras e pequenas sujeiras da alma.
Soubemos conviver com as injustiças e com as ingratidões por parte daqueles que amamos.
O espetáculo do ano que passou, terminou. Tivemos perdas, mas tivemos muitos ganhos, e uma necessidade imensa de repensar a nossa vida.
Fazer balanços de nossas amizades, pesar acontecimentos.
Floresceram em nossas consciências os propósitos de repensar, avaliar, tudo aquilo que não teve acréscimo para o nosso crescimento espiritual e os que acrescentaram algo em nossa convivência com nossos familiares e amigos mais próximos.
Para que a festa que se aproxima, com o ano que vem seja perfeita, esqueçamos os dissabores, as mágoas do passado e tudo aquilo que nos incomoda.
Que o raiar de novo ano nos traga a certeza de que seremos muito felizes e o ano seja pleno de realizações.
Saibamos usar nossa inteligência a serviço do bem e da felicidade de todos os que nos rodeiam, assim seremos felizes também.
Usaremos nossas falhas para corrigir os erros que acarretaram tristezas e dissabores ao nosso próximo.
Seguiremos então o caminho, recomeçando, descobrindo, aprendendo a ser feliz e fazer alguém também feliz, com coragem, força e compreensão.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007


Os três Reis Magos
( Gracinda Calado )

Todos nós sabemos que no nascimento de Jesus é relatada a passagem dos três Reis Magos que vieram do Oriente para ver o Menino que pelas palavras dos profetas seria o Rei, o Salvador do mundo.
Essa vinda marcada pela estrela de Belém, é narrada de maneira simples, enquanto Maria e José cuidavam da criança para que nada de mal lhe acontecesse.
A família de Belém ali em uma manjedoura, cercados de animais, numa situação humilde e pobre não imaginava receber tais visitas.

Trouxeram presentes, ofereceram o que de mais rico e precioso tinham para o menino recém nascido: ouro, mirra, incenso, e suas presenças majestosas. Eram reis que se curvavam na presença de um menino.
Eles sabiam que aquela criança mudaria a história do mundo.
A estrela que os guiava era de uma luz grandiosa e que se deslocava mostrando aos passageiros o caminho e o lugar onde Jesus nascera.

Até hoje se cultua essa história, que está escrita na Bíblia.
E nós o que faremos nessa noite de Natal? Que presentes temos a oferecer ao menino que veio, viveu, se tornou homem, se fez humano e morreu na cruz para salvar a humanidade inteira...Talvez ouro, pedras preciosas, perfumes, etc.
Jesus não quer esses tipos de presentes, Ele quer o nosso coração, a nossa alma limpa de pecados, de misérias. Ele quer o nosso amor, a nossa doação simples, humilde como aquela estribaria onde nascera.

Por isto nesta noite de Natal corramos aos pés daquele que nos espera, nos chama ansioso, para nos abraçar na Eucaristia, ficar pertinho de nós, como na noite de luz, ao calor do carinho de seus pais.
Ó Jesus, meu salvador, ajuda-me a chegar a ti, para que eu sinta o teu poder, a tua luz, o teu amor grandioso, e o caminho para chegar ao céu!

CAMINHOS


CAMINHOS
Gracinda Calado

Li em algum lugar que “ caminhos só existem quando os fazemos”, não sei quem é o autor.

Fiquei refletindo um pouco sobre os caminhos que percorremos em nossa vida.
Aquilo que deslumbramos não são caminhos, são sombras, projetos, alucinações.

Os caminhos deixam rastos e pegadas.
Por onde passamos marcamos com nossos sinais os lugares, as veredas, as grandes estradas, as ferrovias, as rodovias, de acordo com nossa atuação, fazemos o caminho percorrido.

Muitas vezes são caminhos tortuosos, em linhas retas, estreitos, de mãos duplas, pedregosos, cheios de espinhos, ladeiras intermináveis.

Algumas vezes não sabemos pra onde vamos, mesmo assim percorremos o nosso caminho.
Se olhamos para trás, pedras podem rolar em nossa frente, chuvas podem nos molhar, feras podem nos pegar, pois perdemos a noção do rumo de nosso destino.

Desde que nascemos, seguimos o caminho que nos levará ao nosso destino final, pois assim como há um começo, haverá um fim no caminho.

Ninguém jamais contou quantas pedras rolaram em seu caminho; quantas vezes nós nos perdemos de nossa rota, ou quantas vezes paramos em nosso caminhar...
A vida é um eterno repensar, recomeçar, refazer, recaminhar; nós somos os condutores destes propósitos necessários em nosso viver.

Dentro de nós existe uma bússola que nos orienta sempre, mostrando-nos a estrada que devemos seguir, nunca percamos o contato com ela.

Disse Jesus:”Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Devemos seguir o caminho de Jesus, a verdadeira bússola!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007


ESTOU EM PAZ
( Gracinda Calado)

É noite de Natal!
Enquanto alguns se divertem, uns passeiam, outros rezam,alguns dormem,
A magia desta noite, insinua tranqüilidade e paz.
O céu é um clarão de luzes multicores.
Os corações pulsam mais fortes.
Na alegria desta noite sinto uma paz imensa!

Meu coração explode de felicidades!
Ao meu redor meus filhos, meus netinhos, meus irmãos, todos se abraçam.
No abraço sentimos o calor de Deus.
Na união sentimos Jesus-Menino, nesta noite fantástica de sons, cores e luzes.
A paz que eu preciso está comigo agora,
A paz que eu desejo a todos meus amigos, a todos povos do mundo inteiro!

A paz “aos homens de boa vontade,” que ela cresça no coração dos homens e das mulheres corajosas.
A paz verdadeira desta noite de Natal, pois nasceu o filho de Deus feito homem, que veio para salvar a humanidade inteira!

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!!!!!!!!!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007


UM ANJO NO CÉU

Gracinda Calado

Fui surpreendida com a morte do Pe. Leo.SCJ.
Falo de Pe. Leo com uma alegria muito grande e ao mesmo tempo uma saudade imensa.
Esse padre foi uma presença constante em minha vida. Suas homilias eram de uma grandeza espiritual tão grande que até os que não eram simpatizantes da religião católica ficavam fascinados com suas pregações.
Seu modo de falar, suas explicações , seus exemplos domésticos e ao mesmo tempo teológicos, deixavam nossa alma espiritualmente alimentada com a “Palavra” que saía do fundo do seu coração, sem questionar a grandeza das mensagens de Jesus a todos nós.
Não conhecia Pe. Léo, porém amava-o como a um ser mensageiro que veio ao mundo para arrastar almas para Jesus.
Padre Léo me convenceu, e o Evangelho para mim, depois de suas ricas pregações me salvaram. Salvaram minha alma do egoísmo, da ambição, do orgulho, da vaidade, da hipocrisia e de tantos outros pecados.
Morre Léo Tarcisio Pereira, sinônimo de alta estima e de força , acometido que foi pelo mal do câncer, não se deixou abater nem um momento, sua fé era tão grande que nunca deixou de pregar o Evangelho de Jesus, nem de trabalhar em prol dos acometidos pelo vício das drogas.
“Buscai as coisas do alto”, começava sempre em suas pregações.
Sinto falta do Pe. Léo , da sua coragem de denunciar, de proferir a verdadeira fé “ nas coisas do alto”. “Mortificai, pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão a impureza, as paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria. Dessas coisas provém a ira de Deus sobre os descrentes. Como eleitos de Deus reverti-vos de misericórdia, de bondade, humildade, doçura e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente” (Col 3,2.) Foi a ultima vez que ouvi padre Léo.
Obrigada meu anjo padre Léo Tarcisio Gonçalves Pereira SJC.

domingo, 23 de dezembro de 2007


ALEGRIA DO NATAL
Meimei ( psicografia)
Quando refletes na glória da manjedoura, sentes em verdade, a presença do Cristo no coração!

Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o céu que se reparte com a terra, através do eterno amor que se derramou das estrelas.

Agradece o dom inefável da paz que volta de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando em nome do Senhor, a alegria de alguém!

AO MEU JESUS


AO MEU JESUS!

(João das neves)

Hoje eu vou falar de Ti, meu Senhor!

Chegaste em minha vida, retirando-me da clausura da solidão, porém não consigo lembrar-me do nosso primeiro encontro. Não foi propriamente um encontro, hoje eu sei, pois sinto que sempre estiveste presente, aguardando o meu despertar.

No princípio eu não sabia que tu podias curar as feridas do meu coração e apesar da grande alegria que experimentava com a tua chegada, entristecia-me saber que não poderias ficar comigo. Mas Tu sempre voltavas, fazendo-me compreender estares preparando-me para uma união eterna.

Como exulto, Senhor, a esperar a ventura desse dia!
Agora quando Te vais, já não me aflijo tanto, porque o perfume da Tua presença se demora comigo.
Outra coisa me ensinaste, Senhor: ir ao Teu encontro e não apenas esperar-te no conforto do meu egoísmo.

Comecei a buscar-te no sorriso dos desocupados, na voz dos que apenas Te anunciavam, mas só pude encontrar-te, Senhor, nos olhos dos aflitos, no descontrole dos amedrontados, na impotência dos desvalidos, na frustração dos arrependidos, na minha própria dor, que misturei à dor dos meus irmãos.

Meu Senhor! Hoje sinto necessidade de clamar que te amo, mesmo reconhecendo que o amor que existe em mim é a expansão do Teu amor fecundando a terra toda.

Tu hás de santificar este meu afeto para que eu possa doar-me sem exigência. Tu porás beleza em meus olhos, a fim de que eu possa ver em toda parte os reflexos da Tua grandeza! Amém.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

IMPROVISOS...


IMPROVISOS
Gracinda Calado

Quantas vezes paramos no caminho, sentimos uma sensação que algo ficou para trás?
Algumas vezes deixamos de ouvir um amigo, atender um parente, ajudar alguém.
Outras ocasiões, sentimos que algo poderia ter sido feito e não fizemos por egoísmo, interesse nosso, ou para não beneficiar alguém.
Momentos em que negamos fazer alguma coisa boa, por omissão, comodismo, falta de compromisso com nosso próximo.
São os fantasmas do passado que nos perseguem sempre que olhamos nosso passado.
Quando somos jovens, teimamos em querer saber de tudo , mas não sabemos de nada.
A experiência é quem nos ensina, é quem nos prepara para a vida, embora já seja muito tarde para que tudo seja realizado. Fica então os ensinamentos aos mais jovens, as novas gerações...
Em nosso caminho ficarão apenas rastros, pegadas que ao longo dos anos sumirão na poeira do nosso caminho. Levaremos recordações de momentos, enquanto procuramos compensar tudo que na vida deixamos de fazer por ocasiões precipitadas de improvisos.
Na vida não se improvisa, se vive, ou morre.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

GOSTARIA QUE...


GOSTARIA...
Gracinda Calado

Que todos os momentos de nossas vidas fossem de paz.

Que o amor superasse o ódio entre os povos e nações.

Que as guerras dessem lugar à fraternidade.

Que o calor da manjedoura aquecesse os corações solitários.

Que o mundo se enchesse de luz para iluminar as mentes obscuras.

Que na noite de Natal o Menino-Jesus nascesse em todos os corações humanos...

Que os anjos cantassem para nós uma canção celestial e nossas vozes subissem aos céus como músicas dos deuses.

Que a noite de Natal fosse um grande palco para se presenciar a grande união de Deus com os homens na terra.

Que o mundo inteiro parasse para viver a união do natal.

Que o abraço fosse um laço de amizade eterna.

Que as crianças não pedissem um pedaço de pão para matar sua fome.

Que as lágrimas parassem de escorrer nos rostos magros e sofridos das crianças.

Que as mãos demonstrassem o que diz o coração.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007


LEMBRA-TE DE MIM...
Gracinda Calado

Lembra-te de mim, meu amor!
Nas horas calmas da noite,
Nos momentos de solidão,
De prazer ou de dor.

Cada vez que chorares,
Sou eu que estou a teu lado
Lentamente enxugando
As lágrimas dos teus pesares.

Quando uma flor for beijar,
Sou eu querendo o teu beijo,
Sou a saudade cravada na flor,
Que deixei no teu olhar.

Quando ouvires o som da água
Morna caindo da fonte,
São minhas lágrimas quentes
Rolando em meu rosto cansado.

Lembra-te de mim, meu amor,
Nas horas tristes de solidão,
Que eu estarei em teus sonhos,
Guardando teu corpo e teu coração.

Lembra-te de mim, não me esqueças,
Nunca eu vou te esquecer, nunca.
Somos duas almas gêmeas, iguais,
Até que o mundo desapareça.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

INSPIRAÇÃO DO NATAL


Inspiração do Natal
(Este texto é psicografia: de Francisco Cândido Xavier)
.
Ouves a música do Natal e sentes que o coração se te transforma numa concha de alegrias e lágrimas. É a luz do passado que te retoma o caminho e com ela reencontrarás Jesus na tela das emoções mais íntimas.
“Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra.....”
Diante de cada nota de inolvidável melodia, tornas ao regaço do lar, pelos prodígios da memória, revendo particularmente os que te amaram, com quem não podes trocar, de imediato, o abraço do carinho aconchegante...
Aqui neste recanto do pensamento, escuta as orações maternas que te falaram de Deus; ali, reconstituis a imagem de teu pai, apontando-te no firmamento a seara rutilante dos astros; além regressas ao convívio de professores inesquecíveis que te abençoaram a infância. Mais além ainda, contemplas de novo, afeições diletas que as provas e dificuldades do cotidiano não te arrendaram a alma...
O amor refulge em ponto sempre mais alto, na trilha das horas, e Jesus nos reaparece, a pedir que também nos amemos, a começar daqueles que nos rodeiam.
Não te detenhas!......
Reparte não apenas a mesa farta que te emoldura o júbilo festivo, mas oferece igualmente a ternura que te extravasa do sentimento.
Se alguém te feriu perdoa...e se feriste alguém, cobre o gesto impensado com a luz da humanidade que te fará recuperar o apreço de teus irmãos.
Divide o agasalho que te sobra, ante as necessidades do corpo, no entanto, esparze a compreensão além dos limites de tuas próprias conveniências; quanto se te faças possível, estende auxilio e coragem aos companheiros caídos nas sombras da perturbação ou da culpa.
NATAL É JESUS volvendo a nós, batendo-nos à porta da alma, a fim de que volvamos também a Ele.
Descerremos o coração para que o Senhor nasça na palha singela da nossa esperança de paz e renovação. Enquanto a vida imortal brilha sobre nós, à feição da estrela divina, dentro da noite inesquecível, seja cada um de nós, de uns para com os outros, no Natal e em todos os dias, a presença do amor e o amparo da bênção.

MEIMEI

domingo, 16 de dezembro de 2007


ARVORE DE NATAL
Gracinda Calado

Hoje tentei armar minha árvore de Natal.
Nela eu coloquei as lembranças dos meus entes queridos, das pessoas que me foram mais caras.
Coloquei minha família, meus amigos, os amores da minha vida, minhas saudades, minhas decepções, minhas tristezas, meus dissabores...
Agora vejo que não há mais lugar para as ingratidões.

No topo coloquei uma luz e nela quero que brilhe o meu amor pela humanidade inteira.
Nos seus galhos, atos de solidariedade, fraternidade, doação e caridade pelos que sofrem por um pedaço de pão.

Ao meu irmão mais sofrido, sem teto, sem roupa, sem chão, abrirei meu coração para recebê-lo e juntos do lado forte da árvore, seguraremos o sino da felicidade que irá soar no Natal.

Quisera eu colocar todos vocês, e enfeitar como rosas todos os espaços vazios da minha árvore.

Por ultimo vou colocar uma estrela que irá brilhar para sempre e em cada noite de natal, ela resplandecerá mostrando ao mundo, que é dia de comemorar o aniversário do menino mais sábio do mundo, que se fez homem para nos salvar e se fez Deus para viver eternamente junto do pai.
Feliz natal !!!!!!!!!

sábado, 15 de dezembro de 2007

LIMPEZA NA ALMA


Limpeza na alma
Gracinda Calado

Hoje eu quero fazer uma limpeza na minha alma.
Tirar tudo que me impede de ser feliz.

Abraçarei mais forte aqueles que eu desprezo.

Afastarei para longe o egoísmo e repartirei com meus irmãos o meu amor.

Hoje falarei de esperanças, plantando em meu coração, a árvore do fruto do bem.
Distribuirei aos meus amigos, o carinho que muitas vezes eu os neguei.

Rasgarei as páginas tristes e negras da minha história, para que elas não emoldurem o meu passado tristonho.

Dançarei ao som do vento uma musica suave e darei graças pela vida que Deus me deu.

Tomarei meus filhos no colo e deixarei que eles adormeçam ao embalo do meu coração.

Aos meus inimigos desejarei felicidades e muitos anos de vida.

A todos que me magoaram rezarei por eles e agradecerei por eles terem feito parte da minha vida.

Aos que me humilharam, dar-lhes-ei as mãos para que sintam o calor do meu afeto.

Aos meus amigos dir-lhes-ei que foi muito bom tê-los como verdadeiros amigos e que a todos eu os amo de todo meu coração.

Aos que me viram chorar um dia e ouviram minhas mágoas, peço-lhes desculpas pelo jeito triste de desabafar minhas dores.

Aos que me amam de verdade repetirei o meu abraço e o meu laço de amizade eterna.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A BUSCA E O SONHO




A Busca e o sonho!

Gracinda Calado

Busco-te na imensidão do universo,
Teu nome que não sei qual é.
A noite é densa e a voz do vento vem chamar-te.

Teu nome é doce como o mel,
E nesta noite calma, e apaixonada,
Te procuro sem reconhecer-te.

Ouço tua voz no vento que cobre meus cabelos.
O mar responde com suas ondas plácidas,
És do universo, ó vibração divina!

Não sei teu nome, de rei ou de poeta?

Busco-te na noite dos milagres,
Nos sonhos dos palácios encantados,
No cântico dos anjos, nas noites calmas,
Nos perfumes das flores mais bonitas.

Busco-te nos encantos das primaveras,
Nas madrugadas frias e perdidas,
No cantar dos pássaros e dos rouxinóis,
Nas quimeras e na luz das estrelas e da lua.

Busco-te e não te encontrei ainda,
Talvez não viverás para mim,
Sei que não és daqui, és de outros mares.
Nunca se viu em tempo algum, amor assim!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A FLOR DO CACTUS




A FLOR DO CACTUS
Gracinda Calado

Quem disse que a rosa é a mais bela?
A flor do cactus entre todas as flores
É a mais bonita a mais faceira e mais singela.

Nasce entre espinhos, sem medo de morrer,
Sua beleza encanta até quem lhe despreza,
Respira altaneira com vontade de crescer.

Nunca se viu assim tão invejável flor,
Com ares de princesa ou de rainha,
A flor do cactus, é a flor do bem e do amor.

Na sua história de perfeição real,
Outras existem que sempre invejam,
Sua cor, sua beleza, seu perfume natural.

Flor do asfalto, das pedras e das caatingas,
O seu destino é enfeitar e perfumar
Todos os espinhos que lhe transpassam
Sem correr sangue, nem lágrima a derramar.

Eu queria ser como a flor do cactus,
Em vez de chorar a dor de espinhos,
Perfuma as lágrimas de amores.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O TREM DA MINHA VIDA




O trem da minha vida
Gracinda Calado

O trem vai subindo o monte e com ele o destino de dezenas de pessoas.
Corta estradas, passa rios e riachos, sobe ladeiras e desliza nos vales verdes das colinas.
Dentro dele meu coração adormece lembrando o tempo das primaveras.

Pela janela, passa boi, passa boiada, passa lagos e rios.
Os campos ficam mais verdes, ficam amarelos e às vezes ficam queimados.
A natureza vai mostrando sua cara nos arvoredos que passam ligeiros e nas copas dos coqueiros, que teimam em subir aos céus.

O cheiro de mato no ar, deixa meu corpo todo queimar de saudades do tempo da minha infância.
Na janela o vento passa ligeiro e assanha meus cabelos, como fazia antigamente.
No balanço do trem, divago e canto uma canção de amor, como se quisesse o tempo parar.

Meus olhos choram as lágrimas que eu deixei de chorar, quando me lembro de tua imagem linda. As lembranças da mocidade levam-me ao passado distante, arrasta ilusões e mata esperanças em meu coração.

Lá vai o trem da minha vida levando o que sobrou de mim.
Este trem tem tristeza, este trem tem saudades e decepções, fantasias guardadas e tristes recordações.
O trem da minha vida não tem volta, segue seu curso, segue feliz!

O AMOR NOS CONSOLA


O amor nos consola

Gracinda Calado

Do amor não guardo rancor,
Se um dia se alegra, o outro chora.
Do amor tudo se espera.
Não se julga ou se despreza,

Os momentos bons são passageiros
As horas de prazer são devaneios,
Tudo se transforma com o amor,
Até o relógio muda, os minutos são ligeiros.

O amor é preconceito de almas,
De sexo, de corpo e de matéria.
Se o amor fosse verdadeiro,
Respeitado, os amantes não sofriam.
.
Sofrimento de amor, sangra feridas,
Chora lágrimas de sangue,
Fere o peito com punhal,
Treme o corpo em desatino,

Do amor não guardo rancor,
Nem lembranças de dor,
Guardo somente as saudades,
De tudo de bom que passou!

O amor nos consola,
Nos eleva para Deus,
Quando sabemos amar
A quem nos ama também.

domingo, 9 de dezembro de 2007

AMANHECER




AMANHECER

Gracinda Calado

Amanhece na cidade!
O sol derrama sobre as casas os seus primeiros raios de luz.
Sobre os telhados uma cor laranja feito brasas, se avista ao longe, enquanto a cidade ainda dorme e aos poucos vai se espreguiçando para cumprir o ritual do dia.
O clarão da manhã rompe o mistério da noite e transforma a cidade inteira em luz.

O fantástico espetáculo da aurora vai deslizando sobre os montes, emoldurados pelas flores das serranias, em despedida da noite que passou.
Pela janela aberta docemente, vejo pessoas que passam seguindo seus destinos, passos lentos, compassados, como quem não tem pressa de viver.

Na minha rua, flores se abrem nos jardins e perfumam o ar.
Na moldura das cores, dezenas de borboletas livram-se de seus casulos e fogem fartas de desejos em busca de beijos.

O sol, astro rei, traz vida e transforma todas as criaturas.
Os pássaros cantam nos galhos das árvores anunciando a felicidade de viver em comunhão com o universo.

Olho atentamente a paisagem da rua, enquanto meu corpo preguiçosamente sente a saudade da noite que passou e prenuncio o vazio do dia que virá pra mim.
As belezas desta manhã ficarão na memória e nas recordações da minha história.

As saudades do passado me acompanham a toda hora e a tua imagem me persegue ainda, Mergulhadas na alegria daquela manhã de verão.
Pessoas vão e vêem pelas ruas da cidade, rumo ao trabalho cotidiano e em mim as saudades de um amor que se findou.

sábado, 8 de dezembro de 2007


SUA CANÇÃO

Gracinda Calado

Ouço uma música distante,
Lembrei-me de você agora,
E o tango sobe em minha mente
Vejo você a venerar a história.

Vejo seu vulto ímpar e elegante
A desfilar pelos salões de outrora,
Cadenciado e firme na canção
E no lamento da sua vitrola.

Passos pra lá, passos pra cá,
E os pares dançam no salão,
Rodopiando alegres ou tristes,
O conto de amor numa canção.

A sua história passa e vai,
Se espalhar na música e nos salões,
E os personagens se misturam
Em velhas e doces recordações.

Recordações de amor e de amizade,
Lembranças de tudo o que era bom;
Paixões fortes, só saudades,
Do tempo da nossa mocidade.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

CARTA A MINHA IRMÃ DADÁ


CARTA A MINHA IRMÃ DADÁ
( Gracinda Calado )

Hoje é o dia de teu aniversário!
Amanhã talvez seja um dia como outro qualquer.
Só quero te dizer que tenho uma admiração muito especial por ti.
Quando tu nasceste, eu não entendia ainda o que era o mundo, mas sei que ao te ver pela primeira vez gostei de ti.
Tu eras tão pequena, vermelhinha, cabeluda e moreninha. Meu coração pulava de alegria e eu não sabia o porquê.
Todas as noites eu passava em frente ao teu bercinho e te olhava com muita admiração.Tinha apenas seis anos mas me lembro muito bem.
Quando foste estudar pela primeira vez fui encarregada de te levar e trazer do colégio, no mesmo horário de minhas aulas.Aí eu já estava com 13 anos.
O que mais me atormentava era que tu não querias ficar na classe com as tuas coleguinhas, pois choravas bastante e eu não sabia o que fazer, te levava para minha classe e logo tu te calavas. Foram muitos dias de sofrimento.
Finalmente conseguiste ficar, um dia e depois logo foste acostumando.
Gostaria de te dizer que és feliz por que és uma pessoa muito boa, e que gostas de ajudar os pobres e os mais carentes.
Tens um coração de ouro, como nossa mãe que ficava feliz em fazer uma caridade.
Não foi à toa que recebeste o nome de Maria das Graças.
Nesta data quero desejar-te uma vida longa, cheia de saúde e muita paz junto ao carinho de teu querido Salviano e teus filhos e neto, que eu sei que são a tua vida.
Recebe minha irmã o carinho e o abraço de tua irmã e de meus filhos e netos, que te adoram. Tua irmã: Gracinda Calado.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A LUA AZUL


A LUA AZUL
Gracinda Calado


Muitas vezes quando crianças olhávamos a lua, deitados no chão, na grama do jardim.
Como era lindo contar estrelas e observar suas cores, piscando, piscando.
A magia daquela noite era a lua quando saia no horizonte clareando todo céu!

A natureza festejava aquela maravilha de luar iluminando a noite escura.
Nosso olhar mergulhado naquele mar de luz, tinha tudo de mistério e de magia.
A lua tinha a cor azul, com oscilações degradês em pontos luminosos.

Pequeninas estrelas brilhavam como vaga- lumes na floresta.
A lua azul branqueava as areias como espelhos transparentes, naquela noite majestosa!
A nossa alma se iluminava também.

Parecia que um raio daquela lua azul se soltava sobre nós enchendo-nos de graça plena.
Ficávamos assim muitas horas, contando estrelas e com vontade de conhecê-las.

O que nos separava delas era a grande distancia, porém sua luz azul banhava-nos de alegria.
Quando o sono chegava sonhávamos com estrelas e com a lua azul.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

AÇÃO DE GRAÇAS


AÇÃO DE GRAÇAS!
( Autor desconhecido)


É maravilhoso Senhor ter braços perfeitos
Quando há tantos mutilados!
Meus olhos perfeitos, quando há tantos sem luz.
Minha voz, que canta, quando tantas emudeceram...
Minhas mãos que trabalham, quando tantas mendigam...

É maravilhoso Senhor!
Voltar para casa quando tantos não têm para onde ir...
É maravilhoso amar, viver, sorrir, sonhar,
Quando há tantos que choram, odeiam, revolvem-se em pesadelos,
Morrem antes de nascer...

É maravilhoso Senhor!
Ter um Deus para crer, quando há tantos que não têm
O consolo de uma criança...
É maravilhoso Senhor, sobretudo, ter tão pouco a pedir,
E tanto a agradecer!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

SEUS OLHOS


Por Gracinda Calado


Seus olhos são duas pedras preciosas,
Porém não sei qual é a cor,
Desses seus olhos cheios de amor!

Seus olhos são dois lagos selvagens,
Em que todas as manhãs,
Refletem a minha imagem.

Vejo seus olhos tristes, saudosos,
Enquanto eu olho demoradamente,
A solidão que sai do seu interior.

Olhos verdes como o mar,
Em dias de primaveras,
Ah, quem me dera sonhar!

Olhos azuis da cor do céu,
Brilham como estrelas nuas,
Em noites de luar.

Olhos negros, traiçoeiros,
Como as noites escuras,
Como pedras de carvão.

Qual é a cor dos seus olhos?
Não sei qual é a cor,
São da cor do seu sorriso,
Brilhantes, ofuscantes, sensuais,
Ou da cor do seu amor?


PÁSSARO FERIDO
( Gracinda Calado)


Pássaro ferido cantador,
Não cantas mais teu canto alegre,
Não cantas mais uma canção de amor...
Haverás um dia de cantar,
E o teu canto será verdadeiro,
Pássaro ferido, prisioneiro.

Prisioneiro de tuas paixões,
Já não se ouve os teus gorjeios,
Já não se ouve mais tuas canções.

Sou como um pássaro ferido:
Proibido de voar,
Dentro da minha gaiola
Nunca deixei de cantar.---------------------------------------------------------

PASSEIO NO INFINITO


PASSEIO NO INFINITO
( Gracinda Calado)

Vem!
Vamos andar por aí?
Vamos voar bem alto,
Vamos subir tal um balão no espaço?

Vem!
Vamos correr pelos campos verdes...
Cortar os céus, como pássaros
Deslizar no infinito dos sonhos...
Voar na imensidão do espaço?

Vem!
Vamos amar por aí?
Vamos sonhar bem alto,
Vamos subir no ápice do amor?

Vem!
Vamos escalar vales, montes,
Cortar rios e florestas,
Nadar nos lagos e como peixes
Deslizar nas águas límpidas do olhar?

Vem!
Vamos dizer a todos por aí...
Que o nosso amor foi uma verdade
Que foi grande e bonito!
Hoje transformou-se em saudade.

sábado, 1 de dezembro de 2007

QUERES SABER POR ONDE ANDO...


x QUERES SABER POR ONDE ANDO...
Gracinda Calado


Ando por aí, seguindo o vento,
Ando na noite dos anjos azuis,
Que pintam o céu com as estrelas.
Ando pelos vales verdejantes
Dos dias esquecidos de sol.

Ando a me encontrar com as pessoas,
As mal amadas que precisam de carinho,
A salvar almas desesperadas,
Nas noites escuras traiçoeiras,
Sem esperança de viver.

Ando no céu dos desvalidos,
Esquecidos, sem teto, sem chão,
Sem nada, sem amor, sem pão.
Na praça triste dos que na vida ,
Só sentiram dor e solidão.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

NO SILENCIO DA NOITE DE NATAL


NO SILENCIO DA NOITE DE NATAL

Gracinda Calado

A noite ia chegando e com ela a quietude dos montes rumo a Belém.
A chuva fina que caia e a garoa, cobriam tudo de paz e tranqüilidade!
O ar frio da noite levava José e Maria com o menino no ventre para Belém, onde naquela noite mágica nasceria o Filho de Deus.
José com todos os cuidados de esposo e de pai, protegia sua adorada mulher das intempéries do tempo.

Em certo lugar, ainda subindo as montanhas e descendo em busca de um lugar para pousar, bateu em uma porta pedindo abrigo, pois, Maria entrou em trabalho de parto e logo o choro da criança subiria aos céus.
Entrou em uma hospedaria, lhe negaram hospedagem, bateu em uma porta, enquanto falava: “minha mulher vai ter um filho, precisamos de abrigo”, e a voz respondia: “ não temos lugar”. Novamente em outra porta e assim a noite fria congelava seus pés de tanto andar e pedir abrigo.

Não desistiu e falou em outra porta batendo desesperadamente: A voz soou lá de dentro em alto e bom som: “Não temos vagas, está tudo cheio”. José insistiu dizendo: “ senhor, a noite está fria, minha mulher vai dar a luz e não temos onde descansar”. Novamente a voz respondeu: “temos uma estribaria, lá embaixo, pode se instalar, pelo menos nesta noite.”
.
Quem poderia saber que ali, pedindo um lugar pra nascer, seria o Salvador do mundo?
Todos lhe deram as costas, lamentavelmente como fazemos hoje, muitas vezes com Ele.

A noite se findava, mágica, tranqüila, fria, de repente raios de luz cortam os céus num clarão inconfundível, sobrenatural e o Filho de Deus chora dando seu sinal, radiante e divino, naquela estribaria, junto aos animais que lhe davam o calor de suas respirações para aquecê-lo.
Maria e José glorificam ao Senhor naquela hora por toda a humanidade, pois só eles sabiam o segredo de Deus, prostram-se em orações.!
Bem-aventurada mulher, que no seu ventre gerou Jesus, amamentou-o em seu peito e deu o seu carinho!
Bem-aventurada mulher que cheia de graças, trouxe-nos Jesus!
Bem-aventurada mulher que na gruta de Belém pôde sorrir ao ver pela primeira vez o brilho do olhar do seu filho, que um dia choraria de dor na cruz.
Maria a medianeira das graças de Deus, Nossa Senhora, nossa protetora, rainha de Deus.
Nós lhe louvamos pela graça de ser mãe de Jesus, nossa mãe também!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

SENTIMENTOS QUE SE CONFUNDEM


SENTIMENTOS QUE SE CONFUNDEM
Gracinda Calado


Sinto cheiro de festa no ar!
Aproxima-se o Natal de Jesus.
As pessoas ficam mais sensíveis, mais comunicativas, mais cheias de graças.
Nas igrejas novas e velhas canções natalinas, prenúncios de festas nas comemorações do aniversário do Deus-Menino.
Nossos corações transbordam de emoções, de alegrias, tristezas, saudades e devoções. Parece que nos aproximamos mais de Deus.
Desejamos imensamente sua graça e sua misericórdia, demonstrados nos presentes e doações aos mais necessitados.
Nossa alma fica mais aberta , mais receptiva.
Nosso coração, mais carente de carinho, de amor, e de ternura.
Por que será que sentimos nossos irmãos mais próximos de nós, como Jesus mandou?
Será que nessa época Ele vem passear e conviver conosco?
Não tenho dúvida que algo especial acontece em nosso ser.
Tudo se transforma, tudo fica verdadeiro para nós, o amor flui mais facilmente e contamina todo nosso ser.
Na expectativa do Natal, vamos nos preparando para o advento do nascimento do Salvador do mundo, e junto com toda a humanidade festejar o dia mais bonito de toda cristandade!
O Natal de Jesus!

DOCE PRESENÇA


DOCE PRESENÇA
Gracinda Calado


Saudades de minha mãe!

De ouvir sua voz rouca,
De beijar seus cabelos macios.
Estendo os braços
E não tenho seu abraço,
Só a saudade de você, mãe!

Murmura o vento e você não vem!

Chamo seu nome em vão,
Aumenta essa saudade minha mãe!
Escuto no silencio as batidas do seu coração,
Quando de encontro ao meu pulsava,
Agora bate de saudades, mãezinha!

O seu perfume não esqueço não.

Tens o cheiro de Deus
Quando penso em você!
E quando o vento sopra frio,
Sinto que você está aqui
Perto do meu coração!

Sua alma é perfumada!

Toda a natureza se perfuma,
Tudo fica alegre nessa hora,
Quando recebo sua visita,
Ainda não lhe vejo
Mas sinto o seu amor agora!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

IMENSO AMOR


IMENSO AMOR
Gracinda Calado


Imenso amor o meu,
Quando disseste, vem!
Não pensei, nem pestanejei.

Hoje vive no espaço este amor
Que um dia eu consagrei
Hoje morre um amor,
Que um dia eu abençoei!

Dias após dias, procuro-te,
E no vazio do meu pensamento,
Não sei mais como era tua face.

A lei normal das coisas,
É o nosso triste final,
Um dia foste corpo material,
Te amei assim, mais do que eu!

O COLIBRI
Gracinda Calado


Parado no ar o colibri beija a flor mais bonita do jardim!
Olha para ela, logo se apaixona...
Chega mais pra perto, encosta o bico,
Sente o gosto do seu beijo.
Suga o mel, mata seu desejo!

Rodopia no ar e bate as asas de alegria.
O sol banha suas asas azuis com intenso brilho.
Seu corpo frágil, quase invisível,
Confunde-se nas folhagens.

E o meu olhar apaixonado pelo colibri
Perde-se no meio do turbilhão de cores.
Voa o colibri e outras flores vai beijar,
Outros amores vai buscar!

CADEIRAS NAS CALÇADAS


CADEIRAS NAS CALÇADA S

Gracinda Calado

Todas as noites soprava o vento do Aracati. O calor era grande e na calçada todos se reuniam para tomar uma fresca na hora que o vento passava.
Ali , na calçada pessoas passavam, algumas paravam para trocar um dedo de prosa.
Não havia quem não se aproveitasse daquela situação singular, com suas cadeiras de balanço na mesma hora e local na calçada.
Vizinhos se reuniam para aproveitar o frescor nas largas calçadas da cidade.
Vendedores de picolé, de coxão de noiva, tijolim, cocada, puxa-puxa etc,
.iam e vinham vendendo seus produtos e guloseimas aos freqüentadores das calçadas.
Os assuntos que saíam nas conversas, dependiam dos acontecimentos daquele dia: quem fugiu com quem, quem casou-se com quem, fulano se separou, a filha do sr.F está no caritó, o menino do casal R, nasceu, e por ai se desenrolava até meia-noite o “converser.” Às vezes as gargalhadas ecoavam no silencio da quase madrugada, quando a conversa era engraçada.
Quem morreu, quem nasceu, todos os freqüentadores das calçadas sabiam logo, e ao,amanhecer as noticias saíam quentinhas como o pão da padaria mais próxima.
Em meia hora toda a cidade já sabia o que acontecera durante à noite.
Mesmo assim era muito divertida a vida naquela cidade!
Hoje não se pode mais sentar nas calçadas...
Todos se fecham em seus portões e obrigatoriamente vão assistir televisão.
Até quando viveremos assim, prisioneiros, dentro de nossas próprias casas!

sábado, 24 de novembro de 2007

A MÚSICA E A LUA


A MÚSICA E A LUA.
Gracinda Calado

Gostaria que este texto fosse feito de música,
Com todos os tons e semi-tons que a música tem.
Gostaria que a música tocasse,quando a lua apontasse ao longe.
Uma canção suave, tocaria às seis horas da ave-maria.
O badalar do sino da igreja, faria concerto com a orquestração do universo, e o meu som com o teu se misturariam em uma apoteose mística encantadora!

Como seriam os sons musicais que sairiam dos meus versos?
Quando a noite dormisse, a lua nasceria para o nosso deleite noturno.
Na dança deste som imortal, dançariam as estrelas como pontos luminosos na escuridão do céu. Meu coração cheio de amor, tocaria o som do pulsar dos corações enamorados.
A música suave, levaria as almas para além dos horizontes, das montanhas e dos vales.
A noite amiga, misteriosa e bela, se apresentaria com seu vestido de gala para ouvir o nosso som..Somente a lua seria testemunha deste concerto imortal, nesta noite memorável!

UM DIA A GENTE VAI SE ENCONTRAR


UM DIA A GENTE VAI SE ENCONTRAR
Gracinda Calado


O encontro será no firmamento
Em noite clara como o luar.

Somos poeira do espaço,
Milhões de estrelas, fragmentos,
Anéis de luzes no mar.

Somos átomos, somos forma,.
Imaginação, essência do universo,
Sombras de luz em noite estelar.

Estrela incandescente no azul celeste,
Noite tranqüila que tece sonho e vida,
Pulmão do mundo, que respira,
Somos fogo e água, somos ar.

Somos sopro e vida, fragmentos,
Temporal, mistério em santo véu.
Cristais perdidos na infinitude do céu.

Um dia a gente vai se encontrar,
No infinito, do universo,
Você a estrela, eu fragmento de luar.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

SILÊNCIO


SILENCIO
Gracinda Calado


O silencio fala mais que mil palavras.
Calado assim, teu coração explode de alegria.
Não quero ouvir de ti nenhum adeus,
Só palavras ternas de amor e harmonia.

Fique parado, assim, como uma estátua,
E todos que passarem por ti, saberão como tu és.
Teus olhos dirão por ti, tuas palavras,
Teus gestos falarão por ti e por mim.

O silencio às vezes fala a qualquer coração.
A alma aflita,na solidão se acalma;
O eco do teu silencio, ecoa no infinito,
E no meu coração, tu ficarás.

Andarás assim perdidamente apaixonado,
E ao teu lado ficarei calada,
No silencio ouvirei teu coração,
E o teu segredo já não existe não.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

HOJE É DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


CONSCIÊNCIA NEGRA
GRACINDA CALADO

Hoje é dia da consciência negra.
O que se tem feito para acabar com o preconceito entre raças?
O que observamos no dia a dia, é uma especulação boba a respeito da cor da pele.
Somos todos negros, brancos, amarelos, índios, somos todos brasileiros;
Amamentados nas tetas pretas de nossas babás ou nos peitos brancos de nossas mães.
O nosso sangue é violeta, a raça é brasinegra, e a nossa pele é canela ou amarela, morena, perfumada, uma mistura multicor que em nenhuma terra tem.
Nossos irmãos comemoram hoje e sempre, aquilo que eles defendem:
Respeito e seus direitos de viverem em paz com todos.
A liberdade de ir e vir sem ter que pedir licença a ninguém;
Livres como a lei áuria.
Se a pele é negra, a alma é branca, isso é o que interessa.
Depois da vida, a morte iguala a todos na sepultura.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007


ESPELHO, ESPELHO MEU
Gracinda Calado


Cada vez que te olho, tu ris de mim.
Por que, espelho meu?
Onde estão meus olhos que nunca se cansaram de te olhar?
Onde ficaram o brilho de meu olhar e a maciez de minha pele?
Onde deixaste o meu sorriso que muitas vezes te sorriu?
O que fizeste com minha face, agora triste, envergonhada, envelhecida?

A tua vingança é cruel, meu espelho companheiro.
Pensei que o tempo não me decepcionaria nunca.
Já não corro atrás dos dias de bonança, nem das brincadeiras, nem das festas fagueiras.
Sobra-me algo precioso é minha vontade de viver!

Eu não tinha essa face, assim triste, nem esse sorriso amarelo, nem essas rugas profundas.
Meus olhos eram grandes e castanhos, agora nem sei mais qual é a cor...
Meus ombros estão pesados desse fardo, depois de tantos anos carregando-o.
Meu coração agora pulsa em silencio, estampado em meu rosto a sua marca.
Agora só decepção do espelho que não me responde, pois o tempo é o culpado dessa triste verdade, que guardarei comigo para sempre.
Ò espelho, espelho meu, haverá alguém mais feliz do que eu?

domingo, 18 de novembro de 2007


DIÁRIO DE HOJE
Gracinda Calado

Hoje eu acordei ao som de passarinhos na minha janela. Enquanto os rouxinóis cantavam, lindos pardais brincavam de amor.
Antecipei-me para ir à praia e mergulhar naquele mar azul-esverdeado. As ondas estavam calmas como estava meu coração.
Sentei-me na areia fria, ainda pela manhã, enquanto o sol não vinha desmanchar minha graça.
Fiquei ali, apreciando a beleza do mar beijando a areia fina, transparente como a alma do poeta.
O sol começou a mostrar sua cara e de repente eu já estava bronzeada, por inteiro. Olhei as horas e o relógio insistente me avisou que já era hora de voltar.
O que será que vou almoçar hoje? Pensei faminta depois de uma manhã de raros acontecimentos. Tomei meu vinho preferido, “do Porto”, enquanto uma ducha fria esfriava-me os pensamentos.
Depois de uma saborosa peixada, li o jornal, na tranqüilidade do meu lar, enquanto lá fora acontecimentos brutais corriam de ponta a ponta da cidade, crimes e seqüestros, suicídios e assassinatos permeiam as noticias do jornal. Não sei se continuo ou paro de ler aquela sobremesa cruel.
Santo Deus, socorra esta cidade, pensei!
À tardinha, um encontro com meu computador, os e-mails dos amigos, este diário, na esperança de que à noite grandes acontecimentos me esperam: uma noite de luar, uma conversa informal, um encontro com amigos, um livro de boa leitura sugestão de uma amiga, “ Descer da cruz os pobres” e lá se foram os momentos deste dia maravilhoso!Boa noite, meu Jesus, amigo, proteja todos os que estão pelas ruas abandonados pela

sábado, 17 de novembro de 2007

VIVA A VIDA!



VIVA A VIDA!
(Gracinda Calado

Logo pela manhã, enquanto o dia nasce olhemos o sol,
E ele beijará nossos cabelos e derramará raios de luzes.

Quando passarmos pelas ruas, saudemos as pessoas,
Mesmo aquelas que não as conhecemos,

Bom dia, para todos que de nós se aproximarem.
À tardinha, vamos ver o pôr do sol no horizonte,
Agradecer pelos milagres de amor que derramou
Nas flores, nos animais nas pessoas, no mundo,
Enquanto todos nós trabalhávamos.

Deixemos que o véu da noite caia,
E as estrelas encontrem seus lugares preferidos,
Enquanto bordam o céu com suas luzes furta-cores.
Lá no céu do nosso encanto, asinhas de anjos,
Farfalham como borboletas tontas de amores.

Na praia ao luar, imaginemos sonhos coloridos,
Que levarão com eles momentos de raros esplendores,
Sonharemos com sereias, e seus cantos preferidos,
Enquanto o nosso peito bate uma canção de amores
Festejemos os deuses e rainhas dos mares escondidos.

Antes de dormir rezaremos uma oração em verso
E de joelhos em terra, agradeceremos ao Deus,
Do céu que nos criou e nos deu toda beleza.
A imensidão do infinito e a grandeza do universo,
O perfume da noite e do dia as cores da natureza.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007




A MAGIA DO OUTONO
Gracinda Calado

Sensações incontroláveis de magia e beleza, nesta tarde de outono!
Meu coração ao ver os matizes dourados das folhas desperta em minha alma longos soluços de ais de outrora, de um passado lindo.
Folhas ao vento nesta mágica estação cobrem a natureza toda, e numa audácia natural se revela em especial esplendor.
Um tapete multicor espalha-se no chão, de folhas ao vento nesta estação.
.As folhas secas de um colorido cardeal deixam no ar um perfume sutil.
Como caem as folhas no Outono!
É como nossa vida e os amores. Misteriosa e bela a natureza!
Os amores como as folhas também mudam também caem..
Por que não entendê-los?
As borboletas de repente explodem no ar acompanhando o mistério da natureza, que se faz presente nesta tarde de espetáculo majestoso.
O céu é um portal dourado no arvoredo.
Como os pássaros, as borboletas farfalham e os passarinhos cantam em seus ninhos, trocam carícias em sinais de esperança.
A natureza canta sua sinfonia.
Por onde piso, sinto cheiro de mato, sinto cheiro de Deus.
Este cenário é a perfeição divina para uma reflexão e poesia em minha mente confusa.
Os meus versos são como os reversos do meu coração.
Deixo me levar por esta loucura de emoções nesta tarde bela de outono!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

LIBERDADE BRASILEIRA


LIBERDADE BRASILEIRA
Gracinda Calado

Hoje é o aniversário da República do Brasil.
Lembrando meus tempos de colégio, lembro-me de Proclamação da liberdade brasileira.
Naquela época eu acreditava que o Brasil era livre, realmente.
Com o passar dos anos, e o aprofundamento das lições, fui mudando de opiniões a respeito de nossa história. Será que nos ensinaram uma coisa e a coisa é outra?
Que visão de liberdade temos hoje em nossa Pátria com essa República que há tantos anos foi proclamada? A resposta está em nossos olhos, em nossa cara, em nossa vida, em nossa família, nosso povo.
Nossa forma de governo, nossa democracia, não saíram dos primeiros passos, ainda engatinha, pelas mentes sedentas de história e liberdade.
Às vezes acho que nosso povo pensa que liberdade é sair por aí brigando, fazendo baderna, assaltando, matando por nada, desrespeitando os mais velhos, batendo em nossos irmãos mais pobres, excluindo os mais miseráveis e desafortunados desta terra republicana.
Liberdade é saber usar e respeitar os direitos dos outros, respeitar a Constituição, fazer valer os seus direitos de brasileiro, conhecer os limites de seus direitos e do outro. Viver em paz com todos, como irmãos. Pena o nosso patriotismos ter perdido o verdadeiro sentido.
Somos obrigados a pensar diferente, pois o que se apresenta em nossos olhos no dia a dia são casos vergonhosos de verdadeiras prisões. O povo brasileiro digno, trabalhador não tem mais direito de viver livre. Suas casas tornaram-se verdadeiras prisões em grades fortificadas contra os marginais e assaltantes profissionais. O mais triste é que ninguém faz nada para por fim essa situação, que já virou rotina em nossas vidas.
Salve a Republica Brasileira, salve, socorro, salve!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

VAI CHEGANDO O NATAL...


VAI CHEGANDO O NATAL
Gracinda Calado


Hoje eu acordei com um sentimento de vazio no meu peito.
Levantei-me da cama e por alguns instantes fiquei quieta e pensativa.
Queria entender aquele vazio, aquela angustia que dominava meu ser por inteiro.
Acho que sonhei com meus pais e no sonho tudo era nítido e real,
A presença deles em mim.
Que sonho saudosista e ingrato, pois acordei e não encontrei ninguém ao meu lado.
Nesta época em que as casas e o comércio da cidade começam a enfeitar suas residências e lojas, o espírito do Natal vai tomando conta de nossa mente.
Lembramos as pessoas queridas que não estão mais conosco, sentimos saudades dos nossos encontros animados, das festas natalinas em companhia deles..
Como são bonitas as decorações de Natal, as lapinhas, as árvores que enfeitam, cobertas de luzes e de cores!
Nosso coração fica apertado de lembranças e de saudades.
Nossa vontade é voar e buscar aqueles que estão longe de nós.
Para acalmar meu coração, penso e rezo uma oração.

terça-feira, 13 de novembro de 2007




APRENDI COM A VIDA
(Gracinda Calado)

Passei por desertos e nada encontrei,
Viajei por mares revoltos e fiquei firme,
Fugi de fortes vendavais, e chorei,
Segurei a força do vento em minha face.

Aprendi o que é amizade,
Aprendi o que é amor,
O que é perdão e oração.
Passei nas estradas e curvas do caminho,
Sofri, mas aprendi o que é viver,

Aprendi lições de casa direitinho,
Briguei com o tempo no relógio,
Marquei encontros e desencontros,
Entreguei minha vida, inteirinha,
Sobrou meu coração sem arranhão.

Passo nos desertos onde andei.
Não sinto frio, só calor;
Os mares agora estão calmos,
Os vendavais não chegam mais aqui,
A minha face é outra, no reverso
Das coisas que aprendi.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007



FOLHAS AO VENTO
(Gracinda Calado)

A vida é como um sonho, às vezes bom, às vezes pesadelos.
À noite eles entram em nossa casa e não pedem licença.
Vão chegando, vão entrando tomando posse,
Nossos passos são lentos, nossos braços não se movem,
Nosso peito se enche de sensações estranhas,
Às vezes sentimos dor, agonia, alegria ou solidão.

Em nosso livro, fazemos histórias.
Histórias da infância e de primaveras,
de reis e de bruxas de sereias e rainhas.
flores e borboletas, padres e coroinhas.
Sonhos de adulto, com lágrimas ou vitórias.

Todos os dias viramos uma página, não as lemos.
Deixamos para trás os momentos perdidos,
Os que nos são caros, que marcaram nossa história.
Inventamos coisas, inventamos tempos vividos.
E o tempo passa e se vai como páginas
ao vento levando nossa história.

O que fazer com a página em branco do meu livro?
Deus quem me fez me inventou assim,
Com páginas em branco em minha vida,
Não quero registrar os tais momentos
Que me fizeram sofrer na minha história.

domingo, 11 de novembro de 2007

O BEM-TE-VI


O BEM-TE-VI
( Gracinda Calado)


O que aconteceu com aquele bem-te-vi,
Que todas as manhãs cantava,
Na beirada da janela de meu jardim?

Por muitos dias vinha me ver e cantar uma canção,
Pergunto a todos se não viram um bem-te-vi cantador.
Ninguém viu nem dá noticia do seu canto.

Será que ele já morreu ou sente a dor do amor?
Se o bem-te-vi soubesse que ele é muito especial!
Ah! Meu bem-te-vi! Que saudades de ti!

Vem logo, que eu quero ouvir teu cantar!
Te esperei toda manhã, te esperei de tardezinha,
Amanhã sei que tu voltas, passarinho!

Será que alguém te prendeu, te pegou?
Na gaiola já não cantas, pobrezinho,
Alguém com maldade te matou.?

Vem logo passarinho,
cantar teu canto de amor!

sábado, 10 de novembro de 2007


AS LAVADEIRAS
(Gracinda Calado)

No tempo em que eu ainda era criança, apreciava as lavadeiras que iam todos os dias lavar roupas no rio.
A nossa casa ficava às margens do rio Pacoti, em uma grande chácara.
Em frente a casa havia uma grande ladeira que dava acesso a um bairro, chamado “ Boa vista”, lá moravam muitas lavadeiras.
Essas mulheres sobreviviam das lavagens das roupas das famílias abastadas da cidade.
Todas as manhãs, quando o sol despontava as lavadeiras desciam a ladeira com suas trouxas de roupa para lavar no rio que se chamava “rio das lajes”, afluente do Pacoti, pois era coberto de pedras enormes. No verão o rio secava e as lavadeiras sofriam muito com a escassez da água.
Enquanto elas lavavam aquela roupa toda, eu ficava horas perdidas, olhando dona Rute e dona Rosa na lavagem da roupa branca.
Queria saber o que elas faziam para deixar aquela roupa branquinha e cheirosa.
Quando estavam cansadas costumavam cantar algumas músicas, não me recordo bem as letras.
O local era propício para estender roupa, nas pedras, que elas chamavam de “coradouro.”
Duas ou três vezes durante o tempo do coradouro, elas vinham aguar a roupa para não queimar ao sol. Quanto mais quente o sol, melhor para a roupa ficar branca.
Muitas vezes não comiam nada, até que terminasse o serviço.
Finalmente às quatro da tarde elas passavam em frente a nossa chácara, subiam a ladeira com toda aquela roupa na cabeça, amarrada como uma trouxa, de volta pra casa.
O cheiro de roupa limpa, lavada com sabão a gente sentia de longe. Não usavam alvejantes, nem amaciantes, nem anil.
Outras estendiam suas roupas em uma cerca de arame, para secar mais depressa, com a ajuda do vento e do sol; voltavam para casa mais cedo.
Suas mãos eram calejadas, suas peles eram queimadas, quase tostadas. Seus cabelos ressequidos. Assim mesmo todos os dias as pedras do rio estavam cheias de lavadeiras.
No dia seguinte ao da lavagem, ficavam em casa para com ferro passar toda trouxa, que lavaram no dia anterior. À noite subiam as ladeiras da cidade para chegar ao centro e entregá-las aos fregueses certos: do doutor, do prefeito, do juiz, do vigário, do promotor.
Quanta determinação naquele trabalho, tanto amor, tanta dedicação!
Até hoje não esqueço dona Rute e dona Rosa. Elas eram brancas e loiras, seus lábios sempre rachados da quentura do sol.Viviam da lavagem e do engomado.
Muitas vezes, eu e meu pai, ficávamos no alto das pedras no sítio, olhando aquele ritual diário das lavadeiras.Passavam em procissão, parecia uma penitencia diária.
Quando era safra das frutas, levávamos cestos cheios de fruta para elas, ficavam agradecidas.
Mantive por muito tempo um sentimento de amor e respeito muito grandes por todas elas. Não sei se dona Rute e dona Rosa ainda estão vivas...Talvez bem velhinhas...
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